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26 de dez. de 2013

A sustentabilidade emocional

basta amar, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 20-12-2013
basta amar, criado em 20-12-2013

Aí não haverá mais grego nem judeu, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem livre,
mas somente Cristo, que será tudo em todos.
Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia,
de bondade, humildade, doçura, paciência.
Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem.
Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós.
Mas, acima de tudo, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição.
Triunfe em vossos corações a paz de Cristo, para a qual fostes chamados a fim de formar um único corpo.
E sede agradecidos.
(Bíblia - Colossenses 3:11-15).


Conheço muita gente. Me tornei amigo de algumas e o inverso também ocorreu.

Dentre aqueles que tive a oportunidade de acompanhar ou conviver por mais tempo, alguns me surpreendem até hoje pela capacidade conhecida como resiliência. Enfrentam constantemente situações de alta complexidade, sofrem com intensidade e carregam marcas no corpo e na alma. Resistem, ultrapassam e superam.

Me encanta essa disponibilidade para a vida, que até mesmo acontecimentos sórdidos não consegue desfazer.

Ponto em comum que consegui alinhar pela observação e contato foi uma forte carga emocional que tende a ser positiva: veem os acontecimentos como produtores de aprendizado e crescimento pessoal ou como um desafio a ser superado pela fé.

Todos encaram não como super-heróis as situações, não se isolam, buscam na participação de pessoas de confiança o apoio. De certa forma, é esse suporte emocional aliado ao aprendizado anterior que os permite atravessar o momento e a dificuldade sem caírem pelo caminho.

Esse ano, nas postagens de rede social, vi muitos pedidos de amigos que precisavam desse suporte. Enfrentaram situações drásticas que atingiram a si mesmos ou a pessoas muito próximas. E o impacto gerado foi avassalador. Vi, também, o retorno de muitos com palavras de conforto, de incentivo e de solidariedade. E foi com essa ampla rede sustentadora que o dia-a-dia de alguns desses meus amigos foi conquistado e seus males minimizados.

Está até parecendo que estou escrevendo algo como os conselhos que infestam os livros de 'auto-ajuda'. Mas minha meta diverge disso. O que pretendo é demonstrar que cada um tem o enfrentamento necessário para a sua vida. Deve encará-lo singularmente, pois é uma luta pessoal. A rede de apoio é algo a se acessar nos momentos em que a lucidez não é uma companheira. Não é um suporte fixo, onde me jogo e todos me seguram, menos eu.

Creio que o sinal que deve ser dado é: me incentive a ultrapassar; me mostre os pontos fortes que possuo, pois não estou vendo neste momento; amplie minha rede de contatos naqueles lugares que ainda não fiz algum; participe desse momento naquele aspecto em que eu sou imaturo ou sem aliados.

Bem, presença física, em alguns casos é essencial. Mas, talvez, na maioria dos outros, um bate-papo, uma mensagem, uma imagem com mensagem clara relativa à situação, podem ser a melhor opção. Permitem aquela solidão que impulsiona o ultrapassamento.

Acredito que seres humanos são dotados de uma capacidade de enviar pensamentos, sentimentos e outras formas de energia para outros, assim (repito, é uma opinião minha), uma rede de seres desejando intimamente um bem a outro podem influenciar o campo de forças que essa pessoa se encontra e auxiliá-la a atravessá-lo.

Por isso escolhi como tema sustentabilidade. Há um texto bíblico que exorta esta rede com um 'suportai-vos em amor'. E minha turma, rapidamente, passou a usar numa brincadeira, a de ter que suportar um sujeito chato. Mas tive a oportunidade de estudar um pouco mais profundamente o texto e verificar que falava de um conjunto de pessoas que com a manifestação de seu amor formam uma viga de sustentação. Peças em um emaranhado que auxiliam no completar o quebra-cabeça.

Hoje, embora busque até o último momento seguir com minhas próprias forças, não me impeço de recorrer àqueles que confiantemente me permito estar próximo para buscar a crítica, auxílio na elaboração de estratégias de vida para mais uma vez vencer um desafio.

Somos únicos. Indivíduos que nascem e morrem sozinhos. Mas nada nos impede de, ao percorrer este intervalo, nos aliarmos e nos fortalecermos naquilo que cada um traz de melhor em si.

Por isso, desejo que tudo que intento em favor daqueles que amo (dos conhecidos e dos desconhecidos) possa se concretizar: um mundo onde o respeito à diversidade inerente ao ser humano produza a paz.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 26 de dezembro de 2013.

* Notas

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