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16 de jun. de 2013

Pense numa história sem fim…

História sem fim, criado Wellington de Oliveira Teixeira, em 16/06/2013
História sem fim, criado em 16/06/2013

Diz a tradição que, no segundo antes de nossa morte, cada um se dá conta da verdadeira razão da existência.
E nesse momento nasce o Inferno ou o Paraíso.
O Inferno é olhar para trás nessa fração de segundo
e saber que desperdiçamos uma oportunidade de dignificar o milagre da vida.
O Paraíso é poder dizer nesse momento:
"Cometi alguns erros, mas não fui covarde. Vivi minha vida e fiz o que devia fazer."
(Aleph - Paulo Coelho)

A coragem de viver: deixo oculto o que precisa ser oculto e precisa irradiar-se em segredo.
Calo-me.
Porque não sei qual é o meu segredo. conta-me o teu, ensina-me sobre o secreto de cada um de nós.
Não é segredo difamante. É apenas isto: segredo.
E não tem fórmulas.
(Água Viva - Clarice Lispector)


É preciso ser criativo, dia após dia, para enfrentar a multidão de acontecimentos que se encara quando há o desejo de estar vivo e não de apenas sobreviver.

Não creia ser esta uma tarefa que alguém possa definir como fácil. Quanto mais experiência temos (nas entrelinhas, mais velhos ficamos) maior o entendimento de que a maleabilidade é uma ferramenta maravilhosa para lidar com as questões que nosso desenvolvimento pessoal propõe, mas como é difícil aprendermos a utilizá-la!

Pode ser uma suposição inexata a que faço, mas, vai precisar de um bom jogo de cintura qualquer um que busque ultrapassar aquelas determinações imbecilizantes e paralisantes que baseiam a vida daqueles que têm medo de tentar, buscar e descobrir motivos e razões antes de, efetivamente, adotar um pensamento ou uma prática.

Tudo bem, a experiência ancestral que nos foi transmitida por meio de costumes e práticas (ou mesmo a genética) tem um impacto grande em nossas construções de valores e com eles os modos de nos conectarmos a determinados grupos sociais e à sociedade como um todo. De forma alguma quero propor um abandono dessa herança.

Desde aqueles pequenos cuidados com a saúde como um chazinho, a canja, a maravilhosa combinação do feijão com arroz brasileira e tantas outras, até a legislação que nos rege o convívio social, foram séculos de aprendizado do tipo prático que só agora recebem atenção das ciências e comprovação oficial.

Mas, e com muito cuidado expresso isso, aquele aprendizado poderia ser outro em outro contexto. E, com os instrumentos que dispomos atualmente, cada um de nós - e não apenas os cientistas - pode fazer suas próprias inferências, descobertas e, especialmente, reavaliações.

Por exemplo, a lógica que possuíamos de enviar mensagens é clássica: papel, caneta ou máquina de datilografar, envelope, selo e Correios, prazo de chegada e prazo de retorno da mensagem. Tudo transformado com o telefone e as mensagens eletrônicas (famosos e-mails, no inglês). É impensável para a nova geração a lógica simples que existia. E com razão: diante de instrumentos novos devem surgir práticas novas.

Por que, então, não somos capazes de nos atualizarmos em tantos outros aspectos? Por que a contextualização não faz parte de nossa vida? Por que aquela velha e querida ranzinza não cede lugar às novidades, às invenções, às transformações?

Tudo bem. E vou concordar completamente com aqueles que pensaram que é preciso avaliar todo e qualquer novo comportamento, o novo em si não é sempre o melhor.

O melhor exemplo que encontro é com relação aos produtos descartáveis e os com obsolescência programada (data de validade). Se antes, um eletrodoméstico durava a vida do seu comprador, isso mudou muito. As lâmpadas duravam séculos, hoje, se muito, um ano. Antes um produto que apresentava defeito era consertado, hoje há o estímulo para comprar o novo e descartar o com problemas.

Certamente essa mentalidade nova nos trouxe questões a serem avaliadas - entre elas, uma bem importante, a dos relacionamentos.

Mas, como tudo que é novo, é necessário um tempo de adaptação, de descoberta da melhor forma de uso e da utilização consciente.

E é aí, que os que desenvolvem em si uma preguiça mental, emocional e até espiritual, se atém ao passado, ao já determinado e o transforma em fixidez, esquecendo que ele foi fruto de mudanças.

Bem, eu comecei pedindo para você pensar em uma história sem fim, não foi? Pois é. Essa é a sua história. E é o seu encontro com a vida e sua participação nas redes de interconexão deste mundo que pode fazer dessa história algo pobre e chato ou algo rico onde cada episódio é capaz de produzir uma imensa vontade de ir adiante e de descortinar os horizontes que trará o capítulo seguinte.

Repito, e dessa vez com uma ternura que poucas vezes possuo, tome a sua vida nas suas mãos com carinho, aceite o desafio de refazer-se diariamente, construa algo novo que fique como uma marca sua para quem vier junto ou depois. Todos precisamos ir ao encontro de nossa própria plenitude como ser. Para alguns que acreditam de uma determinada forma eu diria: um guerreiro que alcança estatura da perfeição.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 16 de junho de 2013.

Sabe aquela vontade que dá de apreciar um bom vinho, saboreando os detalhes de uma boa massa? Não permita a velha e horrível máxima 'vontade é coisa que dá e passa'.

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