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2 de abr. de 2015

Remendo puído

Remendo puído criado por Wellington de Oliveira Teixeira em 01-04-2015
Remendo puído, criado em 01-04-2015.

É verdade que às vezes, não muito frequentemente, as regras morais colidem e você ofende alguém, independente da decisão que toma. Mas o mundo não é um lugar perverso porque as pessoas não conhecem a diferença entre o certo e o errado. Nove entre dez vezes, o caminho certo está bastante claro, a não ser por uma coisa.
— Que seria?
— Que não é do interesse ou desejo das pessoas fazer o que é certo. Nunca houve um moralista que pudesse dizer qualquer coisa mais clara do que a Regra de Ouro… trate os outros como você gostaria de ser tratado. Tudo mais na moralidade são só firulas ou mentiras.
[…] Imamuel Kant. Filósofo. Já morreu. Ele dizia que se você quiser saber se suas ações são morais, deve universalizá-las.
— Não sei o que significa.
— Se quiser saber se uma ação que você está para empreender é errada, deve se perguntar: e se todos se comportassem assim?
…Se você se visse diante da sua morte e da morte de sua família pela mão dos Redentores, ou de alguém como eles, quem você iria querer que ficasse entre vocês e eles: eu ou Imamuel Kant?

(Paul Hoffman — O bater de suas asas, volume 3 da trilogia A mão esquerda de Deus, pp. 266-269)
Quando alguém se decide pelo ódio, nenhum argumento contrário faz sentido. Todos os preconceitos são produzidos dessa maneira: incitando-se o ódio. Aquele que estava adormecido em alguém por sofrimentos passados ou aquele que, nesse momento, atua no seu coração.

Você se assustaria com o que é possível produzir em um ser humano usando esse recurso. Ditadores, a história (transmitida ou vivenciada) nos ensina se tornaram os tiranos que foram usando desse recurso. Sociedades inteiras mobilizadas numa predeterminada direção por interesses político financeiros escusos e acobertados.

E os discursos repetidos mecanicamente assomam o consciente, após tanto ser internalizado, remendos puídos tomam o lugar da verdade. Verdade absoluta, como muitos líderes religiosos de todos os tempos usaram para manipular a população. Docilizados, ovelhinhas indo para o matadouro caladinhas.

Não à toa, até hoje, são os ingênuos que tem a sua fé cooptada por sepulcros caiados para dizer "Queremos Barrabás!".

Wellington de Oliveira Teixeira, em 02 de abril de 2015.

Nota: Não há erro na grafia do nome do filósofo — fictício nesta obra.

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