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24 de abr. de 2008

Burrocracia

burrocracia, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 13/09/2005
Burrocracia, criado em 13/09/2005.

Em algum lugar disto que alguém resolveu dar o nome de mundo, e foi seguido pelos seus pares, será possível encontrar seres pensantes capazes de interagir com consciências de diversos níveis (coisa que não me considero capaz!) com facilidade?

Costumo dizer que se não consigo expressar minhas idéias, e me fazer entender, o responsável sou eu mesmo: é a minha incapacidade de lidar com outras realidades.

O que pode levar alguém a não ser permeável ao conhecimento e à interação? Burrice? Estupidez? Descaso? Indolência? Diga-me, aí: por quantas situações você já passou tentando explicar para alguém um fato ou necessidade e, depois de muito se esforçar, desistiu?

Procurei verificar - numa estatística bem básica - qual seria o percentual de pessoas que estariam vivendo e pensando situações semelhantes a esta e qual foi a sua reação. Resultado: desistência, na maioria dos casos; briga, em alguns; grito, em outros. Perguntado se isso resolveu, a maioria disse não. Ora, a inacessibilidade é algo frustrante para qualquer um. E como se resolve essa frustração? Novas tentativas de explicação? Criação de novos argumentos? Geração de momentos mais propícios? Fragmentação do que se quer passar adiante para ir, aos poucos, fazendo-se entender? Simplesmente escolher pessoas mais capazes?

Em todos os lugares, sempre houve pessoas, temporariamente, ocupando uma posição de poder que, evidentemente, não possuem qualquer qualificação para a função – não é apenas no serviço público que isso fica notório: peça uma informação simples e você será encaminhado para diversos setores até que alguém, com um pouco mais de capacidade, leva você de volta para o primeiro e diz que é para ser feito ali mesmo, de uma determinada maneira. E sabe com qual resposta você é brindado? ‘Ah, você deveria ter dito que era isso, no início!’ E você quase enlouquece pelo fato de que você disse exatamente aquilo. Experimente pedir uma correção nos valores de sua conta telefônica. Após passar por várias sessões de musiqueta e ‘aguarde que sua ligação será atendida’, você, enlouquecido, só pensa em dar um tiro no atendente, pede para falar com o supervisor que – em alguns poucos casos – entende a situação e resolve. No entanto, quanto de energia é despendida, à toa, para coisas tão simples? Deveria ser medida e cobrada.

Se isso valesse para serviços, imagine o quanto você teria disponível em sua conta bancária após conversar com aquele seu vizinho ou o primo de seu amigo quando foram ver ‘Matrix’, no cinema? Poderíamos inventar uma multa por cada ato ou fala imbecil. Só que teríamos que isentar os Parlamentares, os Juízes, e o Executivo inteiro: o risco de falência do país seria iminente!

Wellington de Oliveira Teixeira, em setembro de 2000.

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