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25 de dez. de 2009

Irai-vos

Irai-vos,criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 25/12/2009 Irai-vos, criado em 25 de dezembro de 2009

Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira,...
(Bíblia - Efésios 4:26)
Num bate papo:
Ontem fiquei meio 'revoltado' com essa parada de natal. Vou te explicar: é por que o pessoal fez um evento ontem para doar roupas, brinquedos e comida para o pessoal da da área onde organizam festas, só que o que me revoltou é porque eu já os vi 'expulsando' as crianças da região dos eventos - crianças de 7, 8 anos q estão sempre por ali.
Esse é um dos exemplos do que me revolta... acontece isso direto sabe, um outro exemplo é daquele pessoal que o ano inteiro não dá lugar aos idosos no ônibus, e chega neste período quer fazer doação para asilo. Para mim, demonstra o quão hipócritas eles são (é por isso que eu parei de andar de ônibus... agora eu não tenho q dar lugar para ninguém... )


Relaxa um pouco, foi o que eu disse.


Sim, é essencial não nos acomodarmos diante de atitudes questionáveis. Por conta do nosso próprio processo de vida devemos usá-las para entender como não devemos agir.

E, sim, a ira é algo precioso. Mas a atenção deve ser redobrada quando ela se manifesta, pois pode se tornar um impecilho quando paralisa ou consome a energia de uma pessoa.

Talvez por isso esteja escrito nas bíblias Irai-vos, MAS não pequeis: NÃO DEIXEIS QUE O SOL SE PONHA SOBRE A VOSSA IRA. Mas, o que significa isso? Simples: não durma irado. Aconteceu como um alerta, como uma avaliação do seu ou de outro comportamento. Mas acabou, ela já cumpriu a sua função.

Diante de injustiças, de intolerâncias, de ódios, de prepotências, do sofrimento, das guerras é saudável nos irarmos. Inclusive Deus se ira e, sendo ele perfeito, devemos avaliar a ira como algo bom.

O ódio, por outro lado, é a permanência da ira dentro de nós e causa a amargura, retira a energia que poderia ser utilizada para boas causas. Além disso, tende a nos fazer acreditar que podemos julgar as pessoas, o que me parece ser algo inconcebível: cada um tem seu caminho próprio e não há como sabermos a vivência, os problemas, as questões que cada um carrega para agir como age.

Então eu creio que devemos avaliar as atitudes e não os atos. Se uma atitude nos parece ser errada, usamos essa percepção para ensinar a nós mesmos como não deve ser. E, para mim, para mentalizar, desejar, orar e enviar uma energia positiva para quem me parece, naquele momento, precisar. Ou, como eu já disse, um pouco de luz.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 25 de dezembro de 2009.

* Pablo, sempre podemos ampliar a nossa visão de mundo, então, nunca a restrinja!

22 de dez. de 2009

Um pouco de luz

Um pouco de luz, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 22/12/2009Um pouco de luz, criado em 22/12/2009.

… porque vão passando as trevas e já a verdadeira luz ilumina…
Aquele que ama a seu irmão está na luz e nele não há escândalo.
Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros,
Deus está em nós, e em nós é perfeito o Seu amor.
(Bíblia - I João 2:8-10 e 4:12)

Mais um ano vai chegando ao fim.

Alguns de nossos queridos partiram, mas pequenos novos seres estão ao nosso lado e chegaram como bençãos para a nossa vida;

Dificuldades foram enfrentadas e mesmo que, vez por outra, sem muito brilhantismo, as questões que trouxeram foram absorvidas e nos fortaleceram;

E não. Eu não estou reclamando. Estou proclamando o poder maravilhoso da vida porque mais uma etapa do nosso aprendizado como ser humano é completada. Acredito que somos perfeitos na medida em que damos o nosso melhor e fazemos aquilo que nos é possível.

Então, se algo há a ser desejado para o ano de 2010, eu desejo um pouco de luz para a nossa vida, que os nossos aprendizados tenham nos tornado seres mais compreensivos e capacitados para lidar com tudo que há ainda pela frente e que possamos estar sempre unidos ('longe é um lugar que não existe!') por que…

Amigos São Amigos Pra Sempre!!!


Wellington de Oliveira Teixeira, em 22 de dezembro de 2009.

* Lembrei-me de um texto que gostei muito: 'Não importa o que faça, cada pessoa na Terra está sempre representando o papel principal na História do mundo… E normalmente não sabe disso.' (O alquimista - Paulo Coelho)

11 de dez. de 2009

Pessoas que constroem uma vida melhor

construindo vidas melhores, criado em10/12/2009Construindo vidas melhores, criado em 10/12/2009

Cada filosofia esconde também uma filosofia;
cada opinião é também um esconderijo,
cada palavra também uma máscara.
(Nietzsche - Considerações Extemporâneas - cap. IX § 289)


Hoje pensei em um tema para reflexão por conta de bons encontros que fiz nessa semana.

Descobri que há ainda pessoas com a capacidade de serem o que são, respeitando as diferenças das pessoas com quem tem contato.

Pude perceber, depois de muito tempo, que as semelhanças entre os seres ainda é um grande fator para que a vida seja mais plena.

Tive a oportunidade de propiciar momentos de descobertas simples e agradáveis, num restaurante de comida japonesa, que produziram sorrisos de felicidade.

Vi um olhar amigo, sincero, curioso por aprender mais, que me recordou o início do meu aprendizado como um ser pensante - sempre querendo mais descobertas e aprofundamentos.

Mais uma vez, em minha vida, acreditei no poder da vida de se reconstruir e propiciar uma vida melhor, por que são pessoas como essa do meu encontro que constroem uma vida melhor para todos ao seu redor.

Os que são plenos de si, mesmo com suas incompletudes naturais, são capazes de semear pequenos grãos de felicidade na vida de quem tem a oportunidade de encontrá-los.

É muito bom ser agradecido a Deus, a vida, e aos seres que tornam a minha vida plena.


Wellington de Oliveira Teixeira, em 11 de dezembro de 2009.


* Obrigado a você Daniel Rossi Marinho.

4 de dez. de 2009

O silêncio é monocromático

Assombração, criado em 04/12/09.

"Não existiria som se não houvesse o silêncio.
Não haveria luz se não fosse a escuridão,
[…] Tudo o que cala fala mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão…"
(Certas Coisas - Lulu Santos)

Dualidade é um bem universal (inclusive nas oposições, mas nem sempre nelas) e por meio dela podemos gerar o mundo.

Difícil? Pense comigo: quando se põe duas cores num papel existe diferença e logo podemos dizer essa e aquela. Se só existisse uma cor, simplesmente não existiria a palavra cor.

Pense no quente e no frio, barulho e silêncio... tudo se diz através da justaposição, da comparação ou da oposição. No encontro entre as coisas, cada uma delas passa a existir individualmente. Eu e você, por exemplo.

Uma forma diferente da dualidade é a dúvida.

Ficar em dúvidas é um acontecimento comum na vida de qualquer pessoa. E, no meu caso, se relaciona a busca de uma opção que seja a melhor para o momento. Está intimamente ligada a capacidade de fazer julgamentos diante de questões. E o nosso julgamento se faz a partir de avaliações racionais e emocionais.

Mas, para além do julgamento, o que se faz presente é aquela sensação de insegurança que muitas vezes nos domina na hora das escolhas, principalmente quando as opções são, entre si, excludentes. Querer e saber que, ao escolher, vai-se abrir mão, perder algo que também se quer. O ou - de esse ou aquele -, nessa hora, é um fator torturante.

Então, se permita um tempo de calma, decida-se e diga. Não deixe pra dizer depois, por que o silêncio não se expressa por cores: ele é monocromático.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 03 de dezembro de 2009.

* Nas suas palavras: 'fiquei confuso!'

25 de nov. de 2009

O valor da valorização

Origame da Natal by Diogo Marques
Presente que recebi de Diogo (Didigo!), há quase 20 anos atrás

'Psiu! O silêncio é importante neste momento.
Preciso ouví-lo dentro de mim.
Por onde andará aquele garoto que viveu
seus quinze anos dentro de mim?'
( 'Divagações nº 1' em Caminhos
- Jorge Laureano)

Nem sempre damos valor a algo.

E o algo que se valoriza, pode não ter valor para outrém.

Você deve aprender a valorizar algo também pelo valor que você dá a pesssoa que o valoriza.

Não sabemos o que liga alguém a algo, mas há algo nesse algo que é capaz de atrair e trazer valor pra si.

Dizem que para uma mãe, até mesmo de um sujeito criminoso, seu filho tem valor. Há um alguém que dá a ele essa energia quando tudo o mais não consegue fazê-lo.

Entender o valor de tudo deveria ser o suficiente para valorizarmos a vida em si. Mas não o é. Há momentos em que tudo perde o sentido e não conseguimos dar o valor a nada.

Sofrimento, solidão, tristeza e mágoa são sugadores das cores que vemos no mundo e, desbotado, ele perde o valor.

É necessário, então, estarmos nos comunicando sempre com fontes luminosas e coloridas para reabastecermos o nosso arsenal pessoal para, quando um desses momentos sombrios chegarem, usarmos a nossa reserva para nos sustentar a boa visão do mundo.

É um grande aprendizado saber dar o valor de cada coisa, por mais ínfima que nos pareça, mesmo quando o mundo descolore.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 25 de novembro de 2009.


* Esse pilantra, aí embaixo, era o Diogo na época em que fez o origame.

Diogo da Desembargador Lima Castro

2 de nov. de 2009

Intolerância

Tesouro, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 31/10/2009Tesouro, criado em 31 de outubro de2009

A intolerância é totalmente cultural...
Quando a cultura se apropria para a negação do outro, é preciso uma intervenção.
(Zilda Márcia Gricoli - diretora-executiva do Laboratório de Estudos da Intolerância
da Universidade de São Paulo - USP).


Intolerância. Quem consegue viver tranquilo sem a possibilidade de ser o que é?

Somos todos diferentes, mas desejamos compartilhar o que temos em comum na sociedade. Então, criamos clubes, grupos recreativos ou de estudos ou de interesses específicos e marcamos encontros, nos reunimos e trocamos ideias.

Somos capazes de fazer também grupos de discriminação, de segregação e de terrorismo. Uma ideia, uma atitude e muitos atos derivados.

Quantos sofreram por conta de um preconceito? Quantos foram segregados, forçados a viverem em guetos físicos ou sociais por pertecerem a determinados grupos étnicos, religiosos, políticos ou de inclinação sexual?

O incrível é ver como, historicamente, a sociedade aceita, sem questionar, os atos de covardia perpetrados contra eles, se omite na crítica aos agressores.

Não acho que não se possa discordar, acreditar de modo diferente e questionar. O que não entendo e nem aceito são os atos covardes em nome de qualquer tipo de crença.

Escrevi essa primeira parte, ontem. Não consegui seguir adiante e desisti.

Hoje eu acordei querendo ver um filme. Não me bastava um filme qualquer, nem mesmo um dos bons. Fiquei por cerca de 10 minutos procurando. Revi a minha coleção toda, duas ou três vezes e nenhum título me inspirava. Percebia as minhas reações e sabia, com clareza, que algo me incomodava. Talvez, uma experiência com a intolerância das pessoas estivesse me fazendo refletir sobre a capacidade humana de machucar - principalmente os semelhantes. Algo me fez parar e pensar, calmamente, ao ler cada título. Recordava o teor de cada filme, as cenas. Então parei em um da lista: O mestre da vida.

Para quem não conhece, é a história de um menino que deseja pintar ao estilo clássico - uma arte representativa - e um mestre, contemporâneo seu, nesse estilo. O primeiro era americano com ascendência alemã e o segundo um russo radicado nos E.U.A.

Conforme ia assistindo ao filme, fui percebendo que muito da intolerância que existe vem da dor e do medo. Mesmo pessoas de boa índole conseguem agir com agressividade, desrespeito. Cena após cena, o menino vai superando as indissiocrasias do velho professor: diria, na expressão popular, que engoliu muitos sapos. E, então, num determinado momento do filme, este mestre-professor se rende diante do carinho, admiração e tenacidade do jovem aluno. Ensina como nunca. Deixa fluir, como águas de rios se encontrando, uma enchente de técnicas, aprendizados conquistados e partilha da primeira criação conjunta: duas assinaturas em um mesmo quadro. Ambos, liberados de toda e qualquer distância, focam em ser aquilo que de comum havia: são apenas pintores fazendo o que mais gostam na vida.

O final do filme é um caso a parte. O velho pintor morre. Deixa muitos dos seus quadros para o seu aprendiz. Mas, nas palavras do menino, que agora tinha deixado fluir o que estava represado dentro dele há muito tempo, o presente maior foi outro: um novo olhar para a vida.

Hoje é 2 de novembro, o dia dos mortos. E, contra as expectativas de um final de semana chuvoso, é uma segunda-feira com um sol leve que ilumina mais que aquece. Clareou um pouco o céu que surgiu mais azul que o acizentado das nuvens de antes.

Não sei bem se aprendi a lição ou se superei a raiva que estava me impregnando. Mas, certamente me deu uma nova perspectiva e me relembrou o quanto somos todos falhos, em algum momento, e que não podemos levar a sério demais os atos isolados. Todos estamos num caminho de aprendizado. Em níveis diferentes, sim. Mas, quem sabe, numa mesma direção rumo ao aperfeiçoamento?

Aprender a perdoar deve ser uma das escalas principais a se fazer nessa rota. Talvez porque exija tanto que nós vejamos os nossos próprios erros mais do que o das outras pessoas.

Se for assim, acho que dei mais alguns passos no meu caminho.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 1 e 2 de novembro de 2009.


* Para o Diego de Fazenda dos Mineiros - SG/RJ, cuja lágrima, ainda agora, eu vejo saindo de seus olhos.

29 de out. de 2009

Sem invadir a sua plenitude

Sem invadir a sua plenitude, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 29/10/2009
Sem invadir a plenitude, criado em29/10/2009

"Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia,
nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio dia.
Mil cairão ao teu lado e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingido."
(Bíblia - Salmo 91:5-7)



Quase que diariamente, somos provocados em relação aos nossos modos costumeiros ou rotineiros. Estamos acostumados a ouvir que devemos ultrapassar os nossos limites e ir além. Pode parecer ingenuidade minha, mas será que isso é algo que, em si, pode ser considerado bom?

Quando me perguntam 'Com relação a nós mesmos, o quanto devemos ir adiante?' eu quase sempre prefiro dizer 'A medida do seu possível'. E, às vezes, chamo isso de medida da plenitude do ser.

É muito difícil termos consciência de todos os aspectos de uma questão para tomarmos a decisão mais sábia, principalmente quando essa decisão pode interferir, diretamente, na vida de outras pessoas. Exatamente por isso precisamos ter a clareza de que demos o melhor de nós e de mantermos a consciência tranquila, assim não há razão para arrependimentos ou remorsos.

No entanto, nenhum desses motivos justifica a paralisia e a preguiça: aos poucos, vamos acumulando experiências (de trecho em trecho) e sabemos que devemos dar um próximo passo, sem o medo de ir adiante.

Nessas horas, o erro está em não se expressar plenamente, experimentar, aprender. O medo de errar, está presente em todas as decisões que tomamos desde que nascemos - o medo de se machucar, também. Mas a satisfação de ultrapassar os seus limites e aprender algo novo, vai além deles.

Amigos são os que nos incentivam a ir para a vida com mais atenção e cuidado - isso, até hoje, é o que define um parceiro de vida pra mim - e, também, os que ousam nos dizer: Vá em frente, você já é capaz!

E, avaliada a medida de sua plenitude, é o que se deve fazer.


Wellington de Oliveira Teixeira, em 29 de outubro de 2009.

*
Pensando em algo pra escrever para meu afilhado Pequenininho (Felipe Marques Leitão - fotos da arte), hoje, dia do seu aniversário.

27 de out. de 2009

Sorrir ao chorar

auto-retrato, em 27 de outubro de 2009
auto-retrato, em 27 de outubro de 2009

"Pegando a palavra". Pego a palavra e faço dela coisa.
Peguei a alegria e fiz dela como cristal brilhíssimo no ar. A alegria é um cristal.
Nada precisa ter forma. Mas a coisa precisa estritamente dela para existir."
(Um sopro de vida - Clarice Lispector)

Às vezes, basta um pequeno momento de conexão:
um pensamento e um simultâneo toque no telefone.
Você não atende, mas já sabe quem foi.

Pelo filme, que você vê, uma lágrima está caindo,
Pela ligação, um sorriso brotando.

E, ultrapassando a surpresa, um pensamento:
Há algo mais que uma vontade de estar
e é a vontade de ser.
Do ser 'Cada um com seu cada um'
que foi uma frase que eu aprendi
e passei a usar para dizer
'siga seu próprio caminho'.

Quando se faz uma escolha
também se rejeita as outras opções;
Você fez as suas, certo?
Siga em paz!

Wellington de Oliveira Teixeira, em 27 de outubro de 2009.

* Interessante como o modo de escrever dos meus afilhados está influenciando o meu próprio.
* Clarice em alguns momentos me parece com o
Michel Foucault no seu livro “As palavras e as coisas” que defende que o filósofo deve escavar as entrelinhas dos discursos e práticas – como o arqueólogo escava seus sítios.

26 de out. de 2009

Meias palavras

Meias verdades, criado em 26 de outubro de 2009.
Meias verdades, criado em 26 de outubro de 2009.

"Quem concorda sinceramente com uma frase está alegando que ela é verdadeira.
A filosofia
se ocupa da verdade de diversas maneiras.
A metafísica se ocupa da natureza da verdade.
A lógica se ocupa da preservação da verdade.
A epistemologia se ocupa do conhecimento da verdade.
"
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Verdade).

As meias palavras são a grande arma de quem não tem coragem.

Não se mente, não se fala a verdade.

E a verdade que se tem é a que se ouve de outrem: o pior elevado à condição de melhor.

Prefiro o silêncio, prefiro que você se cale.

É ruim demais saber que nas palavras ditas as meias verdades são a tônica.

Não por mim, essa dor, quase por pena de você.

E como eu disse: 'eu não sou melhor que ninguém!"...

Wellington de Oliveira Teixeira, em 26 de outubro de 2009.

* A verdade segundo a wikipedia

16 de out. de 2009

Aniversariantes

Ilumine-se, criado por Wellington de Oliveira Teixeira, em 16/10/2009 Ilumine-se, criado em 16 de outubro de 2009.


