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12 de abr. de 2008

Há quanto tempo eu te amo?

(prospecção foi criada em 29-10-2005)


O que faz de nós o que somos é inatingível e incompreensível.
Entregar-se ao amor dá uma idéia do que é incognoscível.
Nada mais importa no final das contas.


Queria ter as respostas para algumas questões que me fazem um recorte enquanto pessoa.

O mundo lá fora, por vezes, espelha meus pensamentos e as emoções que querem vir diante de mim, só para que eu possa olhá-las frente a frente, sem qualquer disfarce. E, numa linguagem própria, quase que oculta, meus pensamentos prosseguem tentando decifrar e dar conta dos turbilhões que me alcançam.

Se penso em ti, não consigo mais te ver como aquele ser que me tomava de assalto, mas continua tendo o poder especial de entrar dentro de mim, penetrar a minha alma com poucos gestos, um olhar, duas palavras.

Teu mundo cresceu, certamente. Teus desejos, tuas estradas, já não são tão claras, e nem atreladas a qualquer sombra de meus sentimentos.

O que havia de especial? O que produzia a mágica? O que ou quem fez com que o espelho se quebrasse e a imagem não pudesse mais ser refletida no interior do outro?

Querer é algo muito bom. Ter mais ainda. Mas onde estão aqueles carinhos? Será que sempre estiveram somente dentro de mim? Eram, no mundo, apenas uma projeção das minhas carências e da vontade de fazer da vida algo maior que o vazio? Fico como que ensimesmado com as forças que me tomam agora.

Sinto a tua falta, claro! E não quero com isso produzir uma escravidão em tua vida: ninguém tem que fazer nada só para satisfazer o sentimento do outro. Mas tu tens estado longe, tens passado ao largo e cada vez é maior a distância que nos localiza em separado: caminhos divergentes.

Meus olhares não são vazios, isso eu sei. Nem mesmo minha alma. Mas sinto uma certa fatia de solidão, uma mistura de sensações que fazem meu corpo se incomodar e querer sair na busca de respostas que consigam trazer um pouco de sossego, por alguns instantes. Estou vivendo um pouco infeliz.

Eu te busco em imagens do passado, passadas a limpo por uma corrente de vida que foi te levando por outros rumos. Te vejo com um certo ar de felicidade entre os teus companheiros. E penso: “Estará ele amando alguém? Será seu desejo poder me contar a respeito de sua vida, dos momentos especiais e das suas inseguranças e incertezas com relação ao objeto de seu amor? É claro que eu estaria disposto a ouvi-lo. Daria todo o apoio para que ele pudesse experimentar tudo o que a vida possui de bom e que, com certeza, ele merece”…

Eu posso ficar divagando por aí, mas como dizer isso se eu não tenho mais acesso a tua vida e se acho que tens um certo medo de mim, do que represento e do meu amor?

Quem é teu confidente? Quem divide contigo, agora, os sonhos de um mundo melhor? Por onde andarão o Pequeno Príncipe, o Shimoda, o Fernão Capelo e a galera que era capaz de provocar o pensamento para que ele se estendesse além do mundo cotidiano? O que será que pensas, hoje, a respeito das propostas de vida que eles te fizeram um dia? Eu me deixo levar por esses pensamentos…

Não gosto de pensar que escrevo apenas para dar conta das coisas que me incomodam. Quero escrever pelo prazer de ver fluir à minha frente os pensamentos que estariam reclusos no interior do mundo que eu gerei para mim, dentro de mim. E, quando consigo, fico pleno.

Não creio que consiga achar as respostas para todas essas questões, mas pretendo que elas possam ficar bem visíveis, em um lugar onde eu as veja e seja convidado a continuar na busca de solucioná-las.

O verdadeiro amor permanece. Ele sabe quando abrir mão. Ele corre contra a correnteza do mundo. E eu me lembro de um dia você ter me comparado com um tipo de pessoa que dava direção à vida mesmo que ela fosse um barco sem remos. Eu vou correr atrás de continuar assim.

Se já temos nove anos juntos, e isso é tão especial, que diremos daqui a muitos outros? Talvez você diga: “E aí?” Mas certamente eu direi Friends Are Friends Forever!!!

São Gonçalo, 12 de Dezembro de 1998.

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