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25 de jul. de 2010

Amor e Solidariedade: a regra de ouro.

Deixando germinar
'...Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Não há outro mandamento maior do que estes.'
(Bíblia - Marcos 12:31)

No Brasil, há uma prática chamada café-com-leite que consiste
em que os mais velhos e/ou habilidosos abram mão das suas capacidades pessoais
em prol da inclusão e da felicidade de alguém menor ou sem a habilidade necessária nas brincadeiras.
Parafraseando um texto bíblico, eu diria, Deus provou seu amor por nós,
quando abriu mão de Sua grandeza e viveu entre nós, como um de nós,
e nos ganhou para Si, por amor.
Este é um comportamento* que torna alguém mais do que especial.
(Wellington de Oliveira Teixeira)


No Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais**. Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser encaminhadas para uma escola comum.

Num jantar beneficente de Chush, o pai de uma criança fez um discurso que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam presentes. Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou:

- 'Onde está a perfeição no meu filho Pedro, se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição? Meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não pode se lembrar de fatos e números como as outras crianças. Então, onde está a perfeição de Deus?'

Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai, mas ele continuou:

- Acredito que quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança.

"Uma tarde, Pedro e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que o conheciam, estavam jogando beisebol. Pedro perguntou-me: Pai, você acha que eles me deixariam jogar?

Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria na equipe. Mas entendi que se Pedro pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação. Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se Pedro poderia jogar. O menino deu uma olhada ao redor, buscando a aprovação de seus companheiros de equipe e mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:

Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava. Acho que ele pode entrar na nossa equipe e tentaremos colocá-lo para bater até a nona rodada.

Fiquei admirado quando Pedro abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino. Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar. No final da oitava rodada, a equipe de Pedro marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo por três.

No final da nona rodada, a equipe de Pedro marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Pedro foi escalado para continuar. Uma questão, porém, veio à minha mente: a equipe deixaria Pedro, de fato, rebater nesta circunstância e deitar fora à possibilidade de ganhar o jogo? Surpreendentemente, foi dado o bastão a Pedro.
Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão.

Porém, quando Pedro tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Pedro pudesse ao menos rebater. Foi feito o primeiro arremesso e Pedro balançou desajeitadamente e perdeu.

Um dos companheiros da equipe de Pedro foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador. O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Pedro. Quando veio o lance, Pedro e o seu companheiro da equipe balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador. O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Pedro estaria fora e isso teria terminado o jogo. Ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a numa curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base.

Então todo o mundo começou a gritar: Pedro corre para a primeira base, corre para a primeira. Nunca na sua vida ele tinha corrido... mas saiu disparado para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado. Até que ele alcançasse a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base, o que colocaria Pedro fora de jogo, pois ele ainda estava correndo.

Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base. Todo o mundo gritou: Corre para a segunda, Pedro, corre para a segunda base.

Pedro correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal.

Quando Pedro alcançou a segunda base, a curta parada adversária colocou-o na direção de terceira base e todos gritaram: Corre para a terceira.

Ambas as equipes correram atrás dele gritando: Pedro, corre para a base principal.

Pedro correu para a base principal, pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganho o jogo para a equipe dele."

Naquele dia, disse o pai, com lágrimas caindo sobre sua face, aqueles 18 meninos alcançaram a Perfeição de Deus. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!

Autor e data de criação desconhecidos.

* Há pouco tempo escrevi sobre o efeito Pic-tá (http://bigwzh.blogspot.com/2010/06/efeito-pic-ta.html) e sobre o seu poder de 'fazer a diferença' em diversas questões. Pois bem, esta é uma delas: a inclusão de pessoas com deficiências físicas e/ou mentais em todos os planos. Meu desejo, ao REPUBLICAR essa mensagem é que muitos também o façam e que influenciemos a adoção de novas atitudes perante as diferenças entre os seres humanos.

** Não gosto do termo 'especiais' para crianças com deficiências físicas e/ou mentais, por melhor que seja a intenção. Para mim todas as crianças (e adolescentes e adultos e idosos...) são especiais. Só o mantive por respeito ao autor, mesmo que desconhecido.

17 de jul. de 2010

Em tempo: com Deus, tudo é possível.

W criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 04/06/2010 (wallpaper para o meu celular).W criado em 04/06/2010 (wallpaper para o meu celular).