“Podem os quilômetros separar-nos realmente dos amigos?
Se você quer estar com alguém a quem ama, já não está lá?”.

(Longe é um lugar que não existe - Richard Bach)



Demorei a entender que são as conquistas que geram a satisfação de alcançar um novo estágio para a vida e que é fundamental desejar muitas ao percorrer o caminho. A sensação de plenitude é o acréscimo que a vida oferta àqueles que se empenham em vivê-la intensamente: os bônus para a nova etapa.

As datas especiais são como um marco que deixamos em nosso percurso para referenciar os instantes de nossa vida, mas podem virar apenas um ato de rotina quando não lhes damos o devido valor.

Valorizar é uma arte que aprendemos nos encontros que fazemos e dos quais gostamos e queremos repetir.

Um aniversário deveria ser sempre assim. Mesmo que a nova idade dure um ano inteiro dedicamos a ela um dia especial.

Aniversário é algo interessante. Algumas pessoas esperam com ansiedade a chegada do dia da comemoração, alguns não querem nem lembrar, há os que o esquecem nas situações complicadas da vida e os que se dizem indiferentes.

Há os que vão mudando a forma com o passar do tempo. E não creio que seja da forma como o senso comum acredita, isto é, adorando no início e odiando quando mais velho. Identifico as flutuações mais na linha de o quanto se está engajado na vida ou numa relação afetiva.

Mesmo quando não se conhece uma pessoa é possível perceber o pulsar do 'algo mais' quando aniversaria.

Tenho costumes diversos e até mesmo estranhos. Por exemplo, já escrevi (poucas vezes) uma mensagem para alguém que está para nascer ou recém-nascido e acompanhei ou estou acompanhando as transformações progressivas, até o dia em que, maior, leia a mensagem que lhe foi dedicada anos antes. Tenho um prazer de imaginar como será. Outras ocasiões eu fiz uma música, uma crônica, uma imagem na busca de algo para ofertar.

O que mais fica claro para mim é que o importante é gerar grandes momentos pra si e para os que estiverem ao seu redor.

Então, enquanto recebe os melhores votos para o novo período, dedique um momento para marcar esse dia como especial, como fazemos nós que somos seus amigos e pessoas que o amam.

Eu também gosto de, simplesmente, dar um grande abraço e dizer: Felicidades. Cai na PAz. Amigos São Amigos Pra Sempre!!!


Wellington de Oliveira Teixeira, em 16 de outubro de 2009.


* Fotos que tirei do meu irmão, Beto Lobo, no Tributo a Legião Urbana, versão 2009.

6 de out. de 2009

Poderia ser diferente

Focinho, criado por Alexander Kharlamov Focinho, criado por Alexander Kharlamov*


"…vai dizer que você prefere o ódio ao amor? Então neguinho, me diz, qual é?"
(Qual é? - Marcelo D2).


Não!, é algo inteiramente distinto do ódio o que nos faz ir adiante, aprender. Mas acredito que o ódio seja a mais primitiva forma de aprendizado: com a dor.

O ódio, em si, não ensina, ele causa o sofrimento e a dor, estes sim, são capazes de trazer algum aprendizado; o mais básico, do tipo 'doeu, eu evito'. Já levou um choque? Já se queimou? Já tropeçou?

O ódio é um mecanismo de autodestruição. É um modo de usar a energia da vida para desfazer a vida, transformá-la em partes menores, rompendo os encontros que, acumulados, aglutinam e geram novas formas de ser e estar no fluxo, no complexo energético que é este mundo.

Não é preciso ser um gênio para perceber que há formas mais elegantes, elevadas, eloquentes de se aprender que não a pelo ódio. Mas quão difícil é acessá-las conscientemente e optar com convicção por essas vias.

Todos ainda carregamos uma espécie de primitivismo espiritual, uma barbárie em nossos elementos constituintes, algo de que precisamos apenas para dar os primeiros passos e que logo se tornou obsoleto diante dos novos instrumentos ao nosso dispor - obtidos após os aprendizados iniciais da vida.

É como uma tralha que enche de peso a nossa bagagem e impede um caminhar mais confortável e, no entanto, parece que nos apegamos a ela.

Como é difícil entender: aprendeu, segue adiante, descubra novas formas de aprender. A experiência absorvida se tornou a parte integrante de nós que nos ensina a não repetir os erros anteriores. Não será necessário usar os mesmos mecanismos ou deixá-los a disposição para um possível uso futuro.

Alguns argumentam que nosso cérebro-quase-pré-histórico é o que nos mantém vivos, pois é acionador dos reflexos nos momentos de perigo. E a nossa intuição não seria um elemento muito mais eficaz para nos proteger, nos resguardar quando damos ouvidos e atenção necessários?

A adrenalinha da raiva é o melhor meio de tornar o corpo pronto para responder às agressões externas? Será que o ataque é a melhor defesa? Será que já não acumulamos o suficiente para não invadirmos o espaço alheio e provocarmos esse tipo de reação de ataque para a defesa? Respeito aos seres não garante atitudes melhores de ambas as partes, de modo a evitar a maioria dos conflitos que existem no mundo?

Qualquer que seja o sistema político, econômico, religioso, ele é apenas uma forma de interação social de modo a podermos compartilhar nossas vidas, criarmos os meios de colaboração e de desenvolvimento. São instrumentos e não um fim. O que quer que seja mais essencial para cada um de nós não está atrelado a nenhum deles.

Por que, então, somos tão sectários? Quem gosta do vermelho, e não do azul, não presta? Quem não torce pelo mesmo time, quem não está na mesma religião ou professa nossos conceitos filosóficos não serve? Geramos guerra e discórdia, diariamente, por optarmos por viver assim.

É isso mesmo! É opção. Todos podem agir por interação, compartilhamento, visando o desenvolvimento mútuo e a superação dos obstáculos coletivamente.

Indivíduos, sim, mas partículas de um todo. Partes da mesma natureza que luta para alcançar equilíbrios cada vez mais bem sucedidos. Exercitando uma troca de energia constante, onde o que eu tenho de melhor e em maior quantidade, meus dons e minhas capacidades, vão em auxílio a outro que o possui em menor escala e, num fluxo maravilhoso, este que recebeu colabora com o que um outro não possui: um organismo vivo, onde cada peça é fundamental e essencial; nem melhor, nem pior.

Imagino esse movimento como um fluxo de energia que percorre todo o fio, se transmitindo por meio de cada parte, numa grande conexão universal.

Comecei falando de ódio porque uma ideia me fez tremer quando pensei nesse incrível mecanismo de doação universal (amor é uma boa palavra para ele?), algo que não havia pensado antes, em toda a minha vida: o ódio também se propaga dessa maneira só que, em vez de acrescentar, ele retira algo de cada elemento, que ficando deficiente retira do elemento a seguir, como elos de um cadeia que aprisiona e suga sempre, sem acrescentar nada.

E quanto mais vejo ou ouço ou participo de um fluxo de ódio (roubos, assassinatos, guerra, discórdia, ira), ativa ou passivamente, mais eu me envergonho com o pouco que contribuí para a transformação dessa realidade e desejo, ardentemente, me aperfeiçoar para poder contribuir um pouquinho mais com a vida.


Wellington de Oliveira Teixeira, em 06 outubro de 2009.


* Desculpem-me aqueles que esperavam uma arte minha, aqui. Ódio é um tema muito difícil pra mim.

30 de set. de 2009

Nudez de alma


misturadedesenhosdeoutros, foi feita em 31-08-2009 misturadedesenhosdeoutros**, foi feita em 31-08-2009.

"Posso voar mas não posso controlar o corpo
Que sorri para o mundo, escuta a música
Faz a dança e cativa sem parar."

Pós TPM - Dirty Fastfood*
(http://dirtyfastfood.blogspot.com/pos-tpm.html)


Que minha arte não me represente, mas me apresente; que não seja marcas que eu fiz, mas minhas marcas que ousei deixar vir à tona e tonalizar a tela; o meu próprio voo de descobrir nas misturas e formas iniciais a ideia que sobressai e ganha plano e me força às mudanças e alterações no que já estava dado - até que eu perceba que apenas um dado no todo e não algo estabelecido como um todo.

E me deixo levar, inventar, descobrir e redescobrir porções, criar camadas sobre outras e efeitos sobre efeitos até que algo em mim olha e vê e sabe que disse algo e que, por isso, me disse.

Então é só inventar uma moldura e não deixar que ela modele todo o caminho traçado e domine a conquista feita com o processo da descoberta.

É melhor ficar sem cobertura, nem cercas. Só de vez em quando, pra dizer que uma ideia se fechou por alguns instantes. E, depois, me permitir modificá-la, restabelecer o vínculo apenas para permitir que fluxos outros tenham vez, talvez os que não tiveram voz no primeiro embate, no primeiro encontro, no primeiro olhar.

E por que não? Há mais olhares possíveis pra cada cena, sempre, como há mais de uma forma de ler, tocar, cantar, escrever, sonhar.

É só um voo. E vôos são as coisas mais difíceis da vida: raridade hoje em dia, porque voo é o encontro de você com a vida, é a expressão de tudo que se armazena e se guarda e se destila. Voo é o encontro consigo mas num plano superior, onde se consegue tudo. Voo é o momento em que nada lhe toca, nada lhe detém, nada lhe contém, nada desvia você de você. E é o momento em que não havendo nada mais para acrescentar, basta crer. Crer que a plenitude se instalou e proporcionou a um ser o se tecer sem temer o vir a ser, o devir e o se desfazer. Por que é bom me dizer, me desdizer, para que haja um novo dizer sobre mim: alteridade em mim, novidade em si, uma nova idade para se viver.

