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28 de mar. de 2014

Caverna inexplorada

caverna inexplorada, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 28-03-2014
caverna inexplorada *, criado em 28-03-2014

Há um lugar místico em mim. Algo assim bem escondido:
um planeta inexplorado, um horizonte perdido.

(Ego Trip - Viagem ao Fundo do Ego)


Imagino que todos possuem um lugar místico em si, onde experimentam as forças que o desafiam nessa vida. Uso esta proposição filosófica nas avaliações dos encontros e desencontros diários, não relacionando-a com ser ateu ou proferir uma fé.

Sendo seres espirituais, teríamos nesta dimensão propriedades e habilidades diferenciadas das biológicas e psicológicas.

E, entenda: proposições genéricas, como essa, me permitem viajar sem ter que comprovar, apenas especular.

Por isso, prossigo propondo que essas sensações de alinhamento com a natureza, os sentidos de integração com o universo, a capacidade de doação de um amor que ultrapassa a própria vida (instinto ou lógica) teriam seu lugar de desenvolvimento nela. Especialmente aquelas que nos dão uma sensação de crescimento interior, de aperfeiçoamento na vida.

Como todas as outras dimensões, poderia ser manejada permitindo um determinado nível de decisão de iluminá-la, de aprender com ela, de expressá-la.

Como desenvolvemos capacidades físicas e psicológicas, como emocionalmente estamos à merce do equilíbrio conseguido nessas esferas, dependeríamos de sua manipulação ou desenvolvimento para nos tornarmos seres espirituais plenos.

A ideia pode ser fascinante, não é?

Daí, o meu respeito a todos, religiosos (independente de seu credo) ou não, que produzem diariamente práticas de encontro, de harmonização, de respeito, de integração e de solidariedade.

Um olhar diferenciado, sim. Mas uma proposta não tão inovadora, assim. E, mesmo não desejando adotá-la, fica um desafio aqui: descubra a parte de si que atende a esses requisitos e a desenvolva.

Quando se começa explorar uma caverna, a escuridão pode ser o primeiro obstáculo a se encarar, que, aos poucos, sendo ultrapassado, poderá gerar descoberta e prazer.

Aonde a busca o levará eu não sei. Mas posso apostar que tem o potencial de torná-lo muito mais feliz.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 28 de março de 2014.

* Quando nos permitimos iluminar aquela parte de nós que ficou obscura, podemos descobrir que a caverna pode nos trazer imensas aventuras e descobertas.

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse mistério que sugere um alinhamento de forças, uma sintonia, com a ordem cósmica as vezes se manifesta de maneiras inusitadas. Acabei de realizar uma viagem ao Peru e à Bolívia com vistas à induzir movimentos no ponto de aglutinação. No que se refere ao nível da consciência, nada pude perceber de mudanças na minha percepção do mundo que pudessem ser atribuídas à viagem em si. Por outro lado, casualmente e simultaneamente à viagem, iniciei e conclui a leitura de um livro, o qual despertou minha atenção para a articulação dois fenômenos:organizações totalitárias e fé. Como é óbvio e incrível que um verdadeiro alinhamento com a ordem pode culminar de organizações totalitárias!
A proposito: o livro se chama "A prisão da fé", de Lawrence Wright.
Abs, Éric.

Wellington O Teixeira disse...

De cara, Éric, me candidato a ser seu sucessor na leitura do livro (se puder me emprestar, ficaria muito grato!).
Reconheço o incrível o fato de que - independente de qualquer coisa - o alinhamento acontece!
Avalio que dificilmente uma única experiência nos permite o entendimento da ocorrência das transformações na percepção. Exceto, aqueles poucos casos emblemáticos, referenciais e poderosos disparadores de transformações. Acredito que estas ocorram ininterruptamente.
Os encontros que produzimos, assim como os que atraímos, são no meu entendimento os possibilitadores de uma mudança maior. E, são estes que, de uma forma muito rica, a Ordem nos proporciona. Daí o meu entendimento de que é preciso direcionar, cada dia um pouco mais, as energias para a ampliação daquilo que percebemos: seja via pessoas, instrução formal, prazeres, descobertas de mundo e do mundo, tudo que está incluído na nossa percepção.
E, é claro, movimentar sempre, criar novos sentidos, entendimentos. Uma espécie de reciclagem de tudo o que produzimos como ser. Nossos aprisionamentos, inclusive.
Acredito que o poder do acreditar é algo imenso, do focar esse poder mais ainda.
E é aqui que creio que se situa a questão de uso produzido, induzido, provocado. A ideia da dupla Nagual-Benfeitor para dar início ao processo. Seres, experiências e práticas referenciais, que literalmente nos jogam no processo de reavaliações dos usos primários que fazemos das propriedades fé.
Você, como uma garrafa quase cheia, acumulou muitos elementos e agora fica difícil perceber as nuances das mudanças - como era mais fácil no início. O fluxo das novas assimilações ficou transparente - acontece sem que se destaque para a atenção.
O que torna lindo esse processo, é que você usa tudo que assimilou diretamente, nem precisa pensar a respeito, é como que intuitivo. O que para mim é um novo estágio desse processo de integração.
Agradeço, como sempre, as indicações precisas que você tem me feito de leituras, assim como os bons (e intermináveis) papos que tivemos oportunidades de compartilhar.
Abração e Cai na PAz!

Anônimo disse...

Cara, não vai dar para emprestar, porque eu não empresto livro. Uma vez terminada a leitura (e às vezes antes disso) eu, digamos, “me livro do livro” dando-o para alguém. No caso da obra em comento, tem uma história que você vai gostar. É o seguinte: quando terminei de lê-la, eu estava indo de Copacabana (Bolívia) para La Paz. Com se tratava de um tijolo, não tive paciência de esperar para chegar ao Brasil para passa-lo pra algum chegado. Deixei, então, o mesmo perdido dentro do ônibus, esperando que alguém cruzasse com ele.
Meditando acerca de suas palavras, reconheço que, de fato, a grande magia ocorre quando, sem saber ou não, melhoramos. Ao longo da existência, um monte de coisas passam por nós, e, ao passar, sempre deixam uma marca, um algo. No final das contas, é o acúmulo desses “algos” que nos faz, em sinergia entre si e com a essência de nós. Pra mim, em tese, isso só já bastaria. Por outro lado, segue um vazio que precisa ser permanentemente preenchido. E por se tratar de um saco sem fundo, o trabalho não para. No meu caso, uma das linhas de ação para “encher o saco” é a de tentar resgatar para o nível da consciência o máximo possível de percepções. E para que? Sei lá! Pura vaidade, talvez. (Aliás, observe que “vaidade” e “vácuo” tem a mesma raiz). Desta forma, não dá para não pensar que a magia fica mais interessante quando aquilo que foi assimilado é utilizado de forma consciente e, se possível e desejável, com a razão participando criativamente do processo. Pura magia!
Pra finalizar, um comentário acerca da palavra magia. Outro dia estava lendo o livro “Aleister Crowley - A Biografia de um Mago”, de Johann Heyss, que apresenta, se bem me lembro, a seguinte definição: magia é a arte de a ciência de fazer com que as mudanças ocorram de acordo com a vontade.
Abraços.