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3 de jun. de 2014

Posição, direção e determinação

Atomizando, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 02 de junho de 2014.
Atomizando, criado em 02-06-2014.

O homem é uma corda, atada entre o animal e o além-do-homem — uma corda sobre um abismo.
Perigosa travessia, perigoso a-caminho, perigoso olhar-para-trás, perigoso arrepiar-se e parar.
O que é grande no homem, é que ele é uma ponte e não um fim:
o que pode ser amado no homem, é que ele é um passar e um sucumbir.
[…] Amo Aqueles que não procuram atrás das estrelas uma razão para sucumbir e serem sacrificados:
mas se sacrificam à terra, para que a terra um dia se torne do além-do-homem.
Amo Aquele que vive para conhecer e que quer conhecer para que um dia o além-do-homem viva.
E assim quer ele sucumbir.

(Nietzsche — Trecho de Zaratustra, prefácio §4, ano de 1883)


Escolher um caminho a seguir é o que sempre recomendo a todos que se veem diante de escolhas muito díspares, ou que conflituam os sentimentos, pensamentos e relações sociais. E quando — quase sempre — ouço 'Falar é fácil!', sou o primeiro a concordar. Ainda assim, mantenho a proposição inicial.

Certa vez, alguém me confrontou com uma frase que soou o gongo interior: 'você é um masoquista!'. O porque de soar é inteligível, uma vez que em sociedade abrimos mão do desejo puro e simples em prol de uma coletividade. No meu caso, a de suma importância para mim — a família.

O quanto vale a pena ou não é algo variável. Encarar os momentos solitários tende a diminuir, enquanto os de convívio a maximizar. Certamente, a questão se espelha em cada um que encarou a questão — talvez, todo o mundo.

Direcionar as ações com base na razão pura e simples é o maior criador de recalques que conheço. Cada desejo reprimido se anexa aos anteriores acumulando mais um grau na escala da insatisfação. Certamente você conhece pessoas que julgam todo mundo o tempo inteiro, os primeiros a jogarem a pedra, os que ignoram seus erros apontado os demais. Devo dizer sinceramente: seja piedoso com eles, são os que mais estão sofrendo.

A questão se encaminha mais para como canalizar a energia do desejo, em que momentos acatá-la e como utilizar o potencial que lhe é inerente.

Para avaliar a proposta, não é necessário ir muito longe, já que alimentação é um exemplo simples e preciso: comer o que se gosta, sempre, gera problemas sérios. Basta avaliar as consequências — físicas, sociais, emocionais, financeiras e outras mais — para a si mesmo e para os que estão ao seu redor (em especial nos casos em que se torna uma questão de doença).

Tentei me posicionar a respeito, quando da criação da imagem (para ver esses detalhes, clique nela com a rodinha do mouse).
  • Sabe aquela plantinha do bem-me-quer—mal-me-quer?
  • Sabe a órbita que o elétron faz em torno do núcleo do átomo?
  • Já viu uma rosa dos ventos ou utilizou uma bússola?
  • Já encarou um paredão de rochas durante uma caminhada pela areia de uma praia?
Tudo isso me remete a posicionamento. Exatamente o que é necessário ter diante das questões da vida. Não se escapa: em cada situação encarada, haverá as perdas e danos como, também, seu oposto ganhos e restauração. Simultaneamente.

Fugir, fica claro por esse raciocínio, não resolve a questão, muito menos a adia — a faz piorar. É como o medo de um fantasma que paralisa. Só piora quando não encarado.

Todos temos nossos fantasmas e medos. Sabemos o terror que nos causam. Vi um filme em que ensinavam uma criança a ter coragem de se levantar da cama e acender a luz, quando sofria de terror noturno e tinha pesadelos imobilizadores e catalizadores de reações físicas muito fortes. Envolvia diretamente posicionamento e direção, junto com uma determinação construída por uma tática simples.

Com os olhos fechados, pense naquilo que tornou o seu dia mais legal, levante-se da cama e se prepare para ir em direção ao interruptor. Em 5, 4, 3, 2 , 1.

Abra os olhos, vá e acenda a luz!

Wellington de Oliveira Teixeira, em 03 de junho de 2014.

* Esse texto acabou antecipando o que gostaria de fazer para homenagear meus familiares que aniversariam no mês de junho.

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