Risco, sim, porque é arriscado viver, se sustentar no fio da teia de uma aranha, mas sem se prender, sem se perder, nunca se esconder, talvez, se proteger.

Um pouco de exposição, mas sempre a ação, sempre a expansão e a busca pela captura do instante do seu olhar, para provocar e fazer fluir e para passar adiante o que me provocou de início.

E torcer para que a construção seja outra, distinta e tão potente quanto a minha e aninhe outras questões: um processo sem fim que se irradia e ilumina quem quiser ser elo e se permitir ser verso ou qualquer outra forma de expressão.

Quem sabe uma nudez de alma, a luz da aura para poder sorrir?


Wellington de Oliveira Teixeira, em 30 de setembro de 2009.


* Uma pessoa que eu amo a maneira como se expõe e que, da mesma forma que se joga largada, se permite uma consistência de ser e estar.
** Espero ter em breve o nome do autor do anjo e da foto para fazer os créditos da minha mixagem.

6 de set. de 2009

Realidade da ficção

garotas (med_gallery_412_190124.jpg, obtida em www.imagemdefundo.com.br
garotas (med_gallery_412_190124.jpg), de www.imagemdefundo.com.br **

"Se você treinar para ser uma ficção por algum tempo, compreenderá que os personagens de ficção às vezes são mais reais do que pessoas de carne e osso e corações pulsando."
(Ilusões - Richard Bach).


Como quase sempre acontece quando eu vejo um bom filme, me sinto compelido a avaliar a vida como um todo. Sim, o que chamo de ficção me remete sempre ao que chamo de realidade.

Não preciso que no final dos créditos esteja escrito que aquela é uma obra de ficção e que os fatos, personagens, acontecimentos são apenas uma história possível. Até mesmo em obras baseadas em fatos reais. Toda realidade não é mais que uma interpretação.

O modo como percebo os acontecimentos do meu dia a dia fazem dele o que ele é, nada mais que isso. É como um dia de sol radiante quando eu estou muito triste: não me diz nada de sua beleza.

Me recordo uma vez em que fui para a Região dos Lagos, aqui no RJ, e fui caminhar e correr na praia. Pensamento a mil, sentimentos à flor da pele e uma vontade imensa de me ultrapassar e à dor que eu estava sentindo: rejeição e incompreensão não são algo que se possa viver facilmente. Me recordo que, depois de aproximadamente 40 minutos correndo pela beira da praia, me toquei que o sol estava se pondo e criando reflexos fantásticos na superfície da água do mar que tocava a praia. Cansaço, distração, oxigenação no cérebro? Não sei bem o que me fez ver com outro olhar aquilo que já estava olhando. Também me fez parar, observar tudo ao meu redor, entender um pouco o meu lugar naquele mundo fantástico que eu podia vivenciar. Sentei-me na areia e fiz uma prece em agradecimento pela oportunidade recebida. Foi o suficiente para ultrapassar a dor. Louvado Seja!

Depois de algum tempo em cartaz, finalmente, assisti ao Quem quer ser milionário? uma viagem pela Índia e seus contrastes sociais. A história do Jamal e sua perseverança ao se manter fiel ao seu amor e, contra todos os obstáculos, ir ao seu encontro.

Prosseguir em direção a um alvo com persistência não é uma marca registrada do mundo atual onde tudo é passageiro, tudo é substituível, tudo é para apenas uma estação.

Outro filme que me fez refletir a esse respeito foi o Prova de Fogo. Nele um casal às vésperas de um divórcio, vive experiências inusitadas quando o pai do marido, propõe para ele cerca de 40 dias de espera que seriam preenchidos com tarefas de um pequeno manual. Aos poucos a transformação da visão do imediatismo se desfaz em prol de uma mais voltada para a plenitude do encontro e do amor.

Estou refletindo a esse respeito: a velocidade dos encontros não precisa ser estabelecida pela falta de paciência com o dia a dia. Seria possível ter uma outra ótica sobre nossas motivações.

De certa forma, o que proponho como questão, para ser pega com carinho*, é que a realidade é múltipla dependendo da nossa percepção. E basta um pouco de vontade para a observarmos sob um outro prisma.

Quem sabe a ficção não é mais fatual do que a realidade?


Wellington de Oliveira Teixeira, em 06 de setembro de 1998.

* obrigado por me ensinar a falar assim, Denise Farias, tem sido muito importante pra minha vida.
** Pela primeira vez posto uma arte não feita por mim, mas que eu gostaria de parabenizar o autor. Só não consegui. Deixei, então, o endereço de onde achei. Parabéns, autor!

30 de jul. de 2009

Fases

Fases, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 30/07/09. Fases, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 30/07/09.

*.

Escrevi sobre os fases como momentos estruturados com uma certa continuidade mas que anunciam as mudanças e que eram períodos que o ser humano vivia, como uma linha do tempo.

Mas fases tem outras características peculiares: elas nos mostram a sequencia dentro do trajeto de um ponto a outro.

Vejo também como um certo encadeamento de ações que se sustentam por alguns momentos até que algo dispare a mudança.

A estruturação de seu movimento parece ser a linearidade com pequenos e determináveis pontos de ruptura.

O grande barato de se olhar os acontecimentos a partir das fases é a invenção de uma permanência que inexiste. Por exemplo, acreditamos ser a mesma pessoa no decorrer da vida, quando apenas carregamos alguns rastros e marcas de vivências na memória - inclusive na afetiva. Essa é uma crença que nos leva a também querer ver uma certa permanência nas outras coisas e pessoas.

Socialmente falando, podemos nos considerar um conjunto de pessoas que se atrelam umas as outras por conta de pequenas ou grandes determinações de procedimentos que, na maioria das vezes, apenas tentam criar um modelo de permanência por fases.

Aceitamos atitudes e ações diferentes para a infância, a adolescência, a juventude, a maturidade e a velhice; em cada uma pequenas discrepâncias são facilmente aceitas. Mas não aceitamos uma certa curvatura no processo: nada de crianças agindo como adultos e nem de adultos agindo como crianças. Uma fase não deve retroceder nem adiantar demais. Tudo tem que ficar nas proximidades, sem sair do controle.

É bom termos um certo controle do que passamos e a percepção das pequenas rupturas que geram em nós a mudança. Como nos relacionamentos, há fases como em encanto-paixão-amor, esse conjunto também inclui aproximação e separação dos envolvidos, por diversos motivos.

Mas um bom motivo para se pensar as fases é que fica claro para você mesmo alguns dos passos que foram dados para se chegar aonde se chegou. E, é claro, ter o prazer de perceber que se está em movimento e não estagnado.

Vamos em frente.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 30 de julho de 2009.

* Depois eu coloco uma citação que estou procurando. Ninguém é de ferro!

20 de jul. de 2009

A chama o chama

A chama o chama, criado em 19 de julho de 2009.

Quando um homem resolve fazer alguma coisa, tem que ir até o fim - afirmou Dom Juan. Mas ele tem de assumir a responsabilidade daquilo que faz.
Não importa o que fizer: primeiro ele tem de saber por que o faz e depois tem de prosseguir com seus atos sem ter dúvidas ou remorsos a respeito.
(Carlos Castanheda)

Estou toda a hora sentindo-me compelido a desenhar, escrever, ouvir algumas músicas e ver até aonde consigo ir nesta estrada solitária que estou percorrendo.

Sozinho, sim. E, apesar de ser uma opção forçada, a assumo como minha opção.

Fico imaginando quantas pessoas estarão passando pela mesma situação e quais são as opções que fizeram, por qual estrada resolveram caminhar. Me vem ao pensamento que alguém pode ter lidado melhor que eu com a questão e fico tentado a ter algum contato com essa pessoa para ouvir qual foi o modo como enfrentou o problema.

Sim, é um problema que me acompanha durante o dia e me impede quase que totalmente de dormir, porque fica martelando a minha cabeça e mantendo-a em atividade quando eu precisaria repousar.

O cérebro não pára. Me prende, me incomoda, não me deixa sossegar - que é o que me bastaria, por enquanto.

E mesmo que eu ainda deseje graus e graus de longitude de você, quero analisar essa questão com cuidado. Não há porque me deixar levar: não faz parte do meu comportamento escamotear alguma questão, mesmo que dolorosa.

Analisando o outro lado, noto em suas tentativas diárias de contato a falta de referência e um certo desespero com relação a perda, não apenas do carinho, mas do cuidado e da ajuda. Nas mensagens, uma tentativa de se iludir que não aconteceu nada, que tudo permanece como antes.

Entendo o gesto, mas o ignoro. Responsabilidade é pra ser assumida. Escolhas são para serem honradas. Respeito aos outros envolvidos deve ser garantido.

Não é fácil para nenhum dos lados esse momento inicial de distanciamento.

Encarar que a aposta mais alta foi perdida, mais difícil ainda. Principalmente para quem apostou em uma possível transformação para melhor do outro, em uma capacidade de entendimento da situação e em um sentimento de respeito.

