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29 de abr. de 2008

Estado de confusão.

O silêncio de fora, criado por por Wellington de Oliveira Teixeira em 17/10/2005
O silêncio de fora, criado em 17 de outubro de 2005.

A vaidade não é algo simples e ingênuo.
De um lado, é o núcleo de tudo o que é bom em nós e,
por outro, o núcleo de tudo o que não presta.
Livrar-se da vaidade que não presta requer prodígios de estratégia
(Dom Juan)
. Fogo Interior - Carlos Castañeda

Simples, detectar isso. Um vai-não-vai, um faz-não-faz que permeia cada raciocínio, cada movimento, impedindo a ação necessária - pura paralisia em movimentos, já que todos servem para nada: não me dizem, não me expressam, simplesmente expressam você em mim.

Interessante a potência desse movimento de captar o outro e inseri-lo dentro de si: há algum tempo não fazia isso. Minhas marcas estavam desbotadas e, agora que se reacenderam, juntamente com o brilho das novas, estão produzindo efeitos colaterais - um deles, esse meu utilizar-me de inúmeras imagens e palavras para dizer um pára para a paralisia.

E são necessários dois dias de empenho para eu alcançar algo produtivo, além das imagens e textos - mesmo eles um pouco caracterizados por uma certa impotência.

Silencio meus pensamentos e o silêncio que produzo produz o silêncio fora de mim, também.

Por um simples ato de decisão o universo muda meu universo e o inverso ocorre - não mais você em mim, mas eu em você me manifesto - sinto isso aqui no meu silêncio interior. Tento tirá-lo do seu círculo vicioso e ascende-lo em uma espiral para que sua visão se expanda, mas seus olhos ainda não estão treinados para ver do alto e buscam a visão horizontal do cotidiano. Vontade é algo imperativo e, quando bem usada, tem um efeito devastador ou criador. Decido não usá-la. É suficiente essa decisão consciente e plena de mim para eu retornar ao meu estado normal. Eu sou e isso me basta.

E Chico Buarque canta:

… prefiro, então, partir a tempo de poder a gente se desvencilhar da gente.
Depois de te perder te encontro com certeza,
talvez no
tempo da delicadeza,
onde não diremos nada, nada aconteceu:
apenas seguirei como encantado, ao lado seu
.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 19 de outubro de 2005

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