garotas (med_gallery_412_190124.jpg), de www.imagemdefundo.com.br **
"Se você treinar para ser uma ficção por algum tempo, compreenderá que os personagens de ficção às vezes são mais reais do que pessoas de carne e osso e corações pulsando."
(Ilusões - Richard Bach).
Como quase sempre acontece quando eu vejo um bom filme, me sinto compelido a avaliar a vida como um todo. Sim, o que chamo de ficção me remete sempre ao que chamo de realidade.
Não preciso que no final dos créditos esteja escrito que aquela é uma obra de ficção e que os fatos, personagens, acontecimentos são apenas uma história possível. Até mesmo em obras baseadas em fatos reais. Toda realidade não é mais que uma interpretação.
O modo como percebo os acontecimentos do meu dia a dia fazem dele o que ele é, nada mais que isso. É como um dia de sol radiante quando eu estou muito triste: não me diz nada de sua beleza.
Me recordo uma vez em que fui para a Região dos Lagos, aqui no RJ, e fui caminhar e correr na praia. Pensamento a mil, sentimentos à flor da pele e uma vontade imensa de me ultrapassar e à dor que eu estava sentindo: rejeição e incompreensão não são algo que se possa viver facilmente. Me recordo que, depois de aproximadamente 40 minutos correndo pela beira da praia, me toquei que o sol estava se pondo e criando reflexos fantásticos na superfície da água do mar que tocava a praia. Cansaço, distração, oxigenação no cérebro? Não sei bem o que me fez ver com outro olhar aquilo que já estava olhando. Também me fez parar, observar tudo ao meu redor, entender um pouco o meu lugar naquele mundo fantástico que eu podia vivenciar. Sentei-me na areia e fiz uma prece em agradecimento pela oportunidade recebida. Foi o suficiente para ultrapassar a dor. Louvado Seja!
Depois de algum tempo em cartaz, finalmente, assisti ao Quem quer ser milionário? uma viagem pela Índia e seus contrastes sociais. A história do Jamal e sua perseverança ao se manter fiel ao seu amor e, contra todos os obstáculos, ir ao seu encontro.
Prosseguir em direção a um alvo com persistência não é uma marca registrada do mundo atual onde tudo é passageiro, tudo é substituível, tudo é para apenas uma estação.
Outro filme que me fez refletir a esse respeito foi o Prova de Fogo. Nele um casal às vésperas de um divórcio, vive experiências inusitadas quando o pai do marido, propõe para ele cerca de 40 dias de espera que seriam preenchidos com tarefas de um pequeno manual. Aos poucos a transformação da visão do imediatismo se desfaz em prol de uma mais voltada para a plenitude do encontro e do amor.
Estou refletindo a esse respeito: a velocidade dos encontros não precisa ser estabelecida pela falta de paciência com o dia a dia. Seria possível ter uma outra ótica sobre nossas motivações.
De certa forma, o que proponho como questão, para ser pega com carinho*, é que a realidade é múltipla dependendo da nossa percepção. E basta um pouco de vontade para a observarmos sob um outro prisma.
Quem sabe a ficção não é mais fatual do que a realidade?
Não preciso que no final dos créditos esteja escrito que aquela é uma obra de ficção e que os fatos, personagens, acontecimentos são apenas uma história possível. Até mesmo em obras baseadas em fatos reais. Toda realidade não é mais que uma interpretação.
O modo como percebo os acontecimentos do meu dia a dia fazem dele o que ele é, nada mais que isso. É como um dia de sol radiante quando eu estou muito triste: não me diz nada de sua beleza.
Me recordo uma vez em que fui para a Região dos Lagos, aqui no RJ, e fui caminhar e correr na praia. Pensamento a mil, sentimentos à flor da pele e uma vontade imensa de me ultrapassar e à dor que eu estava sentindo: rejeição e incompreensão não são algo que se possa viver facilmente. Me recordo que, depois de aproximadamente 40 minutos correndo pela beira da praia, me toquei que o sol estava se pondo e criando reflexos fantásticos na superfície da água do mar que tocava a praia. Cansaço, distração, oxigenação no cérebro? Não sei bem o que me fez ver com outro olhar aquilo que já estava olhando. Também me fez parar, observar tudo ao meu redor, entender um pouco o meu lugar naquele mundo fantástico que eu podia vivenciar. Sentei-me na areia e fiz uma prece em agradecimento pela oportunidade recebida. Foi o suficiente para ultrapassar a dor. Louvado Seja!
Depois de algum tempo em cartaz, finalmente, assisti ao Quem quer ser milionário? uma viagem pela Índia e seus contrastes sociais. A história do Jamal e sua perseverança ao se manter fiel ao seu amor e, contra todos os obstáculos, ir ao seu encontro.
Prosseguir em direção a um alvo com persistência não é uma marca registrada do mundo atual onde tudo é passageiro, tudo é substituível, tudo é para apenas uma estação.
Outro filme que me fez refletir a esse respeito foi o Prova de Fogo. Nele um casal às vésperas de um divórcio, vive experiências inusitadas quando o pai do marido, propõe para ele cerca de 40 dias de espera que seriam preenchidos com tarefas de um pequeno manual. Aos poucos a transformação da visão do imediatismo se desfaz em prol de uma mais voltada para a plenitude do encontro e do amor.
Estou refletindo a esse respeito: a velocidade dos encontros não precisa ser estabelecida pela falta de paciência com o dia a dia. Seria possível ter uma outra ótica sobre nossas motivações.
De certa forma, o que proponho como questão, para ser pega com carinho*, é que a realidade é múltipla dependendo da nossa percepção. E basta um pouco de vontade para a observarmos sob um outro prisma.
Quem sabe a ficção não é mais fatual do que a realidade?
Wellington de Oliveira Teixeira, em 06 de setembro de 1998.
* obrigado por me ensinar a falar assim, Denise Farias, tem sido muito importante pra minha vida.
** Pela primeira vez posto uma arte não feita por mim, mas que eu gostaria de parabenizar o autor. Só não consegui. Deixei, então, o endereço de onde achei. Parabéns, autor!
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