No mundo onde reinam as paixões, a chama é intensa. O desejo é algo para ser muito respeitado, pois a qualquer momento ele pode lhe dominar.

As vozes da razão e da emoção podem até fazer uma trégua na disputa, mas há um perigo, sempre presente na paixão, que precisa ser avaliado com muita calma: quando a chama o chama você pode se machucar.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 20 de julho de 2009.

* Está sendo bom perceber a convergência entre sentimentos e pensamentos nos meus textos e nas imagens que estou produzindo. Coerência? Talvez. O bom é saber que, aos poucos, tenho conseguido retomar a meus processos internos e me sentir feliz com o resultado do que produzo. Como disse aqui há algum tempo atrás, 'carrego em mim as sombras e as cenas iluminadas da minha vida - isso me torna pleno'.

19 de jul. de 2009

A mágoa e a Raiva

Mágoa e Raiva, criada por Wellington de Oliveira Teixeira em 18 de julho de 2009
Mágoa e Raiva, criado em 18 de julho de 2009

Toda vez que sentir, como sente sempre, que está tudo errado e você está prestes a ser aniquilado, vire-se para sua morte e pergunte se é verdade. Ela lhe dirá que você está errado; que nada importa realmente, além do toque dela. Sua morte lhe dirá: 'Ainda não o toquei.'
(Carlos Castaneda - Viagem a Ixtlan)

A mágoa e a raiva nem sempre caminham juntas. Creio que é possível ter raiva sem estar magoado e estar magoado sem ter raiva.

Normalmente eu me enraiveço com atos que considero ignóbeis que me são dirigidos por desconhecidos e me magôo com atos dos que conheço bem.

Tem uma questão, aí, que tem haver com sentimentos e com atos. Os atos dos desconhecidos parecem, a mim, serem frutos de uma atitude pessoal de cada pessoa. E, quando dirigidos a alguém, carregam uma certa vontade pois, do contrário, não fariam o efeito que produzem.

Já com relação às pessoas de quem se gosta, isso não é tão cem por centro. Vários atos de alguém por quem temos sentimentos valiosos, como amizade e amor, nos ferem sem nunca terem sido dirigidos a nós. Eram uma pura expressão pessoal de quem os praticou e nós não éramos o alvo. Então, luto dentro de mim para que as coisas não se misturem.

Avalio que as ações de quem eu gosto têm o poder de me ferir por eu me manter aberto a essas pessoas, por estar sempre sintonizado com elas e quase sempre à sua disposição.

Gostar é um terreno perigoso e é, também, um poderoso meio de intercomunicação: a acessibilidade proporciona uma mensagem muito direta, com a possibilidade de uma resposta quase que instantânea.

Há um porém que precisa ser avaliado: a potência das ações é realçada em ordem exponencial - um pequeno gesto ganha proporções grandiosas; Uma simples lembrança, um telefonema, um piscar de olhos, um sorriso compartilhado são capazes de provocar mudanças internas e externas incompatíveis com o poder original da ação.

Sendo assim, é praticamente impossível não ser atingido pelas ações de quem se gosta ao mesmo tempo em que é possível simplesmente ignorar as ações dos desconhecidos.

Talvez por isso, quando um ato de um estranho qualquer tem força para nos atingir, a reação é de raiva - você não se cuidou, se expôs e ficou vulnerável. E a raiva tem mão dupla: é dirigida ao estranho e a si mesmo. Quem sabe essa não é a razão de ser tão mais explosiva e destrutiva?

A mágoa, por outro lado, promove a dor, o ressentimento, a tristeza e a depressão. É como se a mágoa tivesse o poder de drenar a positividade da relação.

Há um caso especial, quando alguém que amamos age intencionalmente contra a gente. E, nesse caso, a probabilidade da interação dos sentimentos de mágoa e de raiva é imensa. E de, associados, produzirem duas reações simultâneas em nós: a explosão e a dor. Em primeiro momento não distinguimos o alvo, já que se assemelharam na intenção com os estranhos, e depois, quando identificamos vir de alguém a quem amamos, somos tomados por um tipo de tristeza que é capaz de doer, para além da alma, no corpo.

Creio que estou vivendo um momento conflitante: amo uma pessoa e odeio o modo como ela agiu. E, para o bem dos dois, preciso descobrir um meio de ultrapassar a raiva e a mágoa. Ambas refletem apenas a minha fraqueza e a minha incapacidade de avaliar as situações e as pessoas. Além disso, preciso me reensinar que não sou melhor que ninguém e o que pode fazer a diferença é o modo como lido com as situações da vida.

Há algum tempo atrás li algo que redirecionou minha vida: a morte está sempre ao nosso lado, logo não há tempo para mesquinharias e atitudes imbecis.

Penso comigo mesmo, pra que carregar um fardo que não se pode suportar? Melhor deixar de lado ou para trás e ir adiante.

É isso que estou fazendo: não mais me permitindo ser atingido por quem foi como um estranho pra mim; me afastando e evitando ao máximo os contatos; impedindo o acesso que era gratuito ao centro de mim mesmo e deixando claro que somente os sinceros merecem a minha sinceridade e meus gestos de ternura.

O amor? Esse nunca termina. É verdade! O perdão virá.

Mas a proximidade, infelizmente, essa ficou perdida quando eu me perdi entre a raiva e a mágoa.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 19 de julho de 2009.

* Ao mesmo tempo em que escrevo isso, me recordo de ter ferido, não por desejar, uma família a quem sempre amei. Eles me ensinaram, na prática, que o amor perdôa. Sou extremamente grato por essa lição.

15 de jul. de 2009

Quando a tormenta se aproxima

Tormenta, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 15/07/2009
Tormenta, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 15 de julho de 2009


" Corro perigo como toda pessoa que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado." (Clarice Lispector - Água Viva)

O que um homem faz diante das questões diárias é puramente manter uma certa rotina, é agradar a um grupo que esteja mais circunvizinho, é ter um certo controle de algumas variáveis sociais. Sua preocupação se remete às tentativas na base do erro e do acerto no trato com os temperamentos e caráter de alguns que estão para além do seu círculo mais próximo e no esquecimento dos fatos que estejam em níveis e espaços ulteriores.

Fundamental, então, nos projetos deste homem é assegurar-se de que nada que o alcance ultrapasse um raio de distância segura e atinja o seu núcleo de sustentação. Isso porque o seu controle é diretamente proporcional ao medo que possui dos aspectos que escapam ao corriqueiro: há um pavor que se manisfesta quando suas previsões anteriores não se concretizam e as forças de sustentação do seu mundo não engendram mais o campo de força que o mantém refém do processo da repetição cotidiana.

A insegurança se manifesta com o inesperado, o desconhecido. O descontrole se instala quando as suposições a respeito do seu mundo não se enquandram mais nas categorias pré-estabelecidas.

Seu estado permanente é o de manutenção de uma determinada ordem. E a ordem é viver na reação, na passividade, sob o domínio das paixões.

Mas qualquer que seja a idéia de mundo pessoal ou coletivo, ele sempre vai estar sob a ação de forças inexoráveis, que promovem a mudança, a transformação e, arriscaria dizer, enxertam uma certa evolução ou aperfeiçoamento via fragmentação do estabelecido.

Sendo assim, a única previsão verdadeira é a de que as variáveis sempre escaparão ao controle e irão provocar as rupturas no tecido do cotidiano. E quanto maior a pressão para manter sob controle permanente a coesão, maior a atração causada nas forças de desconstrução.

Apesar de sua vida ser estabelecida numa relação de manutenção com o passado e de esperança com relação ao futuro, isso só pode trazer contradição, confusão, sofrimento e dor. Esses pressupostos fogem à realidade do ser e do estar no mundo.

E quando as forças invadem seu espaço e quando a tormenta se aproxima, aí o bicho pega. Ou muda ou morre.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 15 de julho de 2009..

"Nova era, esta minha, e ela me anuncia para já. Tenho coragem? Por enquanto estou tendo: porque venho do sofrido longe, venho do inferno de amor mas agora estou livre de ti. Venho do longe - de uma pesada ancestralidade. Eu que venho da dor de viver. E não a quero mais. Quero a vibração do alegre… Liberdade? é o meu último refúgio, forcei-me à liberdade e agüento-a não como um dom mas com heroísmo: sou heroicamente livre. E quero o fluxo." (Clarice, de novo, é claro!)

12 de jul. de 2009

Dúvidas e crenças

Raio de Esperança, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 12/07/2008.
Raio de Esperança, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 12/07/2008

"Vença a sua auto-piedade agora mesmo. Vença a ideia de que está ferido e o que permanece para você como resíduo irredutível?
O que permanecia como resíduo irredutível era o sentimento de que tinha dado meu presente final para ambas. Não com a intenção de recomeçar nada, nem de ferir ninguém, incluindo eu mesmo, mas no verdadeiro espírito do que dom Juan tinha tentando me mostrar - no espírito do guerreiro-viajante, cuja única virtude, dissera ele, era manter viva a memória de tudo que o afetara, e a única maneira de dizer obrigado e adeus era através desse ato de magia: guardar em silêncio tudo aquilo que amara."
(Carlos Castaneda - O lado ativo do infinito)

Bem, agora que eu decidi, acho que devo seguir adiante nessa proposta de falar sobre dúvidas e crenças. Não de religiosidades, apenas dessas pequenas e grandes dúvidas que nos pegam, desprevenidos ou não, no dia a dia, principalmente em relação aos conhecidos.

