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29 de ago. de 2010

Atuação

Atuação, criado em 16 de outubro de 2010 **

Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor
Bíblia - Zacarias 4:6


Somos seres humanos intuindo uma realidade ampliada, desde os primórdios de nossa raça. Nomeamos deuses e seres de outras esferas. Por conta de que? De dar conta de algo que não podíamos mensurar, quantificar ou qualificar.

Não. Não é lógico. Simplesmente necessário.

Foi o necessário que nos levou adiante, fez com que a nossa percepção se aguçasse, nossa curiosidade ultrapassasse os pequenos limites a que estávamos submetidos. E quão importante foi esse passo: a construção da nossa razão.

Enchentes que trouxeram destruição e doenças que trouxeram mortandade em massa, vulcões que expeliram a saliva da morte para grandes povoados. Assim a natureza fez-se instrumento de transformação, não apenas física. A razão surgiu como a arma do pensamento para atravessar os vales de horrores a que a humanidade foi submetida.

É claro que não entendíamos os efeitos naturais com mais precisão que hoje. Claro que podemos dar razões para eles. Mas o que não conseguimos, mesmo com o passar do tempo, foi alterar a potência com que eles atuam em nós. Ainda hoje, tememos os grandes raios e trovões, nos assustamos com a força das grandes ondas se chocando no litoral ou os invadindo e, quando os ventos rugem e o vendaval nos acerca, ciclones ou furacões, algo dentro de nós toma consciência da nossa finitude, da fragilidade da vida humana, da poeira que ela é perante o universo.

Resíduos de uma primitividade na alma que algum dia a tecnologia irá fazer dissipar? Creio que não, pois, é exatamente nesse momento que a grandeza do homem o toma e ele age. E esse agir tem o duplo que existe em todos nós. Nossa espiritualidade não foi dissolvida diante da ação da razão.

Sim, além de corpo e alma, somos seres de espiritualidade. E sem me importar com o modo como cada um pode nomeá-la, explicá-la ou manifestá-la, percebo que ela age no dia a dia das pessoas e fico feliz com isso.

Como disse no início, diante da limitação do corpo a alma busca razões. Quando estas não bastam, o que em nós é espírito age.

Sim, somos capazes de perceber que algo se manifesta e, ultrapassando nossos limites, transforma nosso modo de pensar, sentir e agir. O Deus em mim se manifesta nesse estado especial.

E isso é como chamo não a minha ação, mas a atuação da Ordem: a Tua ação.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 29 de agosto de 2010.

* Dois filmes trabalham uma visão de espiritualidade que considero muito bonita: Avatar e O Último Mestre do Ar. Os dois teriam em seu título a palavra Avatar, que é uma forma encarnada de um Ser Supremo, que reside em um plano espiritual (wikipedia). Em ambos a natureza permite o acesso aos recursos espirituais que estão guardados no interior das pessoas e as situações limites, como desafios a serem superados, fornecem as condições para a sua apropriação.

** A demora para publicar teve alguns motivos:
estava me sentindo um pouco sem inspiração e não conseguia fazer uma arte para o texto, muito trabalho e tempo escasso.