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24 de set. de 2016

Micro contexto e Totalidade

Micro contexto e Totalidade criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 24-09-2016
Micro contexto e Totalidade, criado em 24-09-2016.

O saber não implica fazer uma cópia da realidade, mas sim reagir à realidade e transformá-la.
(Jean Piaget, 1971)


As sociedades modificam-se, período após período, sem que as forças conservadoras consigam deter os movimentos de transformação locais ou globais. Como um fluxo que transpassa e influencia os modos de ser e estar de cidadãos e dos que estão à margem da cidadania, a interação que ocorre no interior dos grupos sociais é atualizada, em especial pela mudança de geração. Mesmo naquelas onde o conservadorismo exibe supremacia as pequenas e discretas rachaduras em seus costumes impedem a perpetuação intocada de suas práticas.

Movimentos de preservação e de transformação em micro escala conduzem a distorções da percepção, influenciando as interpretações individuais e promovendo mudanças emocionais. Isso acontece porque não é possível destacar-se plenamente dos contextos em que se está inserido e no qual se está exposto a várias de suas influências.

A partir do momento em que as pessoas são mobilizadas por algum acontecimento, seja por ideologias, por crenças ou por adesão simplória e induzida, inicia-se um processo mais amplo de composição e decomposição de forças. Isso promove a percepção da inserção individual em uma realidade: situar-se (onde estou, como estou e o que sou aqui) e definir como agir torna-se uma tarefa indispensável (imobilidade é um modo de ação, também!).

Apesar de a prática mais comum seja a de moralizar (é bom ou mal) — e não a de avaliar elementos isolados e seu contexto antes de interpretar —, o pensamento crítico precisa abarcar um campo mais amplo e utilizar instrumentos mais eficientes. Assim, as microanálises — que são pontuais e momentâneas — não devem obstruir a visão de um processo maior de transformação e possível evolução.

Convulsão social é uma expressão com contextos diferenciados: no micro contexto, expõe disputas ou intervenções que geram de interseções a exclusões entre os integrantes de um pequeno grupo social; em escala macro, demonstra que um determinado movimento se expandiu e recebeu a adoção por um número representativo de pessoas, ampliando o seu potencial de alteração da realidade. Nenhuma das formas apresentadas é isolada, ao contrário, são simultâneas e interligadas.

O mais importante é que, esse conjunto de elementos e contextos, em sua totalidade, evidencia o desgaste de um modo estabelecido e os elementos que interagem para seu ultrapassamento. É possível considerar isto uma mera atualização do ciclo universal de transformações em que todos estamos inseridos. Porém, só participando poderemos produzir uma determinada direção para a sua trajetória em nossa própria vida, em particular.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 24 de setembro de 2016.

* Há conceitos que crianças de sete anos são capazes de assimilar e dominar, que crianças com quatro não conseguem.
No entanto, estratificar os estágios e marcos de desenvolvimento cognitivo é algo temeroso. Um estágio posterior não precisa, necessariamente, trazer algo exclusivo, pois está em estado embrionário ou em desenvolvimento, nos anteriores. Além disso, nem todo processo de evolução tem que ser pleno e sequencial. As parcialidades influem na construção individual. Mas é claro que se torna obrigatório para o pleno domínio de determinadas capacidades cognitivas.
Em função disso, os instrumentos usados no projeto pedagógico e educativo, no lar ou na escola, deve primar por integrar uma variedade de elementos de forma simultânea e permitir que a criança os capte de forma conjunta ou isolada, parcial ou integralmente. É essa singularidade que nos diferencia e nos eleva à condição de ser e, possivelmente, um Ser pleno.