Para alguém que estava atento ao texto e ficou em dúvida sobre o porque de não fazer de certezas a oposição às dúvidas, explico que não acredito em certezas absolutas com relação às questões diárias.

Quando o tempo está mais ou menos temos que apenas decidir o modo como vamos nos vestir, se levaremos proteção (guarda-chuvas, sombrinhas, impermeáveis, etc.) e o fazemos em uma opinião ou crença pessoal sobre o mais provável de ser o melhor.

Acontece algumas vezes de o tempo apresentar-se claramente e exigir escolhas mais definidas, ainda que não definitivas.

As pessoas que conhecemos, por analogia ao modo do tempo, tomam decisões e agem ora com uma clareza tranquila ou atordoante (a verdade pode agredir também, sabia?, é como um dia ensolarado demais que exige óculos escuros) ora com uma nebulosidade embaraçadora. Nesta última forma, acredito que nem sempre por falsidade ou por maldade: alguns são um pouco protetores de si mesmos e não querem muita exposição. E junto da cortina de fumaça que criam ao seu redor nos provocam as dúvidas sobre quem são realmente.

Entre as crenças comuns, há a de que são melhores aqueles que se expõem facilmente. Talvez seja assim. E, talvez, sejam apenas as nossas inseguranças que nos levam a acreditar desse modo.

Mas eu também avalio uma forma de entender as nebulosidades dos comportamentos como transformações de cada um. Mudanças acontecem em todos, todos os dias, e - quem sabe você está de acordo comigo - por conta delas não dá pra estarmos seguros de tudo, todo o tempo. E não sendo seguros dentro de nós mesmos, como seremos exteriormente?

Isso justifica parcialmente um monte de atitude daqueles que estão ao nosso redor, você não acha?

Bem, nem tanto, certo? Pois aí é que eu alcanço a questão que me levou a utilizar esse blog para compartilhar e discutir com outros seres pensantes a esse respeito.

No caso da omissão voluntária que comecei a esboçar no texto anterior (Eu me acostumei… - http://bigwzh.blogspot.com/2009/06/eu-me-acostumei.html), eu consigo ver a possibilidade de uma ação bondosa. Exemplifico isso lhe indicando pensar numa pessoa que não dá uma notícia negativa a alguém enfermo ou em idade bem avançada por conta da preocupação com sua reação e dos problemas que podem advir delas. A outra possibilidade é a do engano premeditado. Para este caso, pense em alguém que não conta sobre seu casamento para não perder um outro relacionamento. A bem da verdade, são omissões, mas se distinguem amplamente.

Há muitas questões éticas e/ou morais entrelaçadas e fica uma possível crença de que ambas as ações podem ter seu fundo de bondade mas, no segundo caso, de tão nebulosa a ação remete muito mais para o campo da dúvida. Mas quem garante?

Será que nossa avaliação é em função de nossa inclusão na questão? Será que é pertinente pensar que a relatividade das avaliações gira em torno de o quanto nos interessa a questão?

De novo, aparece a questão da crença e, por via das dúvidas, penso bem e acho que devo continuar essa reflexão em outro momento, pois estou envolvido demais para ser um avaliador.

Ainda assim, assinalo minha indignação por qualquer ação que não meça o nível de agressão que causará. Não que seja possível cuidar de todas as variáveis, mas, quando é algo mais objetivo, sempre parece uma espécie de canalhice ou covardia a omissão. E, para esse caso, o melhor para mim é a distância e a fé de que - na grande maioria das vezes - melhor sozinho do que mal acompanhado.


Wellington de Oliveira Teixeira, em 12 de julho de 2009.

* Raio de Esperança é a continuação do trabalho que fiz 'desfazendo-se no redemoinho'.

28 de jun. de 2009

Eu me acostumei...

Desfazendo-se em redemoinho, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 28 de junho de 2009
Desfazendo-se em redemoinho, criado em 28-06-2009

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Soneto de Separação - Vinícius de Moraes)

O grande barato da vida é que ela é uma caixinha de surpresas instantâneas - quando menos você espera, algo acontece e o bicho pega. Mas, afinal de contas, quem não gosta de ser supreendido? Tudo bem que - e nisso estamos de acordo - a preferência é por surpresas agradáveis, o que nem sempre acontece, né?

Controle é algo tão desejado nessa hora, mas tão distante das vias de fato…

Dentro de nós há um redemoinho e parece que todo o arsenal de que dispomos falha quando tentamos retomar a direção do caminho. Onde a luz do fim do túnel finalmente irá despontar? E quantas oportunidades serão necessárias para identificarmos e tentarmos nomear o que sentimos?

A impressão pra mim é que isso soa muito piegas e eu estranho ter escrito desse modo. Mas o que fazer se é o modo que se identifica mais com as questões que vieram à tona num não dito descoberto?

Cobertura pela omissão não é o mesmo que mentira, soa mais como proteção. Então, opto por crer na positividade da ação, via bondade.

Um final de semana que poderia ter sido semelhante aos outros me embaraçou, literalmente, os pensamentos a ponto de não conseguir fazer nenhuma lógica nem dar sentido aos fatos.

Sou um escorpião que ascendeu ao aquários mas não deixou de lado a intensidade dos sentimentos e a vontade de um retiro, sempre que possível, ao invés de um ataque. Mas o consumo de mim mesmo nunca será minha primeira opção se puder consumir o que quer que me desgaste usando a escrita e o desenho como meio de extravasar e racionalizar - pelo menos por alguns momentos - até que o redemoinho perca a sua intensidade máxima e eu já consiga vislumbrar o real ou visualizar o cotidiano (que nem sempre andam juntos, diga-se de passagem!).

Um tempo atrás escrevi sobre o peixe e o escorpião (http://bigwzh.blogspot.com/2008/04/o-peixe-e-o-escorpio.html) e avaliei que esses mundos não foram feitos para se misturarem, mas que eu tentaria me esgueirar para vislumbrar o outro lado. Isso foi em abril de 2005 e foi o resultado de anos de encontros anteriores e reflexões.

Depois disso, meu exercício ficou muito mais interessante: não apenas vislumbrei, mas adentrei a este outro mundo. Descobri potencialidades, vi transformações, me tornei cúmplice de um processo de individuação e, agora, sinto-me parte deste mundo.

Certo, ele não é o meu mundo, mas faz parte dele e, como qualquer parte, pode ser retirada do todo cabendo uma única questão principal: o ser sobrevive sem essa parte? E, você, que é inteligente, me perguntará se consigo distinguir de qual ser estou falando, de mim ou do outro. E fico num círculo vicioso tentando esclarecer a questão e, para sair dele, só por esse momento, direi que com relação aos dois.

Fiz uma descoberta, a partir da experiência: um escorpião não sobrevive por muito tempo nas águas profundas sem abrir mão do que o torna ele mesmo e assimilar as possibilidades do peixe. Não é impossível, mas muito improvável, manter-se pleno de si mesmo após isso.

Então, antes que aquilo que sou se desfaça, desfaço do nós o nó que permitia o plural. Hora de experimentar-me só.

Fica uma questão, dentre outras - a mesma que o atingiu há alguns dias - o que nos fez nós e o que nos manteve assim? E por falta de uma resposta melhor, disse 'eu me acostumei'…

Wellington de Oliveira Teixeira, em 28 de junho de 2009.

Para mim o redemoinho é o modo como as possibilidades da vida fazem um encontro conosco e produzem o novo

7 de jun. de 2009

Fluxos versus Fases

Well-OutrosFluxos foi criado por Wellington de Oliveira Teixeira, em 03/05/2009 Outros Fluxos criado em 03 de maio de 2009.

"Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."
(Antoine Lavoisier)


Para mim, a perfeição é o processo, diário, de quem sempre segue adiante.

Vivemos muitos momentos na vida biológica. Da concepção à morte entramos e saímos em fases diferenciadas que nos modificam do momento anterior: nascimento, infância, pré e adolescência, juventude, maturidade, velhice, que são os períodos que se espera que todo o humano viva.

E para traçar essa linha histórica de alguém pedimos auxílio às ciências e descobrimos genes, células, glândulas e outros elementos que comandam a função vital são todos programados para nos prepararem para percorrer essa linha do tempo, nos fazer morrer, ao final.

Todos os que não tropeçam prematuramente na morte, neste intervalo, passamos por isso com mais ou menos angústias, incertezas, temor.

Em geral queremos avançar na escala até o momento em que percebemos que adiante se encontra a escala descendente e a decadência. A partir de então queremos retardar o avanço para nos eternizar.

Geramos, por forças externas e internas, modelos para nos guiar e até tentamos nos assemelhar a eles. Mas os heróis são, na maioria das vezes, apenas uma tentativa de lidarmos com os nossos fracassos.

Quando penso a vida, tento me liberar do pensamento das fases. Em seu lugar me proponho pensar os fluxos. Fluxos não são fases. Não são estruturados, acontecem a todo momento.

Fluxos não são categorias, apesar de podermos pensá-los com auxílio de oposições: fluxo de tristeza e de alegria, ânimo e de desânimo, de força ou de fraqueza, por exemplo. Em resumo, fluxos de composição ou decomposição.

São os fluxos que geram em nós a busca de novos encontros e, por isso, nos levam adiante. E ao pensar nisso, imagino que sejam eles os responsáveis pelo nosso caminho.

