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9 de jun. de 2014

O que importa à vida

Substrato, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 09-06-2014.
Substrato, criado em 09-06-2014.

Em verdade, em verdade vos digo:
Não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.
Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.
(Bíblia — João 13:16-17)

Com efeito, esse é o mistério da consciência.
Os seres humanos afastam-se desse mistério; nós nos afastamos da escuridão, das coisas que são inexplicáveis.
Encarar a nós mesmos em outros termos é loucura.
Portanto, não despreze o mistério do homem em você sentindo pena de si mesmo ou tentando racionalizá-lo.
Despreze a estupidez do homem em você, compreendendo-a. Mas não se desculpe por nenhum dos dois; ambos são necessários.
Uma das grandes manobras dos espreitadores é contrapor o mistério à estupidez que há em cada um de nós.

(Carlos Castañeda - O Fogo interior, p.177-178)


Fui tomado por um pensamento: Aprender o que importa à vida e não a mim mesmo.
Durante muito tempo a ordem da vida era a transformação, e tudo o que existia era fruto de um elemento anterior.

Assim foi o olho por olho, cujo entendimento era o de que para se gerar a vida era necessário uma vida; somente com a semente germinava uma planta, num ciclo da vida reiniciando com o que se denominou morte. Aquela visão de recomeço, pros antigos: a passagem de uma forma à outra, exigia o fim da anterior, cujo bom aprendizado era ofertado pelas borboletas.

Bem, de certa forma era a única opção existente até algum momento quando a Ordem gerou um novo estatuto, o da transmutação, e foi possível a transfiguração. Nele, o elemento básico não era de ordem física, nem espiritual, nem emocional, mas uma síntese inseparável de tudo o que havia, e, por sua essência, denominou-se amor.

Emissários apresentaram a nova Lei. Os que permitiram-se um novo modo de acesso à Ordem, descobriram seu poder regenerador, multiplicador e aperfeiçoador.
Essa seria a história que eu contaria, se tivesse a habilidade de contá-las de um modo convincente. Como tantas outras, buscando apenas espelhar um aprendizado de eras, que se acumulou nas tradições — as religiosas, inclusive — apenas para tentar demonstrar que o sentido da vida é a própria vida, mas em sua plenitude.

Como tudo que se combina e se transforma nas reações e sínteses de um corpo humano, apenas um espelhamento do que acontece no universo: um só corpo, uma só mente, um só espírito. A totalidade.

A nova Lei determinava que no que convencionamos denominar de partes constituintes — do mais ínfimo, nano ou outra palavra que defina o menor possível — estava o fundamento de tudo. Nela foi-nos apresentado o sentido do quem quiser ser o maior, seja como o menor, espelhe-se e aja no que há de mais simples. A reversão de um modo ser e estar estabelecido com a tecnologia da sobrevivência, a genética do mais adaptável, a preponderância do mais forte.

Os que dominavam no mundo de então estavam exauridos com a preocupação pela manutenção de seu poder que não podiam ter vidas próprias, sentimentos em seu estado mais puro — tudo girava em torno de uma perspectiva estratégica de trocas interessadas e manipuladas: me sirvam que eu os defendo; sacrifiquem-se e serão abençoados; seu sangue em troca da paz.

E com a fundação da nova ordem ocorreu a reversão, a possibilidade da aglutinação em prol do todo. Na busca da plenitude de cada um, o bem maior para o coletivo. E a lógica pôde ser aplicada em todas as esferas da existência. Não a igualdade para todos, mas a diferenciação máxima: conjuntos de células diferenciadas estruturando, por união, órgãos diferenciados, que desenvolvem funções que estruturam um conjunto e constituem uma totalidade. Todos plenos, todos exercitando seu potencial máximo, todos solidários.

Foi assim que seu fundador demonstrou que a beleza do mundo e sua sustentação e plenitude não podem existir sem seu substrato: a energia. E a energia deste novo mundo era o amor.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 09 de junho de 2014.

* Há diversas visões que tentei aglutinar nesse texto. Práticas dos antigos e dos novos xamãs, sacerdotes ou pensadores.
Penso que não precisamos jogar fora as lições, do mesmo modo que não precisamos repetir as práticas ou costumes apenas por si mesmo. Não devemos temer ser os produtores de um novo modo de lidar com os velhos problemas.
Apenas isso: o aprendizado que ultrapassa o si mesmo é o que importa à vida.

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