As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus.
(Bíblia - Lucas 18:27)

Cada pequeno avanço na liberdade humana foi disputado ferozmente
entre aqueles que querem aumentar o nosso conhecimento
para que sejamos mais sábios e mais fortes,
e aqueles que nos querem obedientes, humildes e submissos.
E agora esses dois poderes estão se preparando para a guerra.
(A faca sutil - Philip Pullman)

Mais uma vez, assisti ao filme Desafiando Gigantes* e, dessa vez, do modo que eu mais gosto de ver filmes desse tipo: sozinho.

E, no momento em que fui escolher um filme para ver, pensei no porquê de escolher esse se já conhecia o enredo, se ainda me recordava de diversas cenas, se já o tinha visto mais de uma vez. Mas algo maior me impulsionou e fui adiante. Liguei o equipamento (vocês que me conhecem sabe o quanto eu gosto de boa imagem e de boa sonorização!) e fui me inserindo no contexto do filme.

Redescobri o chorão que existe em mim, com as cenas sobre as muitas dificuldades na vida do treinador do time de futebol americano Águias consigo mesmo, no trabalho e em casa, e quando as lamentações seguiram ao encontro de suas limitações. É muito fácil se identificar com alguém que está passando por dificuldades.

Mas eu sabia, antecipadamente, como as coisas iriam se desenrolar, as escolhas que ele iria fazer, como tudo iria mudar por conta dessas decisões - após um visitante inesperado o desafiar a acreditar no poder da fé.

Era como se eu pudesse ter a visão de Deus sobre as coisas: aconteceria isso, aquilo e depois, outra vez, isso ou aquilo outro. Os acontecimentos de nossa vida são uma espécie de cena de filme: as vezes são repetições dos fatos em outras circunstâncias e, se não conseguimos superá-la, reaparecem.

Quando encaro alguns desafios e sinto que a situação é complicada, que não estou conseguindo achar uma solução, que começo a me sentir derrotado, eu me lembro: já vi esse filme!

Sim. Quantas vezes me vi lutando contra gigantes em minha vida; quantos foram os momentos que pedi ajuda aos céus por não ver a direção a tomar; quantas vezes os meus recursos ficaram escassos e aconteceu, como nesse filme, a resposta vir de forma inesperada (não no sentido de não esperada, mas de um modo que não foi pensado!). E sempre no momento exato.

Fiquei, por alguns momentos no filme, relembrando as conquistas que tive - materiais e imateriais -, e no quanto eu ainda valorizo cada uma delas. Recordei meu esforço para conquistá-las e nas dúvidas que me atravessaram durante a jornada da conquista: sorriso e lágrimas, ao mesmo tempo, se expressaram no meu rosto.

Após o final épico do filme, quando Davi vence o Golias, ou seja, o desafio gigante é ultrapassado e com ele a sensação de estar derrotado, me veio um pensamento alarmante: O que será que me espera adiante? Quais serão os próximos desafios que terei que enfrentar?

Por alguns segundos, o pensamento me apavorou. Mas, como sempre acontece, um outro pensamento veio para me tranquilizar: eu vou superar!

Então, fico com a recordação da cena em que o treinador, diante de todo o time, num dos momentos mais marcantes do filme, fala para o Davizinho que fez o ponto da vitória dos Águias contra os Gigantes: nunca mais diga para si mesmo ser incapaz de fazer algo.

Wellington de Oliveira Teixeira em 17 de julho de 2010.

* http://www.desafiandogigantes.com/

10 de jul. de 2010

Senhor da dor - duas faces

Senhor da dor, criado Wellington de Oliveira Teixeira, em 10/07/2010Senhor da dor*, criado em 10/07/2010


Solidão a dois
De dia faz calor, depois faz frio.
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto, eu penso em homicídio.
Mas, no fundo, eu nem ligo...
(Eu queria ter uma bomba - Barão Vermelho)


Senhor da dor

Quem é esse Senhor que vence com dor?
Que fechou o portão e impediu o amor?

Amá-lo é bem perigoso: ele impõe o seu mundo.
E, se tentar se explicar, ele o faz ficar mudo.

E ao vê-lo perdido,
pode crer, finge tudo.
E ao vê-lo vencido,
pode crer, força tudo.

Se erguer seu olhar, terá um superior.
E pra que se humilhar? Ele é imune a dor!

Parte em dois o caminho, com pesar eu sussuro.
O que sobra de tudo só se mostra no escuro.




