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30 de out. de 2014

Reflexos infinitos

Reflexos infinitos, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 04-10-2014
Reflexos infinitos*, criado em 04-10-2014.

Com cada início de vida, a roda das decisões começa a girar reproduzindo os mesmos processos anteriores,
e apenas uma decisão permite se distanciar da repetição em busca de algo original.
É isso que define tornar a vida expressiva ou não.

(Wellington de Oliveira Teixeira)


Me remeto àquelas improváveis possibilidades que eu pude dispersar ou reunir em uma única e simples decisão.

Por que, após elas, nos tornamos apenas isso, limitação. Perdemos a infinitude em prol da concretização.

Num paradoxo que me escapa ao entendimento, mesmo restrito às escolhas que foram estabelecidas, instituímos, após cada uma, um novo e infinito campo de possibilidades.

Nisso somos seres de quem somos, nisso a Ordem se estabelece em nós, nisso exploramos a cada encontro uma plenitude seguida de transformação.

Nisso contribuímos com a plenitude e a transformação da Ordem: reflexos infinitos, qual um único raio de sol atravessando uma minúscula gota d'água que gera, não apenas por si, um fragmentário e belo campo luminoso.

Energia luminosa que, uma vez liberada, não é possível mais cercear, por que cada reflexo se expande em múltiplos reflexos, numa escala infinita.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 30 de outubro de 2014.

* Reflexos que escapam da similaridade com seus originais tornam-se autênticos.

21 de out. de 2014

Sempre com e por amor

Sempre com amor, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 21-10-2014
Sempre com amor*, criado em 21-10-2014.

…Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.
(Bíblia — Mateus 5:24)


Não me levem a mal, nem me coloquem pra mais da metade no caminho do mal. Meus posicionamentos, convergências, divergências deveriam mostrar meu profundo respeito por cada pessoa com quem travo bons combates, sempre no campo das ideias: mostro quem sou sem rodeios.

Ao provocá-lo com desafios lógicos ou apenas emocionais, investindo no que sei ser seu possível e aguardar o melhor dos seus posicionamentos, apenas tento me ofertar a chance de ver seu desenvolvimento pessoal - e, simultaneamente promover o meu.

Somos humanos e um pouco preguiçosos, acostumados com as comodidades desse século: não é mais preciso ir ao rio com o balde; gira-se uma torneira e abracadabra!, a água sai para seu uso (ops!, menos em SP - me permitam a ironia). Perdemos um pouco o bom costume de digladiar, irmanamente, em mesa de bar ou de escola, cada um buscando o aprimoramento dos seus argumentos para tornar alegre a noite com sabedoria, vinhos e paixões. Mas não deixamos de precisar do conhecimento, do prazer e do amor.

Encaro os dias já contados, e a um mês de distância da nova idade, com olhos no adiante não no que passou - mesmo sempre voltando e recorrendo à sua fonte que me ensina a não cometer os mesmos erros.

Já provoquei indizíveis questões em mãe, pai, irmão, amigo, professor, chefe ou subordinado. A alguns, sofrimento; a outros, alegria - em momentos diversos fui um ou outro para cada um. Toda música, livro, pintura que merece ser chamado de bom acabam por ter um trecho preferido exaltado e, que bom, deixamos passar aqueles que não estiveram a altura. Mas todos temos uma obra prima, aquela que fica irrepreensível, a que nos denomina, e essa é a que estou trabalhando: produzir encontros fortes, saudáveis, enriquecedores.

Não desejo a concordância plena, apenas a sinceridade dos posicionamentos. É verdadeiro e é pleno? Por favor, me dediquem, se possível. Estou me esforçando para promovê-lo com a minha própria prática.

Sou persistente, bato na mesma tecla com pausas diversas; é assim que sai a música: tem samba de uma nota só.

Sinta-se extremamente respeitado quando me dedico a um embate com você - você tem o status de merecedor; alguns, talvez maioria, prefiro não usar o meu pouco e precioso tempo de vida para tal.

