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26 de mar. de 2014

Sinalizando mudanças

Wellington de Oliveira Teixeira
Foto para o jornal Sete Dias, 07-03-1982 *.

Olhar as águas de um riacho, sentí-la, vivê-la,
é uma forma de se receber energias bio-físicas e se reencontrar consigo mesmo.
Espero vencer na vida, conseguir um emprego, vencer as barreiras que me esperam,
mas nunca perderei minha identidade humana.
Wellington de Oliveira Teixeira, em 07-03-1982.

Não dê as costas a possíveis futuros antes de ter certeza de que não tem nada a aprender com eles.
O que a lagarta chama de fim de mundo, o mestre chama de borboleta.

Richard Bach - Ilusões - As aventuras de um Messias indeciso


Alguns pensamentos me contagiam, talvez porque possibilitam a inversão de um modo de encarar determinadas questões. É o caso do que definimos como fim.

Se nos permitirmos o cuidado de analisar, o ponto que finaliza uma frase é o mesmo que já possibilita o início de outra.

Por algum motivo o fechamento não ocorre, a questão se estende para uma perda, suscita em nós um certo saudosismo, a vontade de não abrir mão. Em qualquer dos casos, produz acorrentamento. Selecionei uma palavra forte, não é? Mas, não se iluda, ela representa muito bem a cadeia de pensamentos que nos obriga a manutenção e impede o afastamento ou desligamento.

Nem tudo, porém, deve ser visto como impeditivo, uma vez que a capacidade de referenciar-se está ligada à retenção de alguns aspectos importantes da vida. Assim, ao se guardar um acontecimento ou experiência passada, sustentamos o bom ou mau sentimento que nos proporcionou: isso é o que podemos chamar, em sentido amplo, de aprendizado emocional ou intelectual.

Dou exemplos: todos conhecemos o uso como gíria da palavra legal (legal, cool, nice, do inglês). Alguém sabia que 'legal' vem do inglês do século XII, e significa tolo ou estúpido? Como eu disse, as coisas se transformam e o novo modo pode suceder ao uso que era comum, até mesmo o padrão assumido. Pense, então, no uso da palavra 'sinistro', que foi febre há algum tempo atrás, no Brasil, ou o irritante 'tá ligado?' carioca. Em breve outros termos ocuparão seu lugar.

Quando pararmos de encarar os términos como negativos, poderemos absorver um encantador conceito: desenvolver-se é ultrapassar o limbo das repetições e buscar o novo, o diferencial ou as mudanças. É ir adiante carregando apenas o que se conquistou que nos fortalece. É avançar.

Talvez, fim seja apenas isso: a marca da transição.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 26 de março de 2014.

* Essa é a primeira vez que publico essa foto e o trecho da primeira entrevista que dei na vida, para o jornal Sete Dias, quando passei em primeiro lugar para o curso de Psicologia da UFF, há 32 anos atrás. Muitas coisas mudaram, inclusive eu mesmo. Mas meus ideais conseguiram superar o tempo.

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