Um lema mais apropriado para o nosso futuro está nas memórias do estadista Otto von Bismarck. Ao final de sua longa vida, ao refletir sobre o mundo à sua volta, ele tinha motivos para ser cético. Dono de um intelecto agudo e tendo trabalhado no centro da política europeia durante décadas, Bismarck testemunhara a repetição desnecessária de erros tão grosseiros quanto os que prevaleceram nos primórdios da exploração da Papua-Nova-guiné. Mas ele pensou que valia a pena escrever suas memórias, extrair lições da história e dedicá-las "aos [meus] filhos e netos, para que compreendam o passado, e como um guia para o futuro.".
(Jared Diamond — O terceiro chipanzé: a evolução e o futuro do ser humano, p.362)
A natureza produz perfeitamente um conjunto harmonioso de criaturas que, sem a interferência humana, estabelece o equilíbrio das relações.
Alguns dos seres valorizados hoje eram itens desqualificados em gerações anteriores, considerado impróprio, daninho. Porém, o desenvolvimento dos estudos a seu respeito localizou a sua participação nas interrelações necessárias. A descoberta da pura ignorância de quem estabeleceu o contrário: tudo tem o seu valor.
Não vou, pelo menos nessa reflexão, exemplificar para clarificar. Prefiro admitir a sua capacidade de avaliar elementos, situações de sua referência para, caso deseje, constatar as questões que apresento.
Mesmo assim, estabelecerei duas definições sobre o que é danoso:
A desconstrução desses mecanismos e estratégias tem conduzido, por séculos, à valorização da prática da dominação e subjugo como prioritárias. Para conseguirmos concordâncias, plantamos ideias e constituímos argumentos para as tornarmos hegemônicas, em sua maioria utilizando a combinação desinformação e medo.
Desinformação não como ignorância. Desinformar como prática de desqualificar uma informação, cuja palavra que mais se aproxima na atualidade é manipulação. Fornecimento de pressupostos que induzem à falsa avaliação. Por conseguinte, à sua adesão, participação e propagação. Simplificando, a geração de reprodutores de discursos.
A homogeneização como ditadura do pensamento, da diversificação, do desrespeito às diferentes formas de ser e estar no mundo se constitui com a construção do perverso, do errado, do pecaminoso, do reprovável, do danoso: se eu quero o trigo, tudo mais se torna joio.
Esquecemos a lição da sobrevivência das espécies, inclusive a humana, onde toda extinção se propagou. A inexistência de um elemento qualquer gera consequências graves em toda a cadeia alimentar. Cada morte se propaga e reflete-se para além do ser atingido. O equilíbrio exige harmonias de contrários, que, sob esse ponto de vista, são apenas complementares.
Há uma infinidade de mundos, mas tudo é um único universo, o grande poema de um verso só: vida.
Alguns dos seres valorizados hoje eram itens desqualificados em gerações anteriores, considerado impróprio, daninho. Porém, o desenvolvimento dos estudos a seu respeito localizou a sua participação nas interrelações necessárias. A descoberta da pura ignorância de quem estabeleceu o contrário: tudo tem o seu valor.
Não vou, pelo menos nessa reflexão, exemplificar para clarificar. Prefiro admitir a sua capacidade de avaliar elementos, situações de sua referência para, caso deseje, constatar as questões que apresento.
Mesmo assim, estabelecerei duas definições sobre o que é danoso:
- danoso é o preconceito, considerar sem avaliar, estabelecer sem identificar os limites clarificando a zona de alcance do que é falado;
- danoso é utilizar o desconhecimento, a ignorância como trampolim para extrapolar quaisquer considerações razoáveis em prol de si mesmo, de seus próprios valores, do controle social do seu círculo de convivência.
A desconstrução desses mecanismos e estratégias tem conduzido, por séculos, à valorização da prática da dominação e subjugo como prioritárias. Para conseguirmos concordâncias, plantamos ideias e constituímos argumentos para as tornarmos hegemônicas, em sua maioria utilizando a combinação desinformação e medo.
Desinformação não como ignorância. Desinformar como prática de desqualificar uma informação, cuja palavra que mais se aproxima na atualidade é manipulação. Fornecimento de pressupostos que induzem à falsa avaliação. Por conseguinte, à sua adesão, participação e propagação. Simplificando, a geração de reprodutores de discursos.
A homogeneização como ditadura do pensamento, da diversificação, do desrespeito às diferentes formas de ser e estar no mundo se constitui com a construção do perverso, do errado, do pecaminoso, do reprovável, do danoso: se eu quero o trigo, tudo mais se torna joio.
Esquecemos a lição da sobrevivência das espécies, inclusive a humana, onde toda extinção se propagou. A inexistência de um elemento qualquer gera consequências graves em toda a cadeia alimentar. Cada morte se propaga e reflete-se para além do ser atingido. O equilíbrio exige harmonias de contrários, que, sob esse ponto de vista, são apenas complementares.
Há uma infinidade de mundos, mas tudo é um único universo, o grande poema de um verso só: vida.
Wellington de Oliveira Teixeira, em 19 de julho de 2014.
* Para o meu povo, cada parte da terra é sagrada. Cada agulha brilhante de pinheiro, cada franja de areia, cada bruma nos bosques escuros, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e na experiência do meu povo… O homem branco… é um forasteiro que chega à noite e tira da terra o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga… Continue contaminando o seu leito e uma noite você sufocará no seu próprio lixo.
(De uma carta enviada pelo chefe Seattle, da tribo duwanish de índios americanos, ao presidente Franklin Pierce, em 1855.)
(De uma carta enviada pelo chefe Seattle, da tribo duwanish de índios americanos, ao presidente Franklin Pierce, em 1855.)
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