O mundo afigura-se assim como um complicado tecido de eventos, no qual conexões de diferentes tipos se alternam ou se sobrepõem, ou se combinam, determinando, assim, a textura do todo.
(W. Heisenberg — Physics and Philosophy, p.107)
Há tanta potencialidade no conceito de vontade livre, desígnio pessoal. Talvez uma quimera, já que quase sempre ficam obstruídos por fatores induzidos e constantemente manipulados e reelaborados para manter o controle dos desejos.
Somos formados continuamente por discursos indutores, sedutores, genéticos. Uma composição, decomposição e recomposição de características conduzem a uma crença na escolha correta. Acreditamos nela, mesmo quando sabemos que, previamente, as variáveis já estão definidas, quando identificamos jogos de interesse nelas.
Fé, então, torna-se o componente essencial de qualquer dominação. Elemento que, desprezado, gera rebeldia, revolução. Só no oferecimento da ideia de conquista da liberdade — inclusive cedendo um pouco os limites para depois restabelecê-los — a ilusão permanece.
Por outro lado, ignorar a expressão individual em cada situação é outra forma de pasteurizar a realidade. Há muitos que entendem o circo e pão momentâneos, utilizam-nos e, no processo, se realinham e aproveitam para apontar para os reais encobrimentos das questões sociais. A descarga das tensões, com certeza, permite novas condições. Dar vazão ao acúmulo de lixos absorvidos, abre espaços internos e neles é possível se constituir novos paradigmas.
Talvez, essa seja a razão de ser tão necessário ter anualmente um carnaval, ou outro nome que se dê a este processo, onde quer que ele ocorra no mundo.
Somos formados continuamente por discursos indutores, sedutores, genéticos. Uma composição, decomposição e recomposição de características conduzem a uma crença na escolha correta. Acreditamos nela, mesmo quando sabemos que, previamente, as variáveis já estão definidas, quando identificamos jogos de interesse nelas.
Fé, então, torna-se o componente essencial de qualquer dominação. Elemento que, desprezado, gera rebeldia, revolução. Só no oferecimento da ideia de conquista da liberdade — inclusive cedendo um pouco os limites para depois restabelecê-los — a ilusão permanece.
Por outro lado, ignorar a expressão individual em cada situação é outra forma de pasteurizar a realidade. Há muitos que entendem o circo e pão momentâneos, utilizam-nos e, no processo, se realinham e aproveitam para apontar para os reais encobrimentos das questões sociais. A descarga das tensões, com certeza, permite novas condições. Dar vazão ao acúmulo de lixos absorvidos, abre espaços internos e neles é possível se constituir novos paradigmas.
Talvez, essa seja a razão de ser tão necessário ter anualmente um carnaval, ou outro nome que se dê a este processo, onde quer que ele ocorra no mundo.
Wellington de Oliveira Teixeira, em 28 de fevereiro de 2017.
* Me encanta, há décadas, a proposta do encontro entre a filosofia oriental, milenar, e a atual física — meu primeiro contato foi com o Tao da Física, de Fritjof Capra. A restruturação das visões, mais do que dos conceitos, promove ações autorreguladoras dentro do próprio sistema, via colaboração, via intercurso de práticas. Não à toa, o retorno ao conceito de Gaia, a mãe terra, nos permite atentar para as reações físicas, químicas, orgânicas, sob o prisma de uma constituição de ser. Disso, uma busca pela preservação de todas as formas de vida. Algo extremamente espiritual, do meu ponto de vista.