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9 de out. de 2011

Se eu fosse escrever uma história de amor

História de amor, criado por História de amor, criado em 09/10/2011
História de amor, criado em 09/10/2011

Eu procuro um amor Que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei...
Nos seus olhos quero descobrir Uma razão para viver
E as feridas dessa vida Eu quero esquecer...

Pode ser que eu a encontre Numa fila de cinema
Numa esquina Ou numa mesa de bar...

Procuro um amor Que seja bom prá mim
Vou procurar Eu vou até o fim...
E eu vou tratá-la bem Prá que ela não tenha medo
Quando começar a conhecer Os meus segredos...

Eu procuro um amor Uma razão para viver
E as feridas dessa vida Eu quero esquecer...
Pode ser que eu gagueje Sem saber o que falar
Mas eu disfarço E não saio sem ela de lá...

(Segredos - Frejat)


Se eu fosse escrever uma história de amor, eu não saberia iniciar e nem terminar.

É que eu creio que a gente nunca sabe quando o amor começa, quando a sua marca se torna indelével na alma e imprime seu toque ímpar, aquele que nos modifica para sempre. Momento tão distinto assim é algo que, de tão interessante, deveria ter uma placa de aviso afixada no caminho da vida. Tipo um aviso de estrada ou arco de entrada das cidades litorâneas do Rio de Janeiro.

A bem da verdade, acho até que, após algum tempo, ela aparece e fica exposta, mas não creio que seja no momento exato quando o amor chega, me parece que espera um tempo para confirmar a sua veracidade e só então se fixa.

Essa questão de veracidade tem a ver com a confusão que se faz entre um romance, uma paixão, um encontro casual ardente, que também deixam alguma marca, com esse sentimento e movimento interno que nos transtorna e, de vez em sempre, nos transforma.

Acredito, também, que o final de um romance é algo acontece. Pequenos romances podem ser como uma hospedaria ou hotel: local bom para ficar por algum tempo, mas não para se morar. É que, para mim, o amor se eterniza no local aonde fez morada algum dia. A impressão é que se a gente chega a dizer adeus, ele ignora e fica em stand by. É como uma casa de campo ou de praia que se visita apenas num período de férias ou feriado. Fica lá, esperando ser habitada uma outra vez. E como você sabe, é possível se ter mais de um tipo de moradia... e, para mim, de amor.

Algumas vezes, me divirto com a meninada de hoje, expondo a sua vida em redes sociais e comunicadores instantâneos. 'ALGUM-NOME, você é o amor da minha vida', 'ALGUM-NOME, vou te amar pra sempre'... e alguns dias depois, tudo de novo, mas o ALGUM-NOME é outro. Acontece assim. Início, meio e fim com duração imediata, quase instantânea, e fugaz.

Frejat fez uma divertida música*, com um toque de humor muito especial, e num trecho ele diz 'Homem não chora por dor nem por amor... Esse meu rosto vermelho, molhado, é só dos olhos pra fora. Todo mundo sabe que homem não chora.' Se eu fosse tentar encontrar um ponto aonde diria que o romance realmente acaba, diria que é exatamente aí, quando um homem faz isso que o Frejat canta [meu riso veio espontâneo aqui e foi tão legal que quis registrar].

Mas histórias de amor não são histórias comuns, não são histórias de romances, apesar de haver muito romance nelas. Não me aventuraria afirmar que sejam para todos, como para mim, eternas. Todos os meus amores moram comigo naquela moradia que citei acima. E, para a minha felicidade, apesar de sempre haver mais vagas, a minha casa está lotada: as últimas entradas foram de Miguel e Lucas, irmãos gêmeos, nascidos há cerca de oito meses, filhos dos meus afilhados Jaqueline e Felipe.

E realmente não sei quando começou, se foi antes do nascimento, se quando eu os peguei no colo e os abençoei, num outro momento de cuidado. Mas aconteceu. E, agora, é para sempre.

Um dia desses, após um período muito desafiador e sofrido para o Miguelzinho, que havia saído da UTI de um hospital por problemas no pulmão, fui com meus afilhados visitá-lo. Algo que vi, me marcará para sempre a história com ele. Ele sorriu e deu uma risada, do tipo gargalhada, linda, maravilhosa. Naquele momento eu percebi que o amor já havia se instalado. A placa se elevou e o arco ganhou nome.

Bem, como eu disse no início, contar história de amor para mim é complicado, pois não acredito que possa finalizar.

Um dia, há muito tempo atrás, me apaixonei por uma música** mas, por não gostar da tradução que fizeram para ela, me pus a trabalhar a imagem que ela me trazia, o seu contexto, a sua mensagem e, ao concluir sua tradução, entendi que o que nela estava escrito seria a marca registrada de minha vida. Fica então como uma espécie de substituto para o final...

O tempo de uma vida não basta para se viver uma amizade:
Amigos São Amigos Para Sempre!!!

Wellington de Oliveira Teixeira, em 1º de outubro de 2011.


* 'Homem não chora' (Frejat) você assiste em http://www.youtube.com/watch?v=fD93ALYXNNI&feature=related.
** Friends (Michael W. Smith) você assiste em http://www.youtube.com/watch?v=IbPKaIozS-c