Listen, I am alone at a crossroads
I'm not at home in my own home
And I've tried and tried to say what's on mind
You should have known
(Listen - Beyoncé)



Senhor da dor

Quem é esse senhor que vence a dor
quando fecha o portão e impede o amor?

Amar é bem perigoso: ele impõe o seu mundo.
E, se tentar explicar, ele o faz ficar mudo.

E pra vê-lo perdido,
pode crer, finja tudo.
E pra vê-lo vencido,
pode crer, force tudo.

Se erguer seu olhar, tenha um superior.
E pra que se humilhar? Seja imune a dor!

Parta em dois o caminho, com pesar eu sussuro.
O que sobra de tudo só se mostre no escuro.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 10 de julho de 2010.

* Tudo tem mais de um ângulo, mais de uma versão, mais de uma face: há quem está do lado de quem é senhor e quem prefere ser senhor de si.

7 de jul. de 2010

Algumas pessoas se encontram

Encriptado, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 11/07/2007
Encriptado*, criado em 11 de julho de 2007

Não pôde dizer mais nada. Pôs-se bruscamente a soluçar.
A noite caíra. Larguei as ferramentas.
Ria-me do martelo, do parafuso, da sede e da morte.
Havia numa estrela, num planeta, o meu, a Terra, um principezinho a consolar!
Tomei-o nos braços. Embalei-o...
Não sabia o que dizer. Sentia-me desajeitado.
Não sabia como atingi-lo, onde encontrá-lo...
É tão misterioso o país das lágrimas!
(O pequeno príncipe - Antoine de Saint-Exupéry)

Creio que não sou uma pessoa que se apresse a fazer avaliações e nem alguém que goste de fazer julgamentos. Acredito que a força dos encontros transcende e marca outros níveis que não o da superfície dos eventos - se é que algum evento, em si, tenha profundidade. Idéias interessantes não surgem com facilidade: diria que, em sua maioria, são uma gestação lenta das vivências, ativadas por um elemento disparador.

Um encontro é capaz de provocar sensações, gerar identidades nos seres que participam dele. Uma causal probabilidade de haver um céu claro com uma lua brilhante e alguém olhando pode até mesmo ser traduzida como romantismo (inclusive ser capaz de gerar música, poemas, fotos, pinturas, beijos… e muitos outros encontros).

É possível se questionar sobre os tipos de encontro, já que, enquanto uns produzem forças que nos impulsionam à vida, outros vêm enfraquecer um ou mais de seus participantes. Talvez, uma questão de dosagem, essas vertentes do encontro – uma potencializa e a outra degrada – não devem ser características em si de cada participante, mas, e apenas isso, uma construção que só se efetiva na junção destes – é algo que transcende a eles. E, assim sendo, não tem como ser controlada, talvez, buscada ou evitada.

Esta questão, levada ao extremo, pode ser exemplificada assim: um encontro com uma bebida alcoólica pode apenas desinibir, criar um ambiente propício à liberdade de comunicação ou pode encaminhar alguém à morte, ao dirigir embriagado.

Mas o que determina um encontro? É algo anterior, interior, superior ou apenas uma inevitabilidade, pois a ordem dos encontros faz parte da vida e nela se mantém?

Creio que muito do que escrevo, pensando estar sendo muito claro, será apenas um texto codificado, encriptado, para você. Mas basta-me saber que você está absorvendo o encontro de seus olhos com a mídia onde essas palavras foram produzidas, esse texto e suas experiências anteriores e que será apenas uma questão de tempo o ser capaz de se apropriar destas palavras e torná-las suas ou refutá-las.

Para mim, o fato é que, agora, a provocação já existe por que foi retirada do campo das possibilidades e efetivada com um objetivo definido, mas não definitivo: fazê-lo refletir acerca do que seja um amigo.

Há algumas pessoas na vida com as quais não se tem muito contato pessoal – talvez, em um ou outro aniversário, algumas 10 palavras ou nem isso – e para alguns, neste mundo de muitas palavras e poucos pensamentos, isso seria o suficiente para negar um bom relacionamento. Isto é, para aqueles que não compreendem uma pequena lei universal: os semelhantes se atraem, principalmente os seres pensantes.

Um grande abraço e Cai na PAz!

Wellington de Oliveira Teixeira, em 11 de julho de 2007.

* A imagem é uma restauração da imagem original que estava em um arquivo pdf.