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19 de out. de 2017

Despersonalização induzida

Despersonalização induzida, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 17-10-2017.
Despersonalização induzida, criado em 17-10-2017.

Fundamentalismo:
Qualquer grupo religioso ou movimento étnico que acredita nos seus dogmas como verdade absoluta, indiscutível e objetiva voltar ao que são considerados princípios fundamentais, ou vigentes na fundação do determinado grupo.
Extremismo:
Quando o fundamentalismo ultrapassa as fronteiras de seu próprio grupo e inclui impor aos outros suas crenças; descarta o diálogo social atuando, inclusive violentamente, para determinar seu pensamento e sua fé como únicos.

Cessar a predação em prol da cooperação é o objetivo básico da adoção das ideias societárias onde a proteção se estabelece para todos em seu interior. Mas a civilização não é algo definível como universal se avaliarmos os diversos modos de agrupamentos humanos existentes e os produzidos intencionalmente na atualidade.

As imposições por dominação retiram dos seres humanos o mínimo necessário a sua integridade física. Sociedades regidas com despersonalização, empobrecimento, desnutrição e sob armamentos não se incluem no ideal (nem sequer o tangenciam) civilizatório. É preciso identificarmos os controles sociais como um poderoso armamento: os fundamentalismos extremistas e as ditaduras se estabelecem por seu intermédio.

O contrassenso se manifesta no fato de que sociedades avançadas em civilização promovem a descivilização, fomentando colocar seres humanos à margem do mínimo necessário para obtenção de lucros. O apoio (inclusive militar) às ditaduras facilita a extração dos bens nacionais, a utilização de pessoas como cobaias de experimentos laboratoriais, apenas para citar algumas das práticas que se incluem numa imensa lista para a manutenção de seus interesses.

Por fim, um paradigma tanto tortuoso quanto vil estabelece que há vidas que valem mais (e outras que não). Quanto vale 30 mortos nos EUA ou na Europa e quanto valem as vidas da Somália é algo determinado pelo Mercado, o único juiz absoluto da atualidade. Se é vendável, há produção de comoção, do contrário, usa-se o viés do encobrimento, da ocultação do fato nas manchetes dos poderosos meios de comunicação (leia-se, manipulação!) que atravessam a nossa civilização capenga.

Se o objetivo era a proteção da prática predatória, mas esta se estabelece em mentes e coração num outro nível (uma vida se torna descartável se não produz mais riquezas!), a imposição do mais poderoso é a barbárie institucionalizada.

Ou reacendemos em níveis mais fortes as ideias democratizadoras, as práticas de questionamentos e de críticas embasadas, ou, muito em breve, esse encabrestamento do pensamento e das liberdades individuais extremista irá produzir consequências deletérias para todos ao nosso redor. E iremos encarar, sofrendo, nossos jovens e adolescentes expostos, incautos, acreditando em sua imortalidade, sendo abduzidos, encarcerados e abusados* – simplesmente porque alguém poderoso desejou usar as facilidades que o poder absoluto e ditatorial permite.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 19 de outubro de 2017.

* khaled Hosseini é originário de Cabul, no Afeganistão, doutorado em medicina. Suas memórias de um Afeganistão pré-invasão soviética, o colapso do regime Talibã e suas experiências pessoais o levaram a escrever o seu primeiro romance O caçador de Pipas, 101 vezes na lista semanal de dos mais lidos do mundo e número um em quatro delas. O filme aborda o poder destrutivo das crenças religiosas quando são levadas ao extremo do fanatismo. Importantíssimo para se entender (de forma menos traumática) a que leva o calar-se diante dos fundamentalismos extremistas.

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