Pode parecer piada, mas a física quântica, que estuda o mundo das partículas fundamentais da matéria e da energia, sabe há décadas que, mesmo num espaço essencialmente vazio, partículas 'virtuais' podem aparecer e desaparecer, criando-se e autodestruindo-se espontaneamente, num piscar de olhos. […] Como diz o físico americano Lawrence Krauss, o problema do 'nada' é que ele é bastante instável: parece estar doidinho para se transformar em alguma coisa.
(Reinaldo José Lopes — Deus existe? em Os 11 maiores mistérios do Universo cap.1 p.34)
A seletividade, enquanto capacidade e potência de mediação de encontros, é a prova cabal de uma evolução contínua das interfaces de vida.
As capacidades de [des]conexão e [des]apropriação — suas principais características — se distinguem, no universo, por investir na potência de aglutinar novos elementos e de restruturar um ser visando a sua manutenção e o desenvolvimento de novas etapas evolutivas: fatores essenciais à vida.
A arte da combinação é sutil e delicada, exige um esforço cuidadoso na escolha dos elementos que entrarão na composição desejada. Por meio dela – e de um infinito diálogo de suas estruturas com o ambiente interior e exterior – o ser humano se sofistica, exponencialmente.
A biologia nos mostra como os envólucros (as membranas, as peles, etc) se desenvolveram a partir de uma superfície que impedia as trocas com o ambiente. A natureza desenvolveu mecanismos de filtros visando a permeabilidade contínua das superfícies. Um deles, a configuração de encaixe por semelhança de formas e simetrias, se mostrou fatal: vírus e bactérias mimetizaram (simularam, como faz um cameleão) as formas das portas abertas e se proliferaram nas células. Como resultado, pestes dizimaram milhares de seres humanos.
Hora de uma nova estratégia, a seletividade ganha sofisticação. Práticas diferenciadas de encontros e de apropriação de novos conteúdos foram elaboradas: a permeabilidade das superfícies de órgãos, mais atenta, adotou a assimilação em massa de elementos potencializadores e estimuladores das defesas internas.
Da prática dos isolamentos, adotou-se a de apropriação e de combinação com elementos mais diversificados. Habitam o ser humano incontáveis seres vivos em práticas harmônicas de cooperação — antes inimigos, agora associados em um projeto de permanência e expansão cooperativa.
Mais que o poder da força bruta, a capacidade de assimilação de novas potências e sua propagação se definiram como preponderantes à preservação. Discordâncias e dissidências deixaram de ser prioridade ante o visível risco de ostracismo, obsolescência e extinção. A regra da interseção (encontrar elementos de interesse comum) se sobrepôs à de dominação e, com isso, o equilíbrio tornou-se o objetivo principal, mesmo que sempre renegociado, restruturado e reelaborado. Já imaginou essa estratégia alcançando nosso ambiente social?
A arte da combinação é sutil e delicada, exige um esforço cuidadoso na escolha dos elementos que entrarão na composição desejada. Por meio dela – e de um infinito diálogo de suas estruturas com o ambiente interior e exterior – o ser humano se sofistica, exponencialmente.
A biologia nos mostra como os envólucros (as membranas, as peles, etc) se desenvolveram a partir de uma superfície que impedia as trocas com o ambiente. A natureza desenvolveu mecanismos de filtros visando a permeabilidade contínua das superfícies. Um deles, a configuração de encaixe por semelhança de formas e simetrias, se mostrou fatal: vírus e bactérias mimetizaram (simularam, como faz um cameleão) as formas das portas abertas e se proliferaram nas células. Como resultado, pestes dizimaram milhares de seres humanos.
Hora de uma nova estratégia, a seletividade ganha sofisticação. Práticas diferenciadas de encontros e de apropriação de novos conteúdos foram elaboradas: a permeabilidade das superfícies de órgãos, mais atenta, adotou a assimilação em massa de elementos potencializadores e estimuladores das defesas internas.
Da prática dos isolamentos, adotou-se a de apropriação e de combinação com elementos mais diversificados. Habitam o ser humano incontáveis seres vivos em práticas harmônicas de cooperação — antes inimigos, agora associados em um projeto de permanência e expansão cooperativa.
Mais que o poder da força bruta, a capacidade de assimilação de novas potências e sua propagação se definiram como preponderantes à preservação. Discordâncias e dissidências deixaram de ser prioridade ante o visível risco de ostracismo, obsolescência e extinção. A regra da interseção (encontrar elementos de interesse comum) se sobrepôs à de dominação e, com isso, o equilíbrio tornou-se o objetivo principal, mesmo que sempre renegociado, restruturado e reelaborado. Já imaginou essa estratégia alcançando nosso ambiente social?
Wellington de Oliveira Teixeira, em 04 de março de 2018.
* Há infinitas formas de deturpar os interesses e de tornar inimigas pessoas que visam os mesmos objetivos. Essa prática é politicamente estratégica: dividir para conquistar.
A biologia nos ensina que a seletividade deve atuar em seu aspecto de mediação e assimilação potencializadora. Evolução nas condições de vida são geradas apenas quando há a composição de forças. Mesmo quando em um arranjo temporário, é possível trabalhar os pontos de concordância e expandir as potências individuais, um processo que pode ser renovado com outras formas de alianças para novos objetivos.RELAÇÕES HARMÔNICAS
- Mutualismo
- indivíduos de duas espécies diferentes fazem uma associação necessária para a sobrevivência: algas e fungos formam os líquens – os fungos abrigam as algas e elas alimentam os fungos.
- Protocooperação
- indivíduos de espécies diferentes vivendo de modo independente sem prejuízo para ninguém: mamíferos e búfalos são aliviados de seus carrapatos por pássaros, que comem esses parasitas.
- Colônias
- indivíduos da mesma ou de diferente espécies ligados fisicamente entre si, com divisão de trabalho (caravela), ou não (agrupamento de bactérias).
- Comensalismo
- indivíduos de espécies diferentes, onde uma se beneficia sem prejudicar ou beneficiar a outra ao se alimentar daquilo que é rejeitado pela outra espécie: o urubu alimenta-se dos restos deixados pelo homem em lixões e aterros.
- Inquilinismo
- indivíduos de espécies diferentes, apenas uma se beneficia sem prejudicar a outra. O inquilino (espécie beneficiada) obtém abrigo ou ainda suporte no corpo da espécie não beneficiada (hospedeiro): bromélias e orquídeas que se fixam no tronco das árvores.
- Sociedade
- é um tipo de relação entre indivíduos da mesma espécie, sem união física, porém caracterizada pela divisão de trabalho como nas sociedades das abelhas, das formigas e dos cupins.
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