Pesquisar este blog

30 de dez. de 2011

Arco-íris

Kundalini, criado em 27-12-2011

Se fosse fazer uma teoria sobre a vida, resumiria em poucas palavras: a vida se compõe de energia de amor e fé que fazem funcionar todos os entes dos mundos existentes ou ainda não e produz intercâmbio entre eles.
Wellington de Oliveira Teixeira

Um dia alguém me ensinou e eu quero honrar a herança deixada, honrar a sua disposição de espírito e honrar o seu espírito de doação.

Sinto saudades dos mestres que a vida me proporcionou e que seguiram por outra direção, na rota de seu destino, como Seres Pensantes que são.

Um deles, Celio, na época em que eu trabalhava na Reitoria da UFF, no intervalo do trabalho, após me ensinar os primórdios dos bancos de dados (no caso, o dbase - um software pré-histórico, para os dias de hoje), me convidou para ir ao Ponto Jovem da Miguel de Frias para lancharmos.

O que se seguiu foi uma experiência que guardo comigo, até hoje.

Em frente, a praia, o céu limpo, o sol radiante, poucos transeuntes, ele me apresentou um conceito da energia violeta.

Talvez seja melhor discorrer um pouco sobre faixas de energia, para esclarecer a questão, um pouco. Pois bem, as cores, como a conhecemos em sua faixa visível aos olhos humanos, nada mais são do que frequência energética dentro de um espectro limitado, com cores variando entre o branco, o amarelo, o vermelho, o azul e suas intermediárias e misturas em diferentes graus. Cada cor tem a sua medida mensurada. Na lista não incluí a ausência de cor, que chamamos de preto, mas incluí o branco, que é a soma de todas as cores.

Como iniciei o meu relato, por conta de um espetáculo da natureza, um maravilhoso arco-íris que se apresentou por alguns instantes, fui introduzido a uma questão complicada: as energias que todos os seres compartilham e como elas atravessam e entrelaçam tudo o que há.

O ponto de vista dele utilizava como ponto de partida o conceito da física, como narrei anteriormente, e seguia para um caminho um pouco menos perceptível e muito mais conceitual, isto é, tudo é energia. Questionava como seria possível deslizar entre as suas faixas, quais propriedades que determinada faixa representaria, que influências dentro do espectro visível da vida de cada um poderia apresentar.

Uma a uma, foi descrevendo, e me impressionando com a forma de raciocínio e as implicações que a sua lógica produzia em relação à vida cotidiana.

O grande momento, para mim, foi quando ele descreveu o que ele citou a energia violeta que chamou de kundalini**. O nome e o conceito, naquela época, me eram desconhecidos e os famosos chakras, ou núcleos de energia, que estão divididos num corpo, eram apenas vagas concepções da época em que havia lido O Manto amarelo e A Terceira Visão*, influenciado pelo pensamento holístico do meu tio Nagil Teixeira, que gostava de leituras carregadas de pensamentos orientais.

A energia de vida, que promovia equilíbrio e gerava uma interface entre os seres e podia ser acessada e utilizada para fins altruístas era uma forma de ver o mundo muito diferente do que eu havia aprendido nos bancos de uma igreja batista, aos domingos, mas nao distante demais ou incompatível com o meu entendimento sobre questões espirituais.

A apresentação dele foi tao importante que a partir daquele dia fui buscar novas formas de entender o mundo, novos modos de ler o que chamava de realidade. Tentei encontrar pessoas que possuíam visão diferenciada e mais trabalhada que a minha. Trabalhei novas ideias e passei a formular as minhas próprias teorias sobre a vida.

Hoje, posso dizer que me sinto muito mais seguro de mim e de minhas formas de pensamento, até mesmo mais feliz.

Então, ao terminar esse ano de 2011, nada mais justo que agradecer àqueles que se dedicam a buscar o conhecimento e a transmiti-los, mestres no verdadeiro sentido da palavra, educadores que transformam o mundo pela forma como propiciam a mudança na vida dos que os encontram.

A esses seres pensantes, minha gratidão, meu respeito e meu desejo que Caiam na Paz!

Wellington de Oliveira Teixeira, em 30 de dezembro de 2011.

* Livros de Lobsang Rampa de 1966 e 1956, respectivamente.
** Kundalini ou em sânscrito: कुंडलिनी, significa algo como "enrolada como uma cobra" ou "aquela que tem a forma de uma serpente", é a energia que transita entre os chakras, o poder espiritual primordial ou energia cósmica que jaz adormecida no centro de força situado próximo à base da coluna, e aos órgãos genitais.
É a energia do Universo em seu aspecto Purna-Shakti, total, como potencial, sendo o Prana-Shakti o aspecto biológico, ou fisico, como calor, eletricidade, etc. Conheça um resumo em http://pt.wikipedia.org/wiki/Kundalini

19 de dez. de 2011

Sugado

Cupido
Cupido dobrando seu arco*

Novo mundo - grande horizonte
Abra os olhos e veja que é verdade.
Novo mundo - do outro lado das assustadoras ondas azuis
(David Wilcox))

A dor, a saudade, a sensação de solidão, sentimentos partidos, a vontade imensa de rever. A lista pode prosseguir tão facilmente que assusta.

