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21 de set. de 2015

Um vértice num vórtice

Vértice no Vórtice, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 21-09-2015.
Vértice no Vórtice, criado em 21-09-2015.

Vértice:
ponto que liga uma aresta a outra, quina de um sólido, uma ponta, o ponto oposto mais afastado da base de uma figura.
A altura máxima atingida por algo que se eleva ou o ponto mais alto de (algo); ápice, cume, culminação.
Vórtice:
movimento forte e giratório; remoinho, turbilhão; o centro de um redemoinho, um furacão, um ponto de sucção em espiral.
O vórtice surge devido a diferença de pressão de duas regiões vizinhas.

É muito complicado lidar com intempéries, todos sabem. Quando a natureza visibiliza seu poder, para além de belo, pode ser extremamente perigoso estar exposto à sua ação. É perigoso viver, certamente, uma vez que somos parte da natureza e participamos de sua capacidade destrutiva.

Conforme os elementos vão sendo adicionados, o conjunto de elementos que integram determinado evento pode se completar e complementar, iniciando a sua manifestação. Se soubéssemos avaliar quais elementos e em qual ordem, poderíamos antecipar sua ocorrência.

A ciência busca entender os processos naturais, isso inclui nossos pensamentos e sentimentos. As variáveis são imensas, as interferências entre elas de igual monta e isso dificulta tudo. Já aprendemos a detectar quais são os elementos e os tipos de interação entre vários deles. Isso nos conduziu a uma era de tecnologias de planejamento e de prevenção.

No entanto, o próprio uso do controle pode ser um elemento disparador de novos fatos e isso pode acelerar a escalada dos níveis de intervenção. Por isso, a cautela sempre foi e será uma atitude indicada em qualquer situação. Ser cauteloso não significa ser inerte, imóvel ou receoso de agir. É preferir avaliar cuidadosamente o máximo possível de possibilidades antes de decidir.

Quando se constrói referenciais firmes, mesmo que as situações se tornem complicadas, haverá um ponto a que se apegar. É como a ideia de vértice, aquele ponto de encontro que une duas retas (como na letra V). Se tudo girar e se misturar alcance o centro do vórtice e permaneça nele até que tenha condições de avançar ou agir, novamente.

Dizem que, de tempos em tempos, precisamos de uma sacudida para não desistirmos de avançar por preguiça ou desânimo*. Construa seu caminho de modo que ao aparecer um tufão, encontre um vértice em seu vórtice e saia mais sábio e mais fortalecido por ele.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 21 de setembro de 2015.

* Na Física, reconhecemos a natureza dinâmica do universo não só quando nos voltamos para as pequenas dimensões — para o mundo dos átomos e dos núcleos — mas igualmente quando nos voltamos para as grandes dimensões — para o mundo das estrelas e das galáxias. Através de nossos poderosos telescópios, observamos um universo em permanente movimento. Nuvens rotatórias de hidrogênio contraem-se para formar estrelas, aquecendo-se nesse processo até que se tornem fogos candentes no céu. Atingindo esse estágio, elas continuam a girar, algumas delas lançando material no espaço, que se movimenta em espirais e se condensa em planetas girando em torno da estrela.
Enfim, passados milhões de anos, quando quase todo o seu combustível de hidrogênio foi consumido, uma estrela se expande e se contrai novamente no derradeiro colapso gravitacional. Esse colapso pode envolver explosões gigantescas e pode até mesmo fazer com que a estrela se torne um buraco negro. Todas essas atividades — a formação de estrelas a partir de nuvens de gás interestelar, sua contração e posterior expansão e seu colapso final — podem ser observadas em algum ponto dos céus.
As estrelas em rotação, contração, expansão ou explosão aglutinam-se em galáxias de diversas formas — discos planos, esferas, espirais, etc. — que, uma vez mais, não são imóveis, mas giram. Nossa galáxia, a Via Láctea, é um imenso disco de estrelas e gás girando no espaço como uma roda de dimensões imensas, de tal forma que todas as suas estrelas — inclusive o Sol e seus planetas — se movem em torno do centro da galáxia.
(Fritjof Capra — O Tao da Física, p.150-151)

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