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13 de ago. de 2015

Sobre príncipes, conexões e fluxos

conexões e fluxos criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 13-08-2015.
Conexões e fluxos*, criado em 13-08-2015.

[…] disse o pequeno príncipe: eu procuro amigos. Que quer dizer "conectar"?
— É algo quase sempre esquecido — disse a raposa.
— Significa "unir fluxos"…
— Unir fluxos?
— Exatamente — disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não sou energizado por ti. E tu também não és energizada por mim. Não passo aos teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu te conectas comigo, poderemos energizar um ao outro. Serás para mim um encontro único no mundo. E eu serei para ti um encontro único no mundo…
— Começo a compreender — disse o pequeno príncipe.
— Existe uma flor… eu creio que ela se conectou comigo… […]
— A gente só conhece bem as coisas com as quais se conectou — disse a raposa.
(Wellington de Oliveira Teixeira — transgressão do texto de O Pequeno Príncipe, p.66-67)

A mágica existe, mesmo que apenas transparente, quase invisível. Como o suporte que se dá perto ou distante. É como uma presença quase imperceptível que segura na mão e sustenta, uma determinada forma de energia que flui ao seu redor e em você, pois o envolve com amor.

É preciso mudar o nível do olhar para que se consiga ver que há mundos e cada um tem camadas e fluxos. Mas, como bolhas de sabão que se encantam e se unem para voar juntas, seres humanos podem fazer encontros em nível tão intenso que seus casulos conseguem compartilhar seu conteúdo.

Conexões não são laços, não criam uma imposição de responsabilidade eterna sobre quem se permite participar delas.

Ser companheiro de jornada é algo constituído por absoluta voluntariedade de cada um dos participantes que buscam energizar-se mutuamente de forma positiva. Isso não é ser bonzinho todo o tempo: críticas e questionamentos são uma forma de incentivo para o ultrapassamento. Uma exigência fundamental é ser capaz de deixar que os pés do outro busquem seu próprio equilíbrio, mesmo sob o risco doloroso de vê-los escorregar ou se machucar no trajeto.

Afinal é para isso que existe a vontade: aquele desejo especial de estar lá quando não é possível, de ser o apoio ou o ponto de equilíbrio invisível. Ao mesmo tempo preparar-se; gerar condições para, aos poucos, não ser mais necessário para criar o ambiente seguro ao redor; para deixar voar.

Processo doloroso, reconheço. Totalmente necessário para cada participante. Se você não percebe o seu desenvolvimento nesse processo, há algo errado. Amor é fluxo potencializador de mão dupla. Talvez por isso, seja a forma mais elevada de construção de ser que a humanidade alcançou.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 13 de agosto de 2015.
* A fotografia base da arte foi tirada em Triunfo, distrito de Macaé-RJ, em janeiro de 2015. O modelo é o meu neto João Lucas, meu Pilantrão.

** Este texto é especialmente dedicado ao Lucas Prét e a seus pais Ana Flávia e Luis Cláudio — verdadeiros companheiros no meu percurso de vida.
Em 2012, escrevi Lucas: uma nova história começa, muito feliz por saber da vinda dele. Hoje, me preparando para aproveitar um final de semana comemorativo com toda a sua família, senti o desejo de expressar a minha forma de ver esse processo. Mais: identificar esse fluxo que me atravessa e me conecta a pessoas tão maravilhosas.

Um comentário:

Unknown disse...

Sim, saborear com uma boa degustação um bom vinho,(amigo como tu), tê-lo como um amigo inesquecível É ALGO que levarei comigo sempre. Obrigado por atravesares o meu caminho e dele está me acompanhar com dedicação. Muito Feliz me encontro.