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29 de abr. de 2008

Meu ser e meu não-ser (se reinventando)

 Desprotegido, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 05/11/2005. Desprotegido, criado em 05 de novembro de 2005.

Meus investimentos no terreno do não-ser parecem surtir efeitos em quem se encontra ao meu redor. Meu não-sou-eu tem o poder de cativar, encanta muita gente. E a minha brincadeira ganha conteúdo porque ajuda. É, isso mesmo! Ajuda. Transforma pensamentos enrijecidos pelo costume, permite a ruptura de alguns padrões que estavam aprisionando.

Na noite passada, eu estava especialmente inspirado na minha performance: usei e abusei de exemplos de como a vida poderia não-ser e gerar algo novo.

Vou, antes que alguém chame o meu não-ser de falsidade e eu não deixe claro meu modo de agir, tentar ir encaminhando meu discurso para o esclarecimento.

Encontrei algumas pessoas com caminhos tão diversos e com idades tão distantes entre si e me permiti ser um ponto de convergência entre elas. Fiz intervenções na vida de um através de questionamentos à vida de outros que estavam juntos na roda de conversa e esta ação foi gerando posicionamentos diversos, estruturando formas de pensar diversas e, em muitos casos, capturei aquele sorriso de canto dos lábios se formando que sinalizava as mudanças. E cada um que ia se satisfazendo ia saindo um pouco mais leve, um pouco mais feliz, um pouco mais esclarecido, com um percurso novo a seguir.

Vi alguns reencontros entre brigados, um encantamento ser manifestado com olhares e palavras diretas entre dois dos participantes e, conforme ia a madrugada embora, minha satisfação crescia, o nível de cerveja no meu sangue igualmente. Estava ficando naquele estado intermediário entre a sobriedade e a embriaguez. E, certamente, isso ajudou a minha performance. Fui cuidadoso com todos, generoso com alguns, carinhoso com uns poucos e fui audacioso com raros. E, quando o amanhecer se aproximava, aproximei-me de casa, despedindo-me de um ex-estranho que participou de um pouco mais de duas horas de conversa e com quem travei um bom combate contra o medo de ser o que não-se-é. Por fim, o sorriso de paz chega e ele se vai. Posso me encaminhar para casa, um pouco cansado, bastante triste e sentindo-me muitíssimo solitário. Melhor ir dormir. E, por três horas, descanso e, novamente, me levanto para um desencontrar-me com meus afilhados em algum ponto qualquer de São Gonçalo. Volto para casa e descanso mais três horas para ir participar com familiares de um agradável almoço - mais atividades, sorrisos, torcidas numa transmissão televisiva de futebol.

Retornando para casa, decido ver um filme após uma boa dose de café - necessário para não dormir durante a sua exibição de Ray na minha tv. Decisão correta: momentos de puro deleite com a arte cinematográfica. Um banho, para retirar de mim o dia que termina e gestar um novo dia, e decido escrever um pouco – essa tem sido uma atividade que me proporciona um pouco de paz-de-espírito – para, no meio do caminho, em contato telefônico com meus afilhados, esclarecer os fatores do desencontro. E mais um pouco de paz me preenche: tempo da delicadeza é o que me toca ao ouvir nas caixas acústicas do meu Expanium conectado via usb ao computador (por que tantos têm um certo desacordo com a tecnologia?). E, quando penso nisso, digo para mim mesmo, esse é um assunto que deve ficar para outra hora. Basta poder aproveitar, do modo como eu fiz, os recursos que eu tinha e, na tela do meu computador, ver projetados meus pensamentos, conduzidos por uma vontade de compartilhar esses momentos com um alguém cuja defesa racional não o impeça de viver um bom caminho, mesmo que estranho como esse.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 12 de outubro de 2005.

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