E, daqui a pouco, quando o vento me levar, espero que você possa dizer: o filho, irmão, primo, pai, tio, avô, amigo, colega, ou o que quer que tive o prazer de ser seu, foi um cara que promovia o aperfeiçoamento pessoal de todos que encontrava. Esse foi o método escolhido por ele para se aperfeiçoar. Errou feio em muitas coisas, mas jamais irei questioná-lo por ter sido verdadeiro e pleno naquilo que fez, pois fez sempre com (e por) amor.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 21 de outubro de 2014.

* Dedico esta postagem ao meu afilhado Carlos Roberto, aniversariante neste dia.

17 de out. de 2014

A calma é ilusória

Ilusório, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 17-10-2014
Ilusório*, criado em 17-10-2014.

Cada pessoa, todos os fatos de sua vida ali estão porque você os pôs ali.
O que fazer com eles cabe a você resolver.

(Richar Bach - Ilusões: as aventuras de um messias indeciso, p.116)


Conforme se vive, uma coisa fica clara: momentos de tranquilidade precisam ser bem aproveitados, por serem passageiros e, muitas vezes, breves.

É enganosa a ideia de superfície estável porque se estrutura na ebulição de diversos elementos. Nosso continente, por exemplo, que o interior da terra, onde o magma concentra-se e revolve-se, torna possível. Sua base é caos e o desequilíbrio. Nosso planeta, uma esfera que se sustenta no espaço por forças eletromagnéticas e ainda consegue manter seu manto ou crosta suficientemente aderido para nós vivermos sobre ele.

O conjunto de significantes e significados que permitem a você ser único, também exemplifica a ideia. Durante a vida atribuímos valores às coisas e, a partir delas, determinamos caminhos, disputamos espaços, construímos e defendemos ideias. Num piscar de olhos, porém, por conta de algo inesperado, tudo é ressignificado, redirecionando nossa trajetória. A doença grave ou a morte costumam fazer isso.

Os encontros que fazemos, as trocas que experimentamos, os ideais que adotamos tornam-se as partículas que absorvemos, mesmo quando permanecem ocultas. Depois agrupam-se e formam uma grande paixão, um novo hobby, algo que captura nossa atenção e institui novas práticas no viver.

Eu digo que os pressupostos que construímos - isso mesmo, são apenas construção - e sobre os quais estabelecemos nossa vida e, em casos extremos, abrimos mão dela, carregam essa fragilidade: novos conhecimentos determinam nova rota. Você faz uma descoberta e ri-se: que ignorância a minha!, como não percebi isso antes?

Não se leve a sério demais, nem a vida - ela é apenas um sopro -, por que apenas as conexões valem a pena, mesmo que instáveis. Não desvalorize o momento das coisas pequenas. É ele que permite a produção das grandes.

Conecte-se com o seu dia, vivencie as intensidades que ele promove, estabeleça encontros que o fortaleçam, por mais casual que pareçam (cuidar de uma planta, pegar um animalzinho ou correr com ele, parar para sentir a brisa, mexer o pé na areia…). Tudo o que se é, é isso.

A serenidade é este pequeno refúgio que buscamos no emaranhado dos fios soltos e desencapados que, fortuitamente, geram descargas e choques. E, se nos descuidarmos, descarregam nossa energia vital e tiram o sabor de viver.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 17 de outubro de 2014.

* Que promove uma ilusão, algo que nos engana os sentidos.

14 de out. de 2014

Doar sem ficar exaurido

Doação, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 10-10-2014
Doação *, criado em 10-10-2014

Pai, cuide de seus filhos e não permita que fiquem largados pelo caminho.
Ensine-os o amor uns pelos outros para que o paraíso seja lugar em seus corações.

(The Commodores - Jesus is love)


Tenho com as músicas desta epígrafe e da nota no rodapé uma história singular e, talvez, algum dia eu consiga contar. Hoje as escutei enquanto começava a desenvolver esses pensamentos a seguir. Por ouvi-las, o rumo do que eu avaliava foi alterado e ganhou contornos mais claros. Dito isso, ultrapasso a preocupação e sigo adiante feliz.

