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15 de jul. de 2015

Cristalino

Cristalino criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 15-07-2015.
Cristalino, criado em 15-07-2015.

O que você pensaria se eu cantasse desafinado? Você se levantaria e me abandonaria?
Empreste-me seus ouvidos e lhe cantarei uma canção. Tentarei não sair do tom!
Ah, eu consigo, eu vou longe, eu tentarei, com uma pequena ajuda de meus amigos!

O que eu faço quando quem amo está distante? (preocupa-lhe a solidão?)
Como eu me sinto ao final do dia? (entristeceu-se por estar sozinho?)
Ah, eu consigo, eu vou longe, eu tentarei, com uma pequena ajuda de meus amigos!

Você precisa de alguém? (Eu preciso de alguém para amar!)
Pode ser qualquer pessoa? (Eu quero alguém para amar!)
Ah, eu consigo, eu vou longe, eu tentarei, com uma pequena ajuda de meus amigos!

Você acredita em amor à primeira vista? Sim. Estou certo que acontece a toda hora!
O que você enxerga ao apagar a luz? Não posso contar, pois sei que isso é meu.
Ah, eu consigo, eu vou longe, eu tentarei, com uma pequena ajuda de meus amigos!

(Beattles — With a little help from my friends)


Nada tão revigorante quanto criança. O aprendizado com os fluxos inconstantes e diversificados — por segundos apenas, estratificados — me parece a cristalização momentânea, conceito compartilhado pelo Eric, o pai do Pedro, um sujeitinho que eu reconheci ontem.

— "Eu gosto do verde. Esse, e do escuro também, e gosto do azul". E eu percebo o gostar de mexer, encaixar, descobrir profundidades e experimentar (às vezes com um olhar crítico da Patrícia, ao lado!). É preciso participar, ganhar um pouco (ou muito) da atenção, interrompendo o diálogo alheio. Alheio a ele e ao seu interesse.

E uma tarde inteira vai passando, os movimentos do pensamento sendo reordenados — às vezes é preciso apenas trocar as posições das peças que estão sendo usadas. Vale tentar, afinal de contas o mundo não acaba amanhã. Relaxa!

E o duro e pesado fardo das questões sociais, da participação consciente, da busca de novas formas de expandir as condições de expressão de outras potências vai se tornando um pouco menor, mais leve. Não por que as questões tornaram-se mais simples, por que nós nos permitimos equilibrar as forças do medo com as da amizade. Há fantasmas, sim! Assustam-me, como também ao Pedro. Saem com a capa balançando e dão um grito que pega a gente de surpresa. Passado o susto, esquecemos. Vamos em frente.

Guardo comigo o brilho dos lindos olhos na hora do sopro da sorte sobre as mãos quase fechadas, porque guardam uma moeda bem sacudida, antes de se dizer 'Cara ou Coroa?'. O riso e a gargalhada alta, quase um grito de agradecimento para a vida, sai ingênuo e encantador. Mais um ponto! Faltam mais um, três vezes, pra chegar ao 10 e ganhar a partida.

Assim como falta pouco para se restabelecer a ordem no meu universo: os pontos de identificação já se estabeleceram e o contato pleno se realizou. A energia flui novamente, porque desbloqueada.

Hoje, um dia depois, enquanto aguardo a operação de olhos de minha mãe, me embalo com esses sentimentos tão engrandecedores da alma. Me permito ao espírito efetivar novas forças a fim de que possam ser transmitidas como um imenso desejo de sucesso para a intervenção cirúrgica, de modo a retornar uma visão de mundo cristalina para a dona Marilda de Oliveira Teixeira, assim como retornou a minha com a grande ajuda de um pequeno amigo*.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 15 de julho de 2015.

* Eu contava com apenas sete anos de idade, quando um grupo de jovens inconformados com a hipocrisia de uma época se reuniram, passaram dias juntos. Foi o Woodstock. Talentos que definiram um novo rumo para a música mundial se apresentaram. Como todo movimento sem determinações prévias, houve excessos dos bons e dos maus.
Uma das boas marcas desse encontro ficou registrada interpretação de Joe Cocker para a música dos Beatles With a little help from my friends (Paul McCartney, com a última frase de John Lenon).
A mensagem se mantém viva e cristalina: É possível, com uma pequena ajuda dos amigos! Indico duas das interpretações do Joe Cocker: a do Woodstock (1969) e a do Queen's Golden Jubilee (em 2002, com participações de Phil Collins, na bateria, e Brian May na guitarra.)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ficamos felizes com sua visita. Apareça quando quiser: estaremos te esperando. Enquanto isso, ah, eu consigo, eu vou longe, eu tentarei, com uma pequena ajuda do meu amigo Pedro.