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27 de abr. de 2008

Paixão é acidental

Paixão é acidental, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 21/07/2005 Paixão é acidental, criado em 21 de julho de 2005.



Que coisa estranha essa, a espera. Você acorda, bem antes da hora necessária, por que o ritual depende de arranjos anteriores: ajusta um detalhe, deixa pronto um refresco, come um pedaço de chocolate, põe seu playlist favorito para tocar, joga um pouco, relembra algumas fotos e o tempo vai passando…

Você verifica o relógio e pensa 'já era hora de ter chegado' e ao mesmo tempo ri (lembra-se da frase da raposa para o principezinho?), ao final das contas, um bom humor é sempre uma coisa que deixa a vida mais alegre. Estamos apenas em julho e o mundo sul americano ainda respira o seu inverno e um friozinho a mais, na espinha, a gente tira de letra, no país do futebol.

Daí surge a idéia: Por que não escrever o que se sente enquanto se espera? Por dentro, a confirmação: boa idéia!

No telefonema não estava estabelecida a hora, só no costume. É bom variar. A rotina cria aprisionamentos quando se estabelece. E, pensando bem, a vida é feita de puros acidentes, acontecimentos inesperados. O controle foi inventado por quem queria a dominação e, nela, quase não há experiências no campo das probabilidades e as possibilidades são restringidas ao máximo.

Paixão é acidental e o amor também pode ser, quando abrimos mão do controle: há um alguém, um outro, uma vida que não deve ser subjugada ao nosso mais bem-intencionado desejo de proximidade.

Ah… minha preguiça também deve ter a chance de manifestar-se na forma de um pouco de indolência, de um deixar-se ficar sem nada fazer. Por que não?
Na próxima vez, acho que vou tentar ser um pouco menos preocupado, um pouco mais largado, sim. Deixar que as coisas aconteçam por si é, também, um bom exercício de alma.

Sabe de uma coisa? Agora vou ligar prá você e perguntar se vem ou se não vem e, com isso, fechar um período de dúvidas. Um ciclo de espera é bom para nos ensinar a paciência, mas não creio que deva ser para nos colocar na passividade.

Ligo. E, sabe de uma coisa, essa pessoa não virá: chegou tarde e acordou com o meu telefonema. Tudo bem, já estou livre para outros momentos do dia, estou terminando o meu texto e a referência que fica é a de momentos aproveitados, instantes vividos e uma experiência boa para ser recordada nos momentos de melancolia.

Digo para mim mesmo, sem me deixar levar por uma autopiedade idiota: alguns sonhos não saem de sua esfera para tornarem-se um encontro, outros sim. Vou ao encontro dos outros.

Nos desejo uma boa sorte, ex-estranho!

Wellington de Oliveira Teixeira, em 26 de julho de 2005

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