Novidade de vida é algo que se processa a todo momento, mas não alcançamos, necessariamente, essa percepção de forma simultânea: uma questão com o sincronismo entre atenção e domínio de si.

Acredito que, mesmo com essas precariedades, somos lançados pelos fluxos às transformações e toda transformação precisa de energia para ser consolidada, nem que provenha da desconstrução do material original, o que, às vezes, causa uma certa dor e uma sensação de perda. Mas, como aprendemos já há muito tempo: nada se perde, tudo se transforma.

Sendo assim, o que nos impede de ultrapassar o estabelecido pelas fases e, exercitando uma vontade soberana de novos encontros com a vida - em muitas dimensões e arranjos -, conquistar o que se denominou de fronteiras pessoais e interpessoais?

Cai na PAz e Vá em frente. Amigos São Amigos Pra Sempre!!!

Wellington de Oliveira Teixeira, em 7 de junho de 2009.

Para Pablo, após a sua nova tatuagem.

19 de abr. de 2009

Apneia

Apnéia, criada por Wellington de Oliveira Teixeira em 19/04/2009.

Apnéia, criada em 19 de abril de 2009.

Cada pessoa, todos os fatos da sua vida ali estão
porque você os pôs ali.
O que fazer com eles cabe a você resolver.
(Ilusões - Richard Bach)

Ei, agora que não estou com você por perto, vou tentar me entender sem você. Puro exercício de vontade, talvez só uma distração para esse tempo estranho, para esse momento de saudade, para essa tentativa de não pensar no quanto é bom tocar seu corpo, ouvir você me pedindo um cuidado, um toque, um carinho e ver que, a cada dia que passa, sinto que a sua entrega é maior.


Já vivi esse momento antes com você. Sinto-o como uma repetição de outros tempos. Os primórdios de nós mesmos, do nossos primeiros encontros e da paixão que nos tomou e se fez marca em nossas almas.


Incrível como, depois de tanto tempo, as ondas voltaram a espraiar-se nessa mesma areia.


Todo romance em teoria deveria ter o seu tempo de duração, posto que paixão é incêndio: queima e consome. Em alguns casos meus foi assim. Mas o seu carrega uma particularidade: reacende a cada período, fruto de um biorritmo que por algum tempo leva pra longe pra depois trazer pra perto - a cada volta, mais perto ainda. Uma busca de alcançar o núcleo de mim.


Aprecio quando eu consigo ter uma certa clareza do meu vôo. Não para tirar o brilho dos momentos que vivo ao seu lado, não para racionalizar o tremor do seu corpo no momento do êxtase, não para explicar o valor do amanhecer pela física do brilho do sol! É mais uma busca de um norte e seguir em frente com as vivências que esse encontro gera.


Nosso convívio conta com muitos anos e o amor se estabeleceu para além de qualquer outra forma de expressão. Isso para mim é o que nós temos de melhor:
o amor é algo maravilhoso que nos contempla com mergulhos mais profundos. Tem que ser distinguido dos descaminhos de uma aventura que, por melhor que possam ser, são a duração de um fôlego, mergulho em apnéia.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 20 de abril de 2009.

8 de mar. de 2009

Coisa de momento

Nú dorsal, foto e arte por Wellington de Oliveira Teixeira, em 22/11/2006.
Nú dorsal, arte sobre foto em 22 de novembro de 2006

As suas pernas como colunas de mármore,
fundadas sobre bases de ouro puro;
o seu parecer como o Líbano,
excelente como os cedros.
O seu falar é muitíssimo suave:
sim, ele é totalmente desejável.
Tal é o meu amado, e tal o meu amigo,
ó filhas de Jerusalém
(Blíblia Sagrada, Cântico dos Cânticos 5:15-16).

Quanta felicidade é perdida por condições do momento que simplesmente não contamos ou não conseguimos ter sob nosso controle?

Gestos expressivos ficam engessados por uma capa de comportamento dito necessário diante de um olhar que espera algo mais.

E o nosso olhar congela, a boca resseca, a voz emudece. Por segundos, que parecem eternidade, a alma do ser sai de um corpo que teima em não ser completo. Parece que a batida do coração fica suspensa num vácuo.

Mas a morte é inexorável e a ninguém permite indulgências. Por que, então, desistimos de viver o que é pleno em nome das circunstâncias? Por que o falso tem prioridade fazendo com que as aparências subjuguem os verdadeiros sentimentos? Por que as marcas que nos constituem são, em sua maioria, de decisões errôneas, de forças castradoras, da covardia que nos domina sempre que estamos no campo social diante de outros imbecis, como nós, repetindo em côro o modelo social da dominação de um padrão?

Eu ainda recordo de ter visto em seus olhos o brilho diante da opção de liberdade - ainda que momentânea - que lhe apresentei na noite de sexta-feira. Ainda tenho a lembrança daquele sorriso surgindo no canto da boca e da entrega irrestrita do seu corpo e da sua alma.

Não. Eu não o censuro por voltar à vida cotidiana e recomeçar a eterna rotina de ser quem não é para poder ser alguém. Você foi verdadeiro demais ao dizer dos seus medos e da sua atual incapacidade de lidar com as questões de sua alma e com os conflitos do seu corpo.

Mas, verdade seja dita, naquela noite você foi pássaro e conseguiu fazer um vôo que ultrapassou as barreiras que o aprisionavam. E eu vi o brilho que um pouco de felicidade gerou em você.

Sei que foi uma coisa de momento e, como tudo na vida, passou. Quem sabe, haverá outros?

Wellington de Oliveira Teixeira, em 8 de março de 2009.

* Pra que eu nunca esqueça, mesmo depois de nove anos…

25 de fev. de 2009

Teimosia

Teimosia, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 25 de fevereiro de 2009
Teimosia, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 25/02/2009


— Depois de uma resposta tão maneirosa, aconselha-me minha filosofia a calar e não perguntar mais nada; tanto mais que em certos casos, como sugere o provérbio, só se permanece filósofo — calando-se.
(Nietzsche - Humano, demasiado humano.)

Quando alguém insiste numa determinada direção, mesmo quando a maré parece ser contrária, nos acostumados a chamar esse alguém de teimoso.
Não parece óbvio que quem vai contra os ventos não alcançará o seu objetivo?

Esse é um senso comum que sempre vai não ao encontro mas de encontro aos nossos desejos, principalmente quando eles exigem da força de vontade.

Normalmente, esse senso comum é dirigido só para gente comum e, assim, para aqueles que não se sujeitam ao mandamento do ir somente à favor da maré, seguir a maioria, pegar caminhos já trilhados (e talvez, por isso, mais fáceis) é destinada a teimosia como arma por que há ocasiões em que não dá para desistir de tentar, de buscar, de seguir para um alvo, de ir em busca de sonhos e de criar seus próprios caminhos a partir de pequenas trilhas construídas com braços, pernas ou com o corpo inteiro.

Contraditoriamente, admiramos e damos honrarias àqueles que vencem a vontade de ficar com as facilidades e querem o ultrapassamento dos limites, dos obstáculos, dos desafios. Os troféus são destinados àqueles que vencendo seus próprios corpos conseguem vencer as marcas de outras pessoas e querem ser os desafiantes de si mesmo. Mas essa é uma contradição que facilmente é justificada por todos ao dizer que são seres especiais, capacitados, seres extraordinários os que conseguem, não os meros mortais.

Acalmamos a nossa vontade de ir pro mundo e de descobertas para não corrermos riscos. Sempre é perigoso ir sozinho. A velocidade é perigosa, as alturas e as profundidades são assustadoras. A expressão de si causa um medo terrível.

Somos adestrados diariamente para não acreditarmos em nosso potencial e também a não saber mensurá-lo corretamente. Há aqueles que se julgam imortais e sem elaborar uma estratégia para obter a vitória sobre os seus desafios, se lançam num mundo desconhecido e potencialmente mortal ignorando as possibilidades de minimizar as forças da adversidade. A esses à teimosia deve ser acrescentada outra adjetivação: burrice.

Lembro-me de uma expressão que ouvi várias vezes ser dirigida tanto a mim quanto a outros: teimoso como um jumento. E para ser sincero, como nunca vi um jumento empacar, fico só com a imaginação da cena: alguém tentando puxar, empurrar, tirar o animal de algum lugar e ele se negar a dar um passo a mais.

Outros, porém, se utilizam de todos os recursos disponíveis e seguem aos mais altos pontos da terra, ao mais profundo dos mares, deslizam por montanhas de gelo, dão saltos e vivenciam a experiência da novidade e da superação. Também são parte destes outros aqueles que ousam expressar a sua verdade na arte e o fazem com fotos, pinturas, esculturas bem como os que cantam, dançam e usam todo tipo de material e tecnologia disponíveis para alcançar efeitos cada vez mais intensos.

São esses teimosos os que delimitam novos territórios e alargam os limites e que fazem o mundo mais amplo para si e para os outros. E são realmente dignos de mérito pelos seus feitos.

Em alguns momentos, porém, fico pensando que teimosos são aqueles que se deixaram paralisar e que não aceitam os desafios da vida, os que ficam se lamentando pela dureza da vida, os que somente se permitem fazer julgamentos de acordo com os padrões definidos e jamais conseguirão perceber a genialidade daqueles que - mesmo com tudo contrário - ousaram tentar. Se não conseguiram alcançar o objetivo, fizeram algo grandioso: abriram o caminho para, qualquer um que desejar, avançar.

