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20 de jul. de 2009

A chama o chama

A chama o chama, criado em 19 de julho de 2009.

Quando um homem resolve fazer alguma coisa, tem que ir até o fim - afirmou Dom Juan. Mas ele tem de assumir a responsabilidade daquilo que faz.
Não importa o que fizer: primeiro ele tem de saber por que o faz e depois tem de prosseguir com seus atos sem ter dúvidas ou remorsos a respeito.
(Carlos Castanheda)

Estou toda a hora sentindo-me compelido a desenhar, escrever, ouvir algumas músicas e ver até aonde consigo ir nesta estrada solitária que estou percorrendo.

Sozinho, sim. E, apesar de ser uma opção forçada, a assumo como minha opção.

Fico imaginando quantas pessoas estarão passando pela mesma situação e quais são as opções que fizeram, por qual estrada resolveram caminhar. Me vem ao pensamento que alguém pode ter lidado melhor que eu com a questão e fico tentado a ter algum contato com essa pessoa para ouvir qual foi o modo como enfrentou o problema.

Sim, é um problema que me acompanha durante o dia e me impede quase que totalmente de dormir, porque fica martelando a minha cabeça e mantendo-a em atividade quando eu precisaria repousar.

O cérebro não pára. Me prende, me incomoda, não me deixa sossegar - que é o que me bastaria, por enquanto.

E mesmo que eu ainda deseje graus e graus de longitude de você, quero analisar essa questão com cuidado. Não há porque me deixar levar: não faz parte do meu comportamento escamotear alguma questão, mesmo que dolorosa.

Analisando o outro lado, noto em suas tentativas diárias de contato a falta de referência e um certo desespero com relação a perda, não apenas do carinho, mas do cuidado e da ajuda. Nas mensagens, uma tentativa de se iludir que não aconteceu nada, que tudo permanece como antes.

Entendo o gesto, mas o ignoro. Responsabilidade é pra ser assumida. Escolhas são para serem honradas. Respeito aos outros envolvidos deve ser garantido.

Não é fácil para nenhum dos lados esse momento inicial de distanciamento.

Encarar que a aposta mais alta foi perdida, mais difícil ainda. Principalmente para quem apostou em uma possível transformação para melhor do outro, em uma capacidade de entendimento da situação e em um sentimento de respeito.

No mundo onde reinam as paixões, a chama é intensa. O desejo é algo para ser muito respeitado, pois a qualquer momento ele pode lhe dominar.

As vozes da razão e da emoção podem até fazer uma trégua na disputa, mas há um perigo, sempre presente na paixão, que precisa ser avaliado com muita calma: quando a chama o chama você pode se machucar.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 20 de julho de 2009.

* Está sendo bom perceber a convergência entre sentimentos e pensamentos nos meus textos e nas imagens que estou produzindo. Coerência? Talvez. O bom é saber que, aos poucos, tenho conseguido retomar a meus processos internos e me sentir feliz com o resultado do que produzo. Como disse aqui há algum tempo atrás, 'carrego em mim as sombras e as cenas iluminadas da minha vida - isso me torna pleno'.

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