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19 de jun. de 2010

O coração de um homem

Coração de um homem, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 19/06/2010.Coração de um homem, criado em 19/06/2010.*

Você pode dizer adeus a sua família e a seus amigos
e afastar-se milhas e milhas e, ao mesmo tempo,
carregá-los em seu coração."
(Telling The Truth - Frederick Buechner)

O coração de um homem não é algo que possa ser resumido, nem ampliado, nem explicado, nem compreendido. Vai além, muito além de qualquer palavra ou significado.

Não é apenas um símbolo com imenso poder: o coração, de órgão à emoção, é a imagem daquilo que forma o humano em nós.

Carrega dentro de si os mais poderosos elementos que alguém pode ter: do ódio ao amor, da fraqueza à força,
da covardia à honra, da mesquinhez à bondade, do ínfimo ao glorioso.

Não há força que o possa deter em sua trajetória. Ele ultrapassa qualquer obstáculo, torna o sofrimento em esforço, a metade vazia na que está cheia, o orgulho sem dignidade na humildade que leva ao crescimento.

É tudo isso ao mesmo tempo, e não em singular - pluralidade é a sua marca.

Há muito que, por causa dessa mistura de elementos, conquistou a fama de ser traiçoeiro e com a capacidade de arruinar ou de enobrecer seu possuidor.

E percebam, como eu, que dono é uma palavra frágil para quem o carrega, já que muitas das vezes é ele quem conduz os passos.

Um jovem harpista e poeta hebreu escreveu Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.
(Salmos 51:10).

Talvez, seja esse o grande mérito de um filme** que acabo de assistir: mostrar o coração em seu lado puro e grandioso, aquele que bate, se expande e se contrai e, no seu esforço, sustenta todo o ser com vida.
Invictus
William Ernest Henley - Trad.: André C S Masini ***

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.


Wellington de Oliveira Teixeira, em 19 de junho 2010.

* Arte com base na escultura de Fídia (Acropole em Atenas-Grécia) representanto Dionysus, deus do vinho. Veja em: http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/gr/f/figure_of_dionysos.aspx
**
Invictus, filme de Clint Eastwood, mostrando como Nelson Mandela (Morgan Freeman) usou o esporte para unir a população e vencer o apartheid.
***
http://www.casadacultura.org/Literatura/Poesia/g12_traducoes_do_ingles/invictus_henley_masini.html

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