Sim, estou discorrendo sobre o término de um relacionamento. Talvez, após a perda considerada sem retorno, a forma de luto mais difícil para o ser humano enfrentar.

Claro que, como para tudo, há uma solução. Ou várias. Qual delas se aplicará e imprimirá a marca desejada para mente e coração voltarem a conviver em paz, e permitirá a liberdade do espírito que foi aprisionado?

Meu guri, sobrinho emprestado há muitos anos, está vivendo uma experiência assim. Ele acha que estou longe dele, que não o apoiei quando me enviou uma mensagem sms solicitando força.

E é aqui que a experiência de vida nos orienta a dar os passos. Envelhecer nos dá uma noção de espaço-tempo um pouco mais ampliada. Uma pequena elevação na qual subimos e avaliamos o campo abaixo: ambos os lados e o centro; distâncias e passos a serem dados, por qualquer dos lados; uma análise um pouco melhor do campo de forças existente.

Mas, não existe remédio para a dor, quando se acredita em falta. Pode colocar um F maiúsculo nela, pois é capaz de eliminar as conquistas, as forças absorvidas, os momentos felizes como um buraco negro das galáxias que retira toda a luz do seu redor como um campo magnético imenso puxando tudo para o seu interior faminto.

Meu menino está se sentindo assim: sugado.

Para ele, a questão está apenas ali. E ele não é diferente da maioria, nesse caso.

Mas essa frase anterior é apenas quase verdadeira, pois o meu guri é alguém extremamente diferenciado em suas práticas de vida. Escolheu caminhos que o fortaleceram como ser pensante, como ser social, como ser espiritual e que o encaminharam para um patamar de nível superior: a produção de sua vida influi diretamente na de muitos, sua energia se amplia e alcança mundos que são desconhecidos por ele, como certamente milhões de pessoas diriam se o tivessem conhecido e sabido dos investimentos que fez na ordem do desconhecido - aquela ordem em que a fé é suprema.

Mas é quase impossível para ele nesse momento ampliar seu olhar e aplicar a Visão (têm olhos, mas não vêem). Se o fizesse teria avaliado o momento como todos os outros vividos - nenhum é melhor ou pior do que outro - se o encarar como um desafio de vida. Desafio que ele buscou, ao seguir a meta do aperfeiçoamento.

Insensibilidade não é o que eu estou passando. Ao contrário, estou me empenhando em descobrir as formas de transmitir-lhe a forma dele mesmo obter energia extra que o fará conseguir ultrapassar não apenas esse momento, mas todo e quaisquer outros que venham ao seu encontro.

Como ser pensante que é, meu sobrinho não está passando pela vida: ele a vive intensamente. Intensidade essa que o atravessa agora e o potencializa para aprender com o campo dos encontros.

Silêncio pode ser uma grande arma para quem ama utilizar. Mas em outros momentos é preciso expressões manifestas. 'Vôe por todo o mar e volte aqui pro meu peito...' um trecho da música O Vento, do Jota Quest, em que a banda registra em poesia cantada essa questão é um exemplo de a dor gerando algo bonito que ultrapassa o momento e atinge milhões de pessoas, numa sequência exponencial.

A força que cada um possui depende de aonde é aplicada. Muitos demolidores aprenderam isso na prática. Viram o desafio gigantesco ruir aos seus pés, com aplicação nos pontos certos da carga explosiva que possuem. Tudo tem seu calcanhar de Aquiles. Basta avaliar e achá-lo.

Mas um processo assim não merece ser interrompido, nem mesmo atrapalhado com uma força externa. Estragaria o poder do aprendizado, a alegria da vitória e colocaria em outras mãos o troféu.

Sei disso e ajo da maneira que considero melhor. Um poderoso silêncio que carrega uma intenção inflexível de colaborar com a grande ordem do universo a fim de que todo o campo de energia ao redor dele colabore (algum tempo atrás ouvi a expressão 'conspirar' para isso) para que esse guerreiro saia do campo de batalha vitorioso e certo do aperfeiçoamento conquistado junto com a energia de vida que o potencializará para enfrentar os próximos desafios.

A você, meu querido Francis Lauer** (Santa Maria - RS), meus melhores pensamentos, sentimentos e ações.

Aguardo para ouvir, com alegria, a história de sua superação.

Meu abraço afetuoso e meu intento de que você Caia na PAz! (Amor e Entendimento!!!)

Wellington de Oliveira Teixeira, em 19 de dezembro de 2011.


* Cupido dobrando seu arco, cópia romana de um original grego atribuído a Lisipo, Musei Capitolini, Roma.

** Nos áureos tempos do mIRC (dinossauro das mensagens instantâneas, de hoje), participávamos de salas de bate-papo que discutia o mundo desconhecido, invisível, espiritual. E dele, naquela época apenas um gurizinho, recebi bons textos e pude compartilhar boas conversas. Até hoje não tivemos a oportunidade de um encontro pessoal, mas isso não impediu a grande amizade que se desenvolveu.