Algumas coisas me provocam a reflexão sobre o que, apesar de ser considerado bem simples e banal, no dia a dia, atinge grande parte de nossa vida. Dentre elas, eu citaria a busca da certeza, do estar certo, de conseguir alcançar um ponto de referência que permita um conforto diante das questões que enfrentamos. Eu creio que há níveis diferenciados de busca que variam na própria pessoa, além daqueles comparados aos de outros.

Alguns se saciam com respostas prontas, as tradições, o senso comum. E, com isto, conseguem enfrentar as intempéries que o caminho humano traz. E, destes, penso: como conseguem? Mas, num paradoxo da razão, eu digo baixinho 'bom para eles', mesmo não conseguindo evitar aquele velho preconceito ao continuar a frase com 'ignorância é uma benção!'.

A outros não basta esse nível de compreensão e saem em busca dos diálogos, dos debates, da abertura ao questionamento, mas apenas para encontrar sustentação para as fórmulas já adotadas e os conceitos já enraizados. Ao meu ponto de vista, estes conseguem um avanço, ampliam os horizontes com respostas mais sofisticadas, englobam pontos de vistas diferenciados. Mas, com o mesmo paradoxo da razão, eu digo baixinho 'bom para eles', sem evitar o preconceito da frase 'mas se contentam com tão pouco!'.

Muito poucos, e com nenhuma modéstia me incluo entre estes, não aceitam ter como base fixa nenhum conceito passível de mudança, uma vez que a própria base do pensamento é o tudo se transforma. Geralmente inquietas, do que pude observar e absorver, estas pessoas tem uma fome de saber insaciável e, no que constroem um paradigma já vislumbram os elementos que o desfarão ao serem desenvolvidos. Esse grupo é dos que aprenderam a usar o desequilíbrio (surfistas do saber) para avançar. E o paradoxo sussurra, antes que eu os defina 'e sofrem com a inquietação a vida inteira'.

Já vi, já experimentei, mas não alcancei a capacidade de uns iluminados que se abrem ao entendimento de um modo tão amplo que acolhem todos os outros - cada um de um modo distinto e satisfatório - e lhes transmitem algo de um nível surpreendente, capaz de aplacar a inquietude que há em qualquer nível de entendimento. São aqueles que doam paz.

Paz é algo tão singular como o amor: é possível doar sem ficar exaurido deles. E, para além de qualquer nível que a sabedoria pode me propor ou me levar, eu desejo aprender a ser desse modo e colocar como meta provocar junto com a fome de saber o exercício da paz interior. Descobri que meu amor se satisfaz com a paz que eu consiga transmitir a quem o dedico.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 14 de outubro de 2014.

* Fiz esta pequena canção e você deveria cantá-la nota por nota: Não se preocupe, seja feliz!
A vida toda encaramos problemas, mas quando você se angustia, você os duplica. Não se preocupe, seja feliz, já!
Se não há lugar para pousar a cabeça pois levaram a sua cama: Não se preocupe, seja feliz!
Se o senhorio cobra o aluguel atrasado e pode levá-lo a Juízo: Não se preocupe, seja feliz!
Olhe pra mim, eu estou feliz: Não se preocupe, seja feliz!
Anote meu telefone e, se você se preocupar, me ligue que eu venho alegrá-lo: Não se preocupe, seja feliz!
Você se preocupa, seu rosto enruga e todos ao redor se contaminam: Não se preocupe, seja feliz!
Não se preocupe, não, não faça isso e seja feliz.
Permita aflorar um sorriso na face, não espalhe preocupação ao redor.
Não se preocupe, todos ultrapassarão o que enfrentar.
Por não me preocupar, estou feliz: Não se preocupe, seja feliz!
(Don't worry, be happy - Robert McFerrin e Terry McBride)