Sem poder concluir, só descubro que a teimosia tem mais de uma face. Como todos nós.


Wellington de Oliveira Teixeira, 25 de fevereiro de 2009.

* Uma pergunta que qualquer artista pode fazer é: Por que eu teimo em produzir?

12 de fev. de 2009

Quando um segundo tempo chega

 Tayane Abs Gonçalves, anime dreams 2008-SP Fotógrafo desconhecido Tayane Abs Gonçalves, anime dreams -sp 2008

"Será que é assim que termina, pensei, será que tudo o que um Mestre diz não passa de um amontoado de palavras bonitas que não o podem salvar do primeiro ataque de um cão raivoso?"
(Richard Bach - Ilusões. As aventuras de um Messias Indeciso)

Eu conheci um jovem que sonhava ter um lar, ser um pai-amigo-professor, ter pequenas conquistas na vida desde que pudesse ter paz e sossêgo, possuir conhecimento que modificasse a sua e a vida de outros, ter a sua cara-metade para compartilhar tudo o que conseguisse e para se entregar por inteiro.

E o conheci de uma maneira inusitada, como tudo de bom na vida, um quase desconhecido o trouxe a mim e nos apresentou.

Logo de cara a pura oposição nele se mostrou: a estatura ocultava a grandeza do ser humano guardada em sua alma; a sua vivacidade se perdia em gestos contidos e tímidos; sua generosidade em partilhar escondia o imenso vazio que se criara pela necessidade de receber um olhar, um toque, um afeto genuínos; a firmeza dos seus gestos encobria a suavidade da sua entrega de si e do abrir mão do que lhe pertencia, por direito; o desprendimento em relação ao modo e ao que vestia camuflavam a força de sua presença e tudo o que apresentava apenas calava a bondade e superioridade do simples cuidar para que todos pudessem estar juntos e em prol da felicidade dos outros.

Abnegação não era ainda a palavra que o descrevia. Ele tinha apenas 13 anos e o que mais chamava a atenção era o seu olhar profundo e aquela tristeza que o acompanhou como amiga inseparável a vida toda. Em muitos momentos ela o tomou para si e o levou para um mundo exclusivo e impenetrável de onde, mesmo quem mais o amou, nunca pode retirá-lo.

A fascinação pelas conquistas o tornou um caçador de aventuras, desbravador de matas e buscador de trilhas para lugares onde o silêncio falava mais alto.

A sua entrega total o fez presa fácil da mágoa e do sofrimento - poucos são capazes de alcançar um patamar tão alto seja em coleguismo, amizade ou amor. Mas, como tudo no mundo, o aprendizado se fez presente e lhe conferiu honra ao mérito: onde todos desistiam, ele se entregava mais e mais.

Seus medos foram fantasmas sempre assíduos nessas horas, pois negar-se é o mesmo que abrir as defesas de si mesmo. E por conta disso, em muitos momentos tristeza foi sinônimo de depressão, de solidão, de incompreensão.

Eu sei por que eu vi, por que vivi junto tendo a impotência como companheira, já que ninguém pode viver a vida de outro e, mesmo que eu tenha as respostas para a pergunta dele, tenho como desafio conquistar as minhas próprias.

Indolência também foi marca registrada nesse jovem quase homem: tão fácil resolver as questões, por que se esforçar, por que antecipar os problemas, por que investir na previsão? Então, que tudo se resolva apenas quando não houver mais oportunidade de postergar.

Perdulário? Talvez. Mas jamais deixar de oferecer o melhor para os que estavam ao seu redor e principalmente sob sua proteção. Por conta disso, em várias ocasiões ficou em situação financeira complicada. Então, mais ainda se entregou a trabalhos extras para suprir tudo e mais um pouco. Mesmo que pessoalmente discorde desse procedimento, nele reconheço uma grande carga de afeto.

A sua sede de compreensão o levou a trilhar diversos caminhos entre filosofia, esoterismo e religiosidade. Leu muito, mas apenas o que lhe interessou. Conversou muito mais - esse era um caminho que mais lhe agradava - e questionou tudo e a todos. Colocou em cheque os parâmetros que o balizavam, por que eram de outros, para obter algo que fosse seu pedaço de fé, seu terreno de entendimento e sua proposta para a vida.

Agrediu alguns nesse processo, é claro. Autoridades se sentiram rejeitadas; parentes, incompreendidos; companheiros, solitários; amores, mal-amados. Fez parte de sua jornada pequenas agressões verbais, em momentos intempestivos, principalmente quando era o momento de dar novos passos, subir o degrau da plenitude. O quanto lhe doeu esse processo de desprendimento não sei dizer.

Foi conquistando os espaços desejados ao mesmo tempo em que abria mão de outras expectativas que tinha para si. E quando de si surgiram partes de si, mas, em si próprias, um outro, aprendeu o sentido da palavra abnegação enquanto o abrir mão de si por si mesmo. E o fez como não encontrei ninguém ainda capaz de fazê-lo.

E rio comigo mesmo ao pensar no herói que eu acabei de criar. E (des)rio, se é que posso criar essa palavra, por que é isso mesmo que eu acredito que ele seja por méritos próprios e não pelas palavras que posso me valer para descrevê-lo.

Um herói é aquele que ultrapassa a média e vai abrindo os caminhos com suas conquistas, mas, como todo mundo, carrega seus desafios e dores. Esse não difere.

Hoje, com família estabelecido, enfrenta o maior desafio de um grande homem: passar o bastão para os filhos, que reivindicam seu lugar no mundo sem sustentação, proteção, sobreposição de idéias por meio de autoridade formal. E, é claro, a sua liberdade para ir e vir sem justificativas, permissões ou esclarecimentos. Isso faz tão parte da vida que, mesmo repetindo-se há milhões de anos, nunca estamos preparados para enfrentar. Até mesmo nos convencemos de que o que acontece é por falta de amor, falta de respeito, falta de algo que nos faz falta e não sabemos bem o que é, mas que parece com o tornar-se desnecessário. Como pode ser desnecessário o abrir mão de si que sempre foi a sua marca registrada? No oculto da sua tristeza, aquele mundo onde ninguém o alcança, a sua dor se manifesta e acaba por expandir-se de tal modo que, mesmo inconscientemente, ataca os que ama.

Palavras geram mundo - isso ele aprendeu de guri. Mas, agora, ignora e agride. Diz o que não quer dizer, diz mau dito: maldito.

Supõe não ser mais quem era e não percebe que não é mesmo e ninguém é. E iguala-se ao menino(a) que o enfrenta - fazendo apenas o que a vida exige de cada um, isto é, o tornar-se alguém, individualizar-se, separar-se dos cordões umbilicais e tornar-se ser pensante para construir seu próprio arcabouço de conhecimento e vida. Numa expressão simples; buscar a sua plenitude.

Olhos de fora. É isso o que é necessário: uma outra visão, ângulos diferentes da mesma percepção. Não para delimitar o que deve ser feito, não! Ângulos auxiliares que nos alertem para outros possíveis que não entraram em nosso campo de visão. Todo o cotidiano nos embaça a visão quando nos faz acreditar na rotina e na repetição e não na transformação. Não vemos que o menino(a) cresceu e quer usar o que aprendeu.
_ "Você me ensinou assim, porque não posso aplicar na minha vida, agora?"
_ "Você é hipócrita!"
_ "Você é fraco!"

Será que foi isso que você achou daqueles que possuíam autoridade sobre você, quando foi o seu momento, nesta vida?

Mas esse homem feito não é igual a maioria. Certamente ele não pertence à mediocridade. É preciso respeitar o desafio de cada um: e esse é o dele. Quão difícil deve estar sendo essa nova tarefa hercúlea que a vida apresentou!

Só que ao mesmo tempo em que penso nisso, me lembro que a gente atrai o necessário sempre. Somos nós que buscamos os desafios pelo prazer e pelo aprendizado (shimoda e fernão capelo, lembra-se?), por isso devemos ampliar o nosso horizonte mais uma vez: somos seres ilimitados.

E, como estou distante, à distância me valho dos instrumentos possíveis para dar esse recado de um amigo para o seu melhor amigo: a superação sempre fez parte de sua trajetória e não será diferente dessa vez. Os caminhos não exitem em si, você é o caçador que faz as trilhas para alcançar o seu alvo. Construa, então, as pontes necessárias - se necessário use vigas de puro amor para serem indestrutíveis quando o ataque for mordaz, e agredir (só não se esqueça que nós é que permitimos que nos agridam) - e faça o fluxo ultrapassar as barreiras e os precipícios e alcançar o seu alvo.

Talvez seja esse o seu último grande e necessário ato para com esses que você amou, antes mesmo de nascerem - assim como eu. Por isso, dê o melhor de si. Acorde aquelas forças que repousaram por um tempo e manifeste o brilho deste ser que sempre foi alvo de minha admiração e amor.

Busquei nesse texto apenas recordá-lo de quem você é, porque é somente isso que é necessário.
Cai na PAz, meu amigo.


Wellington de Oliveira Teixeira, em 12 de fevereiro de 2009.



* Tayane (e Tiago) Abs Gonçalves são meus afilhados, filhos de Valcir Gonçalves e Djane Abs Gonçalves.