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5 de jul. de 2015

A desestruturação é cósmica

Desestruturação cósmica, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 05-07-2015.
Desestruturação cósmica, criado em 05-07-2015.

Oração da Paz
Senhor: Fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna!
Amém.

(Origem anônima, geralmente atribuída a São Francisco de Assis)


Os fluxos de conexão com a terra, a água e o ar não precisam estar em equilíbrio com o indivíduo para que ele saiba quando e onde semear e produzir uma boa colheita. Do mesmo modo, muitas outras formas sensoriais que durante séculos foram utilizadas pela humanidade caíram em desuso. Inclusive, tornou-se obsoleta a capacidade de antecipação, diante das tecnologias desenvolvidas pela humanidade.*

Motivo de preocupação? Talvez. Caso ocorra um novo colapso na configuração mundial — a simples proximidade de um cometa ou expansão do fulgor de uma estrela seriam capazes de desabilitar a maioria dos recursos tecnológicos disponíveis.

Mas pensemos um pouco ampliado. Novos universos estão em formação nas incontáveis e distantes galáxias. Uma estrela está se desintegrando e sua força, ao expandir-se, propulsiona milhões de elementos em nossa direção. Talvez, possamos identificá-los e contemplar a sua luminosidade destacando-se em um céu limpo.

É assim que a transformação — mesmo a produzida com a destruição de uma estrutura milenar — é implacável e eficiente em seus propósitos. O infindável estabelecimento de restruturações. O conceito vale para minúsculas mudanças no seu corpo, para o que afeta sua mente e até para o que se estabelece como novo constituinte do seu espírito.

A Ordem definiu que tudo concorre igualmente para a manutenção do equilíbrio da vida, e nossa inserção nas leis universais deveria produzir respeito e consideração por todas as criaturas.

Apreciar fatos, pesquisar, desenvolver teorias é a manifestação mais pura de nossa natureza como seres desejantes, em especial do conhecimento. Na contramão, inquietação não propicia condições para a superação do que quer que ocupe a sua mente, mesmo o que surge em função dessa reflexão.

A vida propõe questões. Há recursos dentro e fora do ser humano para, apropriando-se deles, ultrapassá-las. E para todas aquelas que, por alguma impossibilidade momentânea, não foram superadas, o aprendizado da paciência e da perseverança também é um caminho que nos conduz à Sabedoria.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 05 de julho de 2015.

* A revolução tecnológica reconfigurou o modus operandi humano. Dispositivos modernos, integrados às redes virtuais, influenciam emoções, razão e inserção social. Produção, consumo, modos de sonhar, de lutar e divulgar ideias alcançaram outro estágio.
A intensificação do imediatismo, o desconforto perante novas exigências na execução de tarefas, a invasão de privacidade, a noção de tempo e as formas de lazer se enraízam e constituem a nova sociedade.
Apenas o primeiro passo para outra estruturação das sensibilidades e do cérebro afim de proporcionar a hibridação humano-máquina.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ao contrário de ser uma contraposição à natureza, o humano é espécie do qual a natureza é gênero, pois o homo sapiens, seus símbolos e construções, é uma das muitas propriedades emergentes** da matéria, da vida e do processo de evolução das espécies. No humano estão os produtos da colisão entre os indivíduos: a cultura, a arte, a ciência, a religião. Uma entre muitas manifestações das inter-relações de elementos físicos, químicos e biológicos que emerge a partir da interferência com o intento e a ação humana, a arte é capaz, por meio da manifestação do sentimento estético, de elevar o potencial humano de provocar mudanças na natureza. E a máquina? Bem, como propriedade emergente do humano semelhante à arte, que causa no elemento humano, além de sentimento estético, sentimento utilitário, a máquina é um hibrido em si. Sou um otimista. Gosto de pensar que seja temporária essa sensação de caos pela qual passamos, esse sentimento de insegurança e medos atribuído à ideia de máquina, de reificação das pessoas e relações, não refletindo nossa origem e nosso destino cósmicos. São as dores do crescimento.
*Para elaborar esse comentário-pensamento, tomei emprestada a ideia apresentada por Antonino Condorelli em “Do mito moderno da natureza selvagem à atenção plena: explorando a trajetória de Chris McCandless em ‘Into the Wild’” (Disponível em http://www.ccsa.ufrn.br/portal/anais/2010/artigos/gt7-07.pdf).
**Propriedade emergente: Característica nova e imprevisível que surge a partir das interações e arranjos dos componentes de um sistema que, tomados individualmente, não possuem aquela característica. As características do todo não são iguais a soma das características das partes (conceito adaptado de https://biologiaevolutiva.wordpress.com/tag/propriedades-emergentes/).

Wellington O Teixeira disse...

Acolher conscientemente a transformação nos permite constituir novos valores, ao nível das sensibilidades e do pensamento e fora da esfera dos preconceitos (o ser híbrido incluído).
Concordo com você no otimismo, mas credito a este uma porção crítica. É constituir futuros com base em tudo o que é acessível e está passível de uma certa gerência de nossa parte: a tal da estratégia.