- Vazio
- sem o seu conteúdo habitual:
Da passeata, restam latas vazias e cansaço.- desocupado:
Estão tornando o país uma casa vazia: sem móveis ou boas recordações.- sem sua carga
No metrô, vagões vazios carregavam alguns poucos protestantes.- sem atividade humana
Depois dos protestos, ruas vazias da cidade tinham as marcas de quem passou.- sem algumas de suas qualidades primordiais
A má política e a corrupção deixaram como consequência jovens vazios de ideais.- sem força, efeito ou significado
Com discursos vazios, as falas dos parlamentares não encontram eco na população.- conjunto sem elementos (Matemática)
O conjunto de números naturais múltiplos de pi é vazio.
Vou direto ao assunto: não dá para ser uma estrutura monolítica* se quisermos ter espaço para transformações internas. É preciso que os blocos ou pedaços de cada fase que vivemos tenham a chance de surgirem, de repente, e aflorarem ou emergirem ou voarem. Somos sim, uma pequena colcha de retalhos, alguns muito bem costurados, outros nem tanto.
É claro que é saudável manter uma estrutura firme que sustente essa vivência dos velhos costumes, mas ela precisa ser capaz de anexar o inusitado. O esperado de cada um pode e deve dialogar com o ainda não conquistado, com o que está em vias de ser em nós. Tipo quando você entra para um curso de formação qualquer, por exemplo, aprender marcenaria. Mesmo possuindo algum talento, é preciso aparar as arestas por dentro, tal como se faz com a madeira cá fora. Nesse processo, algumas práticas menos eficientes devem ceder lugar a outras que permitem ao potencial sua expressão máxima. Vale para tudo na vida, esse raciocínio.
Então, como há em tudo o que se conhece no mundo, é preciso identificar aquelas brechas — o espaço que se diz vazio — e adotá-las. Por elas irá fluir os elementos necessários. Nelas se constituirá a forma que será agregada àquela que se tornou básica, núcleo do ser.
O inusitado nos visita, aguarda um encontro e possivelmente ser absorvido. Isto pode acontecer ora por aprendizado, outra por sensibilização emocional ou espiritual. Como um sopro inspirador, como um fluxo de água a se deslizar, como algo a se escalar, como uma mistura a ser produzida para se constituir novas formas.
Só nas vivências percebemos quais experiências nos são necessárias naquele exato momento.
Destacar uma parte de si a cada momento é uma arte; dar expressão para ela de um modo satisfatório, mais ainda. O receio deve apontar para aqueles pontos de enrijecimento. São estes que se partem quando a estrutura se modifica. É preciso maleabilizá-los.
Ser humano é estar em contínua e infinita transformação, até que todas as possibilidades se esgotem para essa etapa ou ocorra um término repentino. Qualquer dos casos, nos conduz a desejar e buscar uma vivência plena, e esta só ocorre quando há evolução, desenvolvimento, crescimento e a percepção e satisfação de ter construído algo melhor para si e para o mundo: uma coisa chamada plenitude.
É claro que é saudável manter uma estrutura firme que sustente essa vivência dos velhos costumes, mas ela precisa ser capaz de anexar o inusitado. O esperado de cada um pode e deve dialogar com o ainda não conquistado, com o que está em vias de ser em nós. Tipo quando você entra para um curso de formação qualquer, por exemplo, aprender marcenaria. Mesmo possuindo algum talento, é preciso aparar as arestas por dentro, tal como se faz com a madeira cá fora. Nesse processo, algumas práticas menos eficientes devem ceder lugar a outras que permitem ao potencial sua expressão máxima. Vale para tudo na vida, esse raciocínio.
Então, como há em tudo o que se conhece no mundo, é preciso identificar aquelas brechas — o espaço que se diz vazio — e adotá-las. Por elas irá fluir os elementos necessários. Nelas se constituirá a forma que será agregada àquela que se tornou básica, núcleo do ser.
O inusitado nos visita, aguarda um encontro e possivelmente ser absorvido. Isto pode acontecer ora por aprendizado, outra por sensibilização emocional ou espiritual. Como um sopro inspirador, como um fluxo de água a se deslizar, como algo a se escalar, como uma mistura a ser produzida para se constituir novas formas.
Só nas vivências percebemos quais experiências nos são necessárias naquele exato momento.
Destacar uma parte de si a cada momento é uma arte; dar expressão para ela de um modo satisfatório, mais ainda. O receio deve apontar para aqueles pontos de enrijecimento. São estes que se partem quando a estrutura se modifica. É preciso maleabilizá-los.
Ser humano é estar em contínua e infinita transformação, até que todas as possibilidades se esgotem para essa etapa ou ocorra um término repentino. Qualquer dos casos, nos conduz a desejar e buscar uma vivência plena, e esta só ocorre quando há evolução, desenvolvimento, crescimento e a percepção e satisfação de ter construído algo melhor para si e para o mundo: uma coisa chamada plenitude.
Wellington de Oliveira Teixeira, em 05 de agosto de 2015.
* O homem é um animal segmentário. A segmentaridade pertence a todos os extratos que nos compõe. Habitar, circular, trabalhar, brincar: o vivido é segmentarizado espacial e socialmente.
(Gilles Deleuze e Félix Guattari — Mil Platôs. Capitalismo e Esquizofrenia, p.83)
[…] somos mantidos numa espécie de escravidão. A verdadeira liberdade está em um poder de decisão, de constituição dos próprios problemas: esse poder, 'semidivino', implica tanto o esvaecimento dos falsos problemas quanto o surgimento criador de verdadeiros.
(Gilles Deleuze — Bergsonismo, p.9)
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