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15 de jun. de 2010

Vinni com Vinte e Um

Vinni Alô, Adeus. Eu te vejo do outro lado.*, criado em 15/06/2010.

Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo:
Porquanto com amor eterno te amei, por isso com bondade te atraí.
(Bíblia - Jeremias 31:3)

Gosto de recordar o desafio que eu fiz num momento seu de baixa estima,
numa casa de show em São Gonçalo:
vá dar uma volta e não me volte sem uma história de beijo pra contar.
E não é que você voltou feliz da vida?
('O Vinni que eu conheço - texto desse blog)

Fiz as contas hoje, pela manhã: no dia 20 deste junho seriam 21 anos de um brilho que, antes da duração, queria a intensidade e uma intensidade sem controle.

_ 'Eu quero o caos!'

Erra grandemente quem achar que essa manifestação demonstrava uma desordem pessoal, pelo contrário, sua busca de plenitude, de sua expressão no mundo era algo que o inquietava e o levava sempre adiante.

Exasperado ficava eu, em várias oportunidades, quando o via enveredando os caminhos sem o mínimo de cuidado.

Seu esoterismo marcava uma certa ambiguidade: ao mesmo tempo em que o tornava ciente da amplidão do universo o provocava a colocar o universo dentro de si. Mas quão poucos não buscam exatamente a mesma coisa: Deus em si.

Quem não pode ver sua timidez perder totalmente a dianteira para a ousadia, não conheceu a sua capacidade de amar pois, o querer tudo ao mesmo tempo, agora, também era um aspecto do seu amor.

Seu grupo era sua referência e seus apelidos (gas mask toy, sbuga, vinni, etc.) tinham a ver com o estilo gótico como se vestia (ele realmente usava uma máscara de gás em seus shows).

Claro que alguém assim tem muita personalidade e gera alguns embates com os outros (me incluo, aí). Vários amigos o ouviram reclamar do modo como eu o forçava a repensar suas propostas de vida - principalmente com relação à sua saúde -, ao mesmo tempo em que o viam ao meu lado e rindo sem limites: feliz. Que fique claro que este era o seu modo de ser com seus amigos: para criar novos espaços para a relação, ele forçava todos os limites.

Quem conhece alguém assim, sabe: é do tipo que se ama ou se odeia. Mas aquele baixinho até isso conseguia driblar, pois nunca ouvi de ninguém (mesmo daqueles que no momento estivessem irados com ele) frases de ódio a seu respeito.

Talvez, e por um segundo apenas, eu mesmo, quando soube que estava em coma por desrespeito ao seu diabetes. Nesse mesmo dia, eu escrevi um texto em forma de conversa com ele, numa tentativa de alcançá-lo. Este texto encontra-se nesse blog com o título O Vinni que eu conheço. O endereço é http://bigwzh.blogspot.com/2008/04/auto-fotografia-sei-que-o-que-eu-estou.html.

Hoje, comecei o dia remexendo meus arquivos no computador quando deparei, na pasta que o Pablo criou para si, com uma foto com qualidade bem ruim, do Vinni tocando na Candelarium - a banda que ambos pertenciam. Me dispus a tentar recuperar um pouco e acabei viajando na ideia. Naquele momento me recordei que estamos em junho - mês do aniversário do Vinícius - e foi quando eu calculei a sua idade caso estivesse entre nós. Vinte e um.

Pra mim, o seu silêncio carrega uma inverdade - não está morto enquanto a sua vida continua dentro de mim -, mas também uma verdade - a falta da sua presença ainda me dói.

Então, meu guri, vou antecipadamente desejando um feliz aniversário, aonde quer que você esteja, e lhe fazendo um pedido: reserve um lugar, aí, pra mim, onde eu possa compartilhar o seu sorriso e abraçá-lo por mais do que apenas um momento**.

Com amor eterno.


Wellington de Oliveira Teixeira, em 15 de junho de 2010.

* Fotos base tiradas em 26-11-05, no Recreativo Trindade (São Gonçalo-RJ)
** Trecho da Música Noah, hello, goodbye (Michael W. Smith)

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