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15 de jun. de 2017

Quando traçados ganham vida

Tapetes, criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 15-06-2017.
Tapetes*, criado em 15-06-2017.

Olho para trás e vejo um complexo desenho representando o que foi produzido em minha vida. Alguns trechos me encantam, outros nem tanto. Mas me alerto para o fato de que um formato que não me atrai mais, em determinado momento foi o meu possível e não pode ser modificado, como o que estou nesse momento construindo. Maturidade também é poder olhar para trás, avaliar o tipo de tecelão que você conseguiu ser e ter orgulho de ter produzido algo.
(Wellington de Oliveira Teixeira — Tecelão de si mesmo)


Ontem, por volta das 23h estava retornando do trabalho. Como o trânsito estava completamente congestionado em função de um evento religioso da cidade, resolvi descer e caminhar um bom percurso, evitando ficar no ônibus que avançava muito lentamente.

Muitas pessoas aproveitaram para desqualificar o evento e as pessoas que participavam dele, colocando suas questões individuais em pauta. Não quis seguir esse caminho. Há eventos que me agradam e também causam congestionamentos e reveses para outras pessoas. É uma oportunidade expressiva para muitos e, mesmo quando não me afeta, procuro entender.

Sou conhecido (e muito criticado) pela oposição que faço à institucionalização da fé, de sua apropriação com fins escusos, pela dogmatização irresponsável de práticas ou costumes. Ponto.

Simultaneamente, sou um apaixonado pela coletivização, pela reunião dos que creem em práticas solidárias, pela comunhão e pela expressão transparente e verdadeira do entusiamo. Especialmente quando há oportunidades para os dons individuais ganharem status de arte: a religiosidade ganha um fio dourado e reluzente.

A fé que sai de um traçado apenas teórico e ganha corpo e vida sempre merecerá o meu total respeito.



Wellington de Oliveira Teixeira, em 15 de junho de 2017.

* Parabéns a todos os cooperaram para produzir o belíssimo e imenso tapete do Corpus Christi que orna a nossa cidade. É inspirador ver a arte produzida e, mais ainda, a inclusão respeitosa de crianças de colo à idosos, a cooperação e o empenho de todos por um objetivo comum.

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