Pode até ser que o seu corpo e as demais características físicas do mundo que você está captando no momento sejam uma ilusão, mas é impossível que a sua capacidade de pensar sobre essa suposta ilusão também o seja. […]
Você pode tagarelar por horas a respeito do espectro luminoso e dos comprimentos de onda da luz visível, mas estará basicamente perdendo o seu tempo – a explicação jamais será suficiente para transferir a experiência de enxergar cores para mente dessa pessoa.(Reinaldo José Lopes — O que é a consciência? Em: 11 maiores mistérios da natureza, cap.06 p.108-111)
Figurar um sonho é como delinear os acontecimentos do futuro, ser um profeta de si mesmo. Traços pessoais que ficam ocultos dos padrões sociais produzem condições para incluir o que quer que seja, ou quem, em locais e acontecimentos atemporais. Rememorações ou antecipações adaptadas cujo desfecho invariavelmente tende para onde vai nosso desejo.
Intriga o fato de que, nesses devaneios, não há intervenção do inesperado, do inusitado, do imprevisto. Mas não é de todo inexplicável, se pensarmos que não podemos controlar os fluxos dos acontecimentos, os elementos que se constituem como um destino.
Alguns apelam para a superstição onde cara ou coroa, uma carta na mesa, a leitura de um prognóstico zodiacal decidem o próximo passo. Outros na força de atração, o necessário sempre vem ao nosso encontro. A grande maioria, talvez, não se dá conta da mistura realizada para construir seus processos.
Os mal entendidos atonam e a superfície dos encontros tornam-se contaminadas com opacidades, névoas, distorções visuais, auditivas, intelectuais e, especialmente, emocionais. Desfazemos processos bem construídos pelos ruídos presentes nas inúmeras formas de comunicação. Elevamos a insegurança à categoria de permanente.
Não me entenda mal: há medos que são construídos por fatos, não obstante, a insegurança constante é um produto de nossas próprias deliberações sobre o que fazer diante dos desafios. Como em milhares de anos na natureza, perigo produz dois tipos de reações: enfrentamento ou fuga. Apesar desse estabelecimento natural, apenas a um passo de realizar algo importante, nos enrolamos em nossas próprias considerações agenciadas pelo medo: não é que todo futuro seja incerto, mas, qualquer futuro é perigoso ou mortal.
Palco excelente para os salvadores, os aproveitadores, os manipuladores e toda uma leva de mal elementos que assumem para você a responsabilidade da decisão e determinam o caminho a ser seguido. Se é possível abdicar de decidir por si, a responsabilização pelas suas decisões, a culpa, sempre será de alguém que não você. O raciocínio é perfeitamente certo, mas por outra via: não há mais você, por que o você desapareceu no processo e há apenas uma entidade, um morto-vivo ambulante no lugar do alguém.
Deixa de ser estranho o fato de eu acreditar que caminho por cemitérios em cada lugar que vou ou encontros que faço. É impossível dialogar com o que restou desse ser em um nível mínimo de trocas.
Assume-se tentar um papel de promotor ou restaurador das condições favoráveis ao pensamento e à vida ou vive-se no isolamento destinado aos seres pensantes que não adotaram a coletividade como elemento propulsor de caminhos individuais. E para minha tristeza imensa, eremitas e vozes que clamam em desertos predominam, ainda hoje.
Intriga o fato de que, nesses devaneios, não há intervenção do inesperado, do inusitado, do imprevisto. Mas não é de todo inexplicável, se pensarmos que não podemos controlar os fluxos dos acontecimentos, os elementos que se constituem como um destino.
Alguns apelam para a superstição onde cara ou coroa, uma carta na mesa, a leitura de um prognóstico zodiacal decidem o próximo passo. Outros na força de atração, o necessário sempre vem ao nosso encontro. A grande maioria, talvez, não se dá conta da mistura realizada para construir seus processos.
Os mal entendidos atonam e a superfície dos encontros tornam-se contaminadas com opacidades, névoas, distorções visuais, auditivas, intelectuais e, especialmente, emocionais. Desfazemos processos bem construídos pelos ruídos presentes nas inúmeras formas de comunicação. Elevamos a insegurança à categoria de permanente.
Não me entenda mal: há medos que são construídos por fatos, não obstante, a insegurança constante é um produto de nossas próprias deliberações sobre o que fazer diante dos desafios. Como em milhares de anos na natureza, perigo produz dois tipos de reações: enfrentamento ou fuga. Apesar desse estabelecimento natural, apenas a um passo de realizar algo importante, nos enrolamos em nossas próprias considerações agenciadas pelo medo: não é que todo futuro seja incerto, mas, qualquer futuro é perigoso ou mortal.
Palco excelente para os salvadores, os aproveitadores, os manipuladores e toda uma leva de mal elementos que assumem para você a responsabilidade da decisão e determinam o caminho a ser seguido. Se é possível abdicar de decidir por si, a responsabilização pelas suas decisões, a culpa, sempre será de alguém que não você. O raciocínio é perfeitamente certo, mas por outra via: não há mais você, por que o você desapareceu no processo e há apenas uma entidade, um morto-vivo ambulante no lugar do alguém.
Deixa de ser estranho o fato de eu acreditar que caminho por cemitérios em cada lugar que vou ou encontros que faço. É impossível dialogar com o que restou desse ser em um nível mínimo de trocas.
Assume-se tentar um papel de promotor ou restaurador das condições favoráveis ao pensamento e à vida ou vive-se no isolamento destinado aos seres pensantes que não adotaram a coletividade como elemento propulsor de caminhos individuais. E para minha tristeza imensa, eremitas e vozes que clamam em desertos predominam, ainda hoje.
Wellington de Oliveira Teixeira, em 18 de agosto de 2015.
* Pense no seguinte: a capacidade de absorção do que há ao seu redor constitui sua forma de moldar o mundo. Sua percepção está diretamente conectada à fração de raios de luz que incidem nas superfícies que você seja capaz de reter ao observar. Esse é um construto onde a consciência resultaria da capacidade de atentar para determinados fenômenos (internos ou externos) e gerar um modelo cognitivo.
Assim, os pequenos ajustes ou redirecionamentos cognitivos seriam uma forma de individualização. Mais, de geração de mundos diferenciados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário