Pesquisar este blog

18 de abr. de 2008

E o Fodão criou um mundo…

O fodão Criou o Mundo, arte Wellington de Oliveira Teixeira O fodão criou o mundo, criado em 16 de outubro de 1998.

E não o fez uma cópia do mundo do Outro. Claro que não. Não seria imbecil a tal ponto. Tudo bem que o Outro acertara algumas coisas: aprontara primeiro Céu, Terra, Águas. Qualquer principiante sabe disso. Mas, por que demorar 7 dias (ou melhor 6 porque um era o Sábado e nem Ele era de ferro), Ah! e é preciso fazer um outro desconto, por que qualquer ser criador precisa tirar um cochilo de 20 minutos – leia-se duas horas – após o almoço. E isso já reduz de 6 dias para 5 e ½. Mas, mesmo assim, é muito tempo só para dizer algumas palavras como Haja Luz em latim e ver se houve mesmo (e ele até pensou: é melhor eu não falar demais por que se a Fiat Lux souber que usaram seu slogan vai criar um problema na justiça com o Outro. E, mesmo tendo sido um plágio do Outro, ele não o criticava. Afinal, cada um com o seu cada um.). Qualquer ser inteligente verifica o resultado do que fez, mas precisava ficar dizendo para si mesmo que tudo que estava fazendo era bom? É claro! Como todo bom ser criador, que sabe que é bonzão. Nisso o Outro era perfeito. Mas param por aí as semelhanças.

E, é claro, que o Fodão começou o mundo por uma criança. Não cometeria o mesmo erro do Outro, que criou um homem e depois se ferrou ao ser abandonado por sua criação. Apesar de ter achado uma vacilada feia do Outro, não o criticava. Afinal, cada um com o seu cada um.

Outra, que ele achara ter sido uma vacilada feia do Outro, foi a de ter criado, logo a seguir, uma mulher. É claro! Todo ser que tenha um mínimo de inteligência (homem, é claro!), sabe que mulher quando aparece sempre gera problemas para o homem resolver ou, então, faz uma merda 'irresolvível'. Não é culpa dela não ser imagem e semelhança do seu criador e, por isso mesmo, incapaz de alcançar um pensamento que seja criativo. Também o Outro foi tirar logo um pedaço das axilas para criar uma mulher. (E ele já pensou: é por isso que elas precisam de tanto perfume e vivem em lojas para ver se melhoram a aparência e aparecem um pouco). Mas não criticaria o Outro. Afinal, cada um com o seu cada um. Criaria, em vez dela, Terras Encantadas por toda a parte.

E, existiria apenas uma escola: a dele. Prá que outra? (e ele já pensou, de novo, numa outra vacilada do Outro, essa de mandar outro para ensinar em seu lugar. Tinha que dar no que deu: quando perceberam a enganação, espancaram o cara, e o penduraram numa cruz, só para que o Outro pudesse ver mais de perto. Isso foi demais. Quanta irresponsabilidade! Por que não assumia que não sabia ensinar? Quem sabe vai e faz por si mesmo, não manda recados!). E as turmas seriam divididas entre os meninos que conseguiam e os que não conseguiam pensar, analisar e falar como o Fodão. É claro que ele daria uma atenção especial para os que já conseguiam, mas, de maneira alguma, deixaria os outros de lado. Simplesmente daria a parte que eles já conseguiam assimilar. E, afinal de contas, quem é burro tem que pastar prá aprender.

E houve a manhã e a tarde do primeiro dia. E, é claro, como não podia deixar de ser, o Fodão foi dar uma caminhada na praia e ver se havia festa por lá. Afinal de contas era o seu aniversário. E ele não cometeria uma vacilada igual a do outro (diga-se de passagem, já estava de saco cheio com as vaciladas do Outro. Mas não criticaria o Outro. Afinal, cada um com o seu cada um.) de só por ser um ser eterno não assinar em baixo por todos os anos já vividos. E foi ver, em seu vídeo cassete, os jornais da tarde e da noite.

E chegou o fim da noite do primeiro e único dia, por que o Fodão acordou e viu que tivera um sonho.

E pensou consigo mesmo "Só um Fodão prá ter um sonho como esse". E tocou o sinal do recreio e a gurizada correu ao seu encontro. Ele pegou um Halls, colocou na boca. Gritou: “Aqui só tem um que manda!

E, lá no fundo da sala, alguém escutou uma voz de um baixinho dizendo: “E sou eu!”.

Uma homenagem a um grande educador, prof.º Ubiracy Martins de Figueiredo, no dia de seu aniversário.


Wellington de Oliveira Teixeira em 16 de outubro de 1998.

Nenhum comentário: