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21 de mar. de 2015

Antídoto urgente

Antídoto, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 21-03-2015
Antídoto*, criado em 21-03-2015.

O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o amor.
O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor.

(Anaïs Nin)


Vejo, diariamente, quem só conseguem sentir-se bem agredindo: detratam, difamam, desonram. Imagino — e é apenas isso que posso fazer — que não lidam bem consigo mesmos. Desviar-se do foco da luz para iluminar as questões de outros é, claramente, colocar na penumbra ou escuridão as próprias.

Prezo muito a capacidade de manipular minhas próprias emoções, quando realmente preciso. Agradeço à filosofia, à psicologia e aos bons amigos. Mais ainda aos sofrimentos. Para evitar induzir uma interpretação errônea, esclareço que o uso desse recurso limita-se aos momentos quando estou só. Pode-se afirmar que é o meu modo de lidar com as fraquezas ou inconsistências pessoais. Recuperar o equilíbrio.

Imagine que a rigidez está exacerbada e apropriando-se das ações ou dos pensamentos. Antídotos especiais se tornaram os filmes e as músicas, em minha trajetória, que permitem ativar a sensibilidade. Em outros momentos, é necessário erguer barreiras: livros e diálogos complexos ganham prioridade. Se me questiono qual, no fim das contas, é o mais importante, creio que, sendo muito sincero, nenhum.

Capto que a melhor expressão de mim só ocorre quando invisto na produção de textos e imagens. O que eu faço não tem valor em si, mas o que o processo realiza em mim. Cada um precisa descobrir como erguer ou baixar suas defesas pode fortalecê-lo.

Deveríamos ser cautelosos para não usar outros para tal. Manipular as emoções tornou-se moeda corrente, todos querem vender o seu peixe. É uma futilidade, tão cretina quanto aceita, do cotidiano. E, como todos estão sob seu julgo, ninguém escapa da esfera de sua influência.

Vivemos em um mundo onde o extravasar, antes algo apenas necessário, constituiu-se fonte de lucro incessante. A diversão, atualmente, está contaminada e produz tédio. Algo foi retirado de nossa da natureza e de nossa alma e, junto disto, a capacidade de nos reencontrarmos, de sair por aí, de qualquer jeito, sem direção, sem tempo definido; de parar para meditar ou refletir; de ser sensível ao interagir com o suave toque da vida de uma brisa, de uma pétala, da areia, da grama e da água.

Não nos encontramos mais, nos agrupamos solitariamente. Nos trancamos entre paredes que protegem demais ou facilmente escancaramos as portas em momentos de solidão. Falta-nos o equilíbrio. E o antídoto urge ser descoberto e usado de forma individualizada, a custa da vida perder seu valor. Que é um sopro, temos consciência, mas, pelo menos, que seja um refrescante.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 21 de março de 2015.

* Algo que impede ou reduz efeitos destrutivos, seja por impedimento, fortalecimento ou transformação do agente ou do alvo.

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