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15 de mar. de 2018

Um Monte de Águas Leves

Monte Das Águas Leves, criado por Wellington de Oliveira Teixeira entre 11-15/03/2018.
Monte Das Águas Leves *, criado entre 11-15/03/2018.

O confucionismo foi falsamente rotulado como uma religião. Na realidade, configurou-se como um sistema de pensamentos e ritos sociais preocupado com as necessidades da sociedade chinesa e seus relacionamentos sociais. Ao contrário do budismo e do taoísmo, o confucionismo nada tinha a ver com o papel da natureza ou com vida após morte.
Em meio à incerteza política e social, o pensamento confuciano preconizava que uma civilização poderia ser harmônica se governada por um sistema de métodos padronizado e universalmente compreendido. Confúcio defendia cinco qualidades básicas: benevolência, retidão, decoro, sabedoria e honestidade. Entre elas, a benevolência era considerada a pedra fundamental englobando lealdade, piedade filial, tolerância e bondade.
Quando Confúcio morreu, por volta de 479 a.C., suas ideias não eram universalmente conhecidas e a noção do pensamento confuciano como uma verdadeira filosofia não havia criado raízes. Seus ensinamentos foram registrados e compilados por muitas gerações de discípulos e são hoje conhecidos como os “Quatro Livros”, textos essenciais que formam a obra do pensamento confuciano: "Os Analectos", "O Drande Aprendizado", "A Doutrina do Método" e "O Livro de Mêncio".


(Kuijie Zhou — Aprendendo a Viver com Confúcio)


Da nascente até o mar, a água flui produzindo vida, alimentando solos, vegetais, animais. E o cenário que ela forma alimenta a alma de todos seres viventes.

Em planos mais altos ou nas planícies, a superfície reflexiva, transparente e maleável inventa formas de vencer seus obstáculos sem perder sua essência. Um dia, após sua longa ou curta jornada, se reintegra à imensidão. Na bagagem, os aprendizados compartilhados com as incríveis formações terrenas serão compartilhados com o mar.

Quem sabe?, talvez seja esse o motivo de, com tanta persistência por meio de suas ondas, o mar insistir em retornar e experimentar, por instantes que sejam, a agradável sensação de deslizar em areias.

Vivências permitem a absorção de elementos que se agregam à constituição do ser, no interior ou no exterior: marcas, sinais, energias, aprendizados e tudo o mais que estrutura a alma em seu percurso.

Não selecionar o que guardar só produz acúmulo, obstrui o trajeto e impede a experimentação do novo: doença na alma, o saudosismo oferece apenas a estagnação. Aprendizados e prazer constituem, em essência, os fundamentos da vida e da expansão em seu modo verdadeiramente livre e pleno e integrado ao todo.

Wellington de Oliveira Teixeira, em 15 de março de 2018.

* O olhar que projetamos desafia um número infindável de camadas das formas existentes. É tentar realizar um processo semelhante ao repartir uma cebola para perceber sua constituição e essência. Só quando seu envólucro é desfeito é que a expansão de todas as outras camadas se visibiliza. Na leveza ou na turbulência de suas múltiplas vivências, a sua estrutura tornou-se, dia após dia, um pouco maior e mais enriquecida: seu poder individual, exclusivo e inalienável.

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