Recomposição, criado em 22-08-2006
Eu queria escrever algo para um amigo, mas cada coisa que eu pensava tinha plenitude em si — não dava para tentar colocar em palavras. Não é fácil dizer algo que já não se tenha dito, de uma forma ou de outra, a um amigo. Mas a distância entre as mãos que se cumprimentam tem que se encurtar, até que se toquem, pois é só ali que a plenitude do gesto se concretiza e as energias são tocadas, trocadas. É na colisão que a energia se libera sem que nenhuma sombra tape seu brilho.
Eu já aprendi com a vida que existe um tempo para cada pessoa. Não há como ninguém de fora mudar a velocidade dele, torná-lo mais curto ou longo. E hoje, mesmo que às vezes não seja muito fácil, procuro respeitar a experiência pessoal de cada um. Tento não interferir demais, porque, quase todas as vezes que tentei, tive as minhas perdas e a sensação de uma certa solidão, que fica quando esse alguém se deu por satisfeito com esse encontro. Cada um tem seu próprio percurso. O caminho do conhecimento tem muitas faces, mas ao fim de tudo é apenas percurso.
Eu é que sinto falta dos que amo. Amor cobra sua cota pelo prazer que nos proporciona. Todos que amaram sabem disso. E convenhamos: solidão — quando não é voluntária — não é nada agradável. As imagens ainda passeiam pela minha cabeça: são apenas fantasmas se não tenho uma presença física. Sem o toque, a energia vai minguando. E mingua quem a vai perdendo.
E como eu queria que você estivesse aqui, senão por outra razão, porque eu o amo. E não gostaria que o espaço que existe entre nós se desfizesse, minguasse. Então eu vou para o som e coloco algumas músicas especiais. Eu pego algumas fotos para recordar seus traços. Reescuto algumas das suas palavras e revivo algumas das experiências que compartilhamos. Amigos são pra sempre: é o que eu me escuto dizendo a mim mesmo, nesse momento.
Isso ajuda, mas não basta.
Eu já aprendi com a vida que existe um tempo para cada pessoa. Não há como ninguém de fora mudar a velocidade dele, torná-lo mais curto ou longo. E hoje, mesmo que às vezes não seja muito fácil, procuro respeitar a experiência pessoal de cada um. Tento não interferir demais, porque, quase todas as vezes que tentei, tive as minhas perdas e a sensação de uma certa solidão, que fica quando esse alguém se deu por satisfeito com esse encontro. Cada um tem seu próprio percurso. O caminho do conhecimento tem muitas faces, mas ao fim de tudo é apenas percurso.
Eu é que sinto falta dos que amo. Amor cobra sua cota pelo prazer que nos proporciona. Todos que amaram sabem disso. E convenhamos: solidão — quando não é voluntária — não é nada agradável. As imagens ainda passeiam pela minha cabeça: são apenas fantasmas se não tenho uma presença física. Sem o toque, a energia vai minguando. E mingua quem a vai perdendo.
E como eu queria que você estivesse aqui, senão por outra razão, porque eu o amo. E não gostaria que o espaço que existe entre nós se desfizesse, minguasse. Então eu vou para o som e coloco algumas músicas especiais. Eu pego algumas fotos para recordar seus traços. Reescuto algumas das suas palavras e revivo algumas das experiências que compartilhamos. Amigos são pra sempre: é o que eu me escuto dizendo a mim mesmo, nesse momento.
Isso ajuda, mas não basta.
Wellington de Oliveira Teixeira, em 02 